Vinte e três estudantes participam, nos dias 16 e 17 de setembro, da semifinal do Festival Voices of School, realizado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT). O evento começa às 13 horas nos dois dias, na Faculdade de Tecnologia Senai MT, em Cuiabá, com entrada grátis.
Maria Bethânia Cardoso de Souza, de 13 anos, da Escola Estadual Professora Vanil Stabalito, é uma das semifinalistas e disse que, embora tímida, está tranquila em apresentar “River Deep, Mountain High”, de Ike e Tina Turner.
“Estou ansiosa, nervosa e, ao mesmo tempo, calma. Estou indo mesmo pela experiência e torcida dos meus colegas de classe. Acredito que a música nos ajuda no desenvolvimento com os estudos e, principalmente, no nosso ¿desenvolvimento pessoal”, conta a estudante.
Kelvin dos Santos Schiani, de 15 anos, da Escola Estadual Militar Tiradentes Presidente Médici, escolheu a música Cheiro de Mar, de José Jr, para a sua apresentação. Ele disse que optou pela música por ela resgatar a memória afetiva dos casamentos e a felicidade das pessoas que participam das festas.
Foto: Rodrigo Fonseca
“Estou apreensivo, pois, o festival irá trazer várias emoções para os competidores e quem estiver assistindo”, relata.
O líder do Projeto Educarte da Seduc, Fábio Lima da Cruz, ressalta que o Voices of School não é apenas uma competição, mas uma oportunidade para os estudantes demonstrarem seus talentos e se conectarem ainda mais com a comunidade escolar.
“Todos vão subir ao palco e cantar ao vivo pela primeira vez. É natural que estejam apreensivos”, diz.
Ele contou que os participantes tiveram três dias intensivos de ensaios com a banda Volume e puderam afinar suas habilidades e preparar suas apresentações.
“Cada competidor terá até cinco minutos para brilhar no palco. A inclusão de alunos do Ensino Fundamental, Médio Regular e Educação de Jovens e Adultos (EJA) amplia a diversidade de talentos que será exibida no evento”, explicou Fábio.
¿A cantora e jornalista Nathalia Lorentz, que fará a apresentação do Voices of School, destaca que a importância da música transcenderá as performances no festival, agregando valor ao crescimento dos estudantes.
“Será uma experiência incrível ouvir os estudantes cantando vários gêneros, mesmo para mim que estou acostumada aos palcos da Cia Sinfônica”, avalia.
Na lista de jurados estão as cantoras Lorena Ly e Tay Rodrigues, ex-participantes do The Voice Brasil, além do renomado baixista e produtor cultural, Gui Mamute.
“A troca de emoção e experiências por meio da música tem o potencial de criar memórias duradouras para todos os envolvidos. Espero que o festival cultive um ambiente de celebração e descoberta de novos artistas, contribuindo para o fortalecimento da cultura musical entre os jovens”, falou Gui.
Criado em 2013, o programa ‘Justiça em Estações Terapêuticas e Preventivas’, desenvolvido pelo Jecrim de Várzea Grande e parceiros, serviu de inspiração para o Conselho de Supervisão dos Juizados Especiais, criar a portaria n.º 3/2024. O regulamento prevê um protocolo de atendimento humanizado a quem portar cannabis sativa para consumo pessoal. O objetivo é acolher quem usa a substância e também seus familiares, conforme as necessidades apresentadas.
A medida atende ao Tema 506 do Supremo Tribunal Federal (STF), que orienta para a aplicação de advertência e/ou medidas educativas, a quem estiver de posse de até 40g ou 06 plantas fêmeas de cannabis sativa.
“O Justiça em Estações Terapêuticas e Preventivas foi catalogado exatamente nesse sentido. É exatamente pensar todo o sistema de atendimento, não só a pessoa dependente química, mas aos familiares. Sabemos haver um impacto direto na vida da família em decorrência da dependência química”, explica a juíza Amini Haddad Campos, idealizadora do programa.
A partir da portaria n.º 3/2024, o modelo iniciado em Várzea Grande poderá ser replicado em todo o Estado. Uma estrutura que estará no escopo das opções de decisão para os magistrados dos juizados especiais criminais poderão trabalhar.
“Por determinação do STF, os juizados especiais criminais serão os responsáveis pelo julgamento das condutas classificadas com porte de drogas sem autorização para consumo. No entanto, não tínhamos um procedimento regulamentado em lei, então propomos criamos um roteiro, conforme as diretrizes apontadas na decisão do STF: um atendimento acolhedor e humanizado”, recorda o juiz Hugo José Freitas da Silva, do Juizado Especial Criminal de Várzea Grande (Jecrim). O magistrado e o juiz Agamenon Alcântara Moreno Júnior são autores da proposta que deu origem à portaria.
A normativa dá caminhos aos magistrados que poderão recomendar encaminhamentos à saúde pública; cursos de capacitação para reinserção ao mercado de trabalho, dentre outros.
Em Várzea Grande, após as audiências, os usuários são encaminhados ao Núcleo Psicossocial Atendimento Humanizado. “Caso essa pessoa compareça, terá todo acolhimento necessário e isso inclui seus familiares. São várias as situações: pode ser uma mãe que está usando droga e os filhos estão um pouco a mercê, precisamos pensar em quem cuidará dessas crianças e tratar essa mãe. Pode ser um pai desempregado, que será encaminhado para algum curso profissionalizante e inserido no mercado de trabalho. A partir dai entram as parcerias e programas”, descreve o juiz Hugo Silva.
Uma dos programas é o ‘Estações Terapêuticas e Preventivas, que nasceu da parceria entre o juizado Especial Criminal do Município, o próprio Município e o Centro Universitário Univag. “É uma satisfação saber que um projeto como esse que ampara vidas, familiares, que sofrem em decorrência de uma condição de dependência química, poderá ser replicado conforme a realidade de cada município. A partir desses perfis, surgem as parcerias e seja construída uma rede pensada para a assistência e atendimento familiar. Esta é uma abordagem benéfica para toda a comunidade”.