POLÍCIA

Acusado de racismo, presidente se afasta de time de MT

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O presidente do Nova Mutum Esporte Clube, Anir Siqueira, foi afastado do cargo após ser acusado de racismo durante partida no dia 31 de outubro. O dirigente do time teria chamado o preparador físico do União de Rondonópolis, Jaques Douglas da Silva Lima, de “negrinho vagabundo”.

O fato ocorreu durante partida entre Nova Mutum e União pela 5ª rodada da Copa Federação Mato Grossense de Futebol (FMF). Após o ato de injúria racial, o acusado seguiu nervoso e

agressivo durante o jogo. Diante da situação, a vítima registrou o boletim de ocorrência e o caso é investigado pela Polícia Civil.

Nesta quarta-feira (3) a direção do Nova Mutum emitiu nota comunicando que o diretor pediu afastamento e que está disponível para quaisquer esclarecimentos.

O membro diretor suspeito, que é empresário local, membro da direção FMF e que vem atuando brilhantemente em seu papel há anos, com objetivo da busca da verdade real e por razões pessoais, na tarde de ontem, requereu seu afastamento do cargo, para que o fato seja devidamente esclarecido”, diz comunicado do time.

O ato de racismo ganhou grande repercussão e repúdio de entidades esportivas.

O Conselho Regional de Educação Física (Cref) emitiu nota de apoio à vítima. “Mais do que crimes, essas ações, manifestadas pela violência psicológica, moral e até física – representam clara violação aos direitos humanos e são inaceitáveis para a convivência em sociedade. E expressamos o nosso apoio ao profissional de Educação Física registrado ao CREF Jaques Douglas da Silva Lima”, consta na nota.

A FMF emitiu comunicado e disse que irá acompanhar a apuração da denúncia do União. “A Federação Matogrossense de Futebol (FMF) vem a público afirmar que é contra qualquer atitude descriminatória.

Por isso, vai acompanhar junto às autoridades competentes, os fatos denunciados pela equipe do União Esporte Clube neste domingo (31), no município de Nova Mutum, para apurar o caso”, é a nota.

Confira nota do Nova Mutum Esporte Clube na íntegra:

O Nova Mutum Esporte Clube, através de sua diretoria, tomou conhecimento do episódio relatado através das mídias sociais, no qual na data de 31 de outubro de 2021, o preparador físico do União Esporte Clube registrou um Boletim de Ocorrência alegando ofensas proferidas pelo Presidente deste clube, onde este haveria proferido palavras que caracterizariam o fato de injúria preconceituosa.

Cabe aqui ressaltar que ao longo da formação do Nova Mutum Esporte Clube – fundado em 1988 – nunca ocorrera qualquer episódio semelhante. A diretoria pede a toda a sociedade, torcedores e amantes do futebol, as mais sinceras desculpas por tal envolvimento e publicidade negativa.

Infelizmente o fato que vem sendo veiculado nos mais diversos meios de comunicação, sem a devida empatia, cautela e respeito à imagem dos supostos envolvidos é deveras prejudicial e constrangedora.O membro diretor suspeito, que é empresário local, membro da direção FMF e que vem atuando brilhantemente em seu papel há anos, com objetivo da busca da verdade real e por razões pessoais, na tarde de ontem, requereu seu afastamento do cargo, para que o fato seja devidamente esclarecido.

A comissão técnica, diretoria e organização se prontificam a esclarecer todas as dúvidas pertinentes ao assunto supramencionado, e afirmamos ainda que não pactuamos com qualquer atitude desrespeitosa, quão mais, mas não exclusivamente no que tange à raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou deficiência.

Seja no convívio societário, seja dentro ou fora do campo, devemos nos pautar tão somente na disputa cordial e profissional, deixando o ódio e a formação de opiniões desidiosas fora daquele que é o esporte mais popular e bonito do mundo. No clube temos como praxe o dizer de que a única diferença de cor é só a camisa dos jogadores. Logo, diante de todo o ocorrido, busquemos nesse momento, a devida cautela nos comentários, posto que, antes do devido processo legal, um julgamento arbitral afasta a empatia, podendo acarretar danos irreparáveis aos envolvidos, além de promulgar o ódio e a discordância social.

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