Em seu primeiro comício, realizado nesta terça-feira (23) na cidade de Milwaukee, no Wisconsin, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, delineou suas principais bandeiras como possível candidata à presidência e fez críticas ao ex-presidente do país Donald Trump.
“Estou muito honrada e prometo a vocês que, nas próximas semanas, continuarei unindo nosso partido para estarmos prontos para vencer em novembro,” declarou Harris, dando início a sua fala em um evento que marca uma nova fase da corrida presidencial. As informações são da emissora de televisão estadunidense CNN.
A vice-presidente prometeu revogar as medidas restritivas de aborto apoiadas por seu oponente republicano e restaurar as liberdades reprodutivas no país: “Nós, que acreditamos na liberdade reprodutiva, vamos acabar com as leis extremas de aborto de Donald Trump porque confiamos que as mulheres devem decidir sobre seus próprios corpos e não ter o governo dizendo o que fazer,” disse Harris para uma plateia entusiasmada.
Ela colocou, ainda: “e quando o Congresso aprovar uma lei para restaurar as liberdades reprodutivas, como presidente dos Estados Unidos, eu a assinarei”, em crítica direta a Trump.
Ela ainda chamou o candidato republicano de retrocesso e disse que, nas eleições deste ano, “é uma escolha entre a liberdade e o caos”.
Além de abordar a liberdade reprodutiva, um ponto de forte divergência entre os partidos, Harris falou também sobre outros temas, como assistência médica e infantil acessível, liberdade para os trabalhadores se sindicalizarem, licença familiar remunerada, aposentadoria, direito ao voto e segurança contra a violência armada.
Kamala, que agora organiza sua campanha em meio à tensão política causada pela desistência de Joe Biden na última semana, expressou ainda o seu agradecimento ao atual presidente: “É uma grande honra ter o apoio de Joe Biden nesta corrida.”
A visita de Harris a Wisconsin é um ponto estratégico em sua campanha, dado que o estado foi um dos três integrantes do “Blue Wall” (Parede Azul) dos Estados Unidos em 2020, ao lado da Pensilvânia e Michigan, fundamentais para as conquistas do partido nas últimas eleições.
Quem é Kamala Harris?
Logo após anunciar que desistiu de tentar a reeleição nos Estados Unidos , o presidente Joe Biden demonstrou apoio à candidatura de Kamala Harris DoD photo by U.S. Air Force Senior Airman Kevin Tanenbaum
Antes mesmo do mandatário oficializar sua desistência, a atual vice já era tratada como a favorita para assumir o posto de candidata do Partido Democrata. Gage Skidmore from Peoria, AZ, United States of America
A vice-presidente Kamala Harris, que sucederia Joe Biden em caso de morte ou incapacidade, está muito bem posicionada para ser a escolhida dos democratas. Gage Skidmore / Flickr
Filha de pai jamaicano e mãe indiana, foi a primeira mulher e a primeira pessoa negra a se tornar procuradora-geral da Califórnia e, mais tarde, a primeira senadora com família de origem sul-asiática. Gage Skidmore / Flickr
Como procuradora, ela construiu uma reputação de severidade que poderia ser lucrativa em uma campanha em que questões relacionadas à criminalidade pesam muito. Gage Skidmore / Flickr
Alguns progressistas, no entanto, criticam-na por suas penas severas para crimes menores, que afetaram principalmente as minorias. Gage Skidmore / Flickr
Além disso, a vice-presidente, de 59 anos, apresenta índices de popularidade anêmicos, o que pode levar os democratas a optarem por outro candidato. Gage Skidmore / Flickr
Nas últimas semanas, os republicanos ampliaram as críticas contra Harris, já prevendo a desistência de Biden. Gage Skidmore / Flickr
A estratégia de atacar a democrata ficou escancarada durante a Convenção Nacional Republicana , no início desta semana, quando Donald Trump foi oficializado o representante dos republicanos no pleito de novembro de 2024. Gage Skidmore / Flickr
Na ocasião, Harris chegou a ganhar a alcunha de “czar da fronteira”. Gage Skidmore / Flickr
Isto porque, na visão de membros do Partido Republicano, o alto fluxo de imigrantes nos EUA é de responsabilidade da vice-presidente. Gage Skidmore / Flickr
De acordo com lideranças republicanas, o aumento de estrangeiros ilegais está aumentando a insegurança no país. Gage Skidmore / Flickr
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.