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MATO GROSSO

Acidentes de trânsito representam 51% dos atendimentos do Samu

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Os acidentes de trânsito representam, em média, 51% dos atendimentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192) na Baixada Cuiabana. A informação foi divulgada pela coordenadora do Samu, Silvana Kruger, na manhã desta quarta-feira (17), em entrevista para a rádio CBN Cuiabá (95,9 FM). A coordenadora e o médico socorrista Alexandre Rocha foram os convidados desta semana da campanha de enfrentamento à violência no trânsito promovida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso e parceiros, com o slogan “No trânsito, respeite a vida”.

Conforme Silvana Kruger, a sala reguladora que ela coordena é a maior do Estado, atende a 13 municípios na Baixada Cuiabana e recebe, em média, 10 mil ligações por mês. Cuiabá é responsável por aproximadamente 53% das chamadas e Várzea Grande por 25%. “Em relação ao total de atendimentos do Samu, os acidentes de trânsito chegam a representar 51% em média. Daí a importância desse movimento, de campanhas como essa, da parceria com o Ministério Público, para falarmos da violência no trânsito”, afirmou. 

“Dentre os acidentes, os que envolvem motocicletas chegam na ordem de 79%. Não é de causar nenhuma estranheza à população de que moto é o principal elemento responsável por puxar essa estatística para cima”, acrescentou. Ainda segundo a coordenadora do Samu, de janeiro a junho de 2024 houve um aumento de 36% no número de ocorrências atendidas referentes a acidentes de trânsito, em comparação ao mesmo período do ano passado. 

Silvana Kruger explicou que o Samu é um programa do Ministério da Saúde que está ligado ao Gabinete de Regulação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), e que a dinâmica do serviço de atendimento móvel de urgência ocorre por ligação telefônica gratuita para o número 192. E contou que o Samu atende às urgências de natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e de saúde mental da população.

A coordenadora também relatou o passo a passo do atendimento. De acordo com a entrevistada, a ligação é recebida pela equipe de auxiliares técnicos da regulação médica, responsável pelo atendimento inicial e pelo levantamento das primeiras informações. O atendente então passa para o médico regulador, que faz o diagnóstico da situação e orienta o paciente ou a pessoa que fez a chamada. A partir disso, ele toma a decisão se terá que enviar a unidade de resgate ou não. Sendo necessário o deslocamento do resgate, o rádio operador vai localizar e enviar a unidade mais próxima para atender.

O médico socorrista Alexandre Rocha reforçou que, no momento da ligação, é importante que o solicitante esteja ao lado da vítima. “Ele será os olhos dos médicos reguladores”, consignou, destacando que é necessário que o autor da ligação se mantenha calmo para fornecer as informações ao Samu com precisão, especialmente referente ao estado da vítima e ao local do acidente, com ponto de referência para facilitar a localização. “Os médicos reguladores do Samu estão disponíveis 24 horas por dia, nos sete dias da semana, para orientar a população”, assegurou. 

Alexandre Rocha esclareceu que, em caso de traumas causados por acidentes de trânsito, as vítimas na capital são encaminhadas ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e as de Várzea Grande para o Pronto Socorro Municipal, unidades com suporte para cirurgias. “As vítimas são levadas para onde tem cirurgião de plantão para um melhor atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) não possuem cirurgiões”, atestou. 

Por fim, o médico socorrista pediu a colaboração da sociedade. “Liberem a passagem para o Samu no trânsito. Pedimos encarecidamente, pois, se estamos na rua, é porque alguém está precisando da gente”, conclamou. “Outra coisa, a população precisa ter a consciência de que o Samu atende em situações de urgência e emergência. Por isso precisamos de dados precisos e verdadeiros sobre a situação da vítima também”, agregou. 

Assista aqui à entrevista na íntegra. 

Foto: Agência Brasil.
 

Fonte: Ministério Público MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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