Connect with us

MATO GROSSO

A linguagem do ausente

Publicado

em

Meu passo retrocede quando os de vocês avançam. Anda em meu sangue um rio que quer o oceano, mas não tem pressa para chegar, nem quer chegar, só quer meandros. 

Só assim liberto minha voz, só assim escapo do que eles querem (não sabem o que querem), tentando pegar dos demais a força e a vida esquecida no interior deles, já não criam amor. 

A aparência preocupada – plásticas, as falas prontas e discursos de algibeira – palavras ocas, não sendo fortes o bastante, não escondem a miséria real. Não escondem o medo, o vazio e o desespero de ter e parecer. 

Nunca dominaremos a natureza – nós somos natureza – será sempre construção transitória e limitada. Não adianta a prepotência deles, dispostos a derrubar e acostumados a se esconder. O medo de si mesmos, de sua própria vacuidade. A realidade – a imaginação – é forte demais. 

O amor vem das coisas pequenas, do pouco, da pouca bagagem. A gente se despede, insensivelmente, das pequenas coisas, essas sementes de imensidão. Elas reanimam origens, renovam e redobram a alegria, tornam-se oceânicas sem nem ter um oceano. 

Se você não saboreia com pouco, não vai saborear com muito, não importa o tanto da sua meta, não importa o tanto de coisas que você quer com a sua meta. As coisas tendem a roubar a nossa liberdade. 
Escrever para mim é procurar. Mesmo sem ter, me alegro, para quando encontrar, não entristecer. 

Thiago de Mello me ensinou que… nasce o barqueiro quando o barco afunda. A viagem quem a faz é o barqueiro. O barqueiro é o que nasce. Ele disse que nascer jamais será chegar, pois todos chegam, barqueiros como barcos. Nascer é desvelar-se. É ter-se e dar-se. É ser-se dono e servo, inteiramente. Nascer é renascer. 

Amigo leitor, não deixe nunca os bens, o dinheiro e o poder tomarem a sua liberdade. “Amar é a gente querer se abraçar com um pássaro que voa”.

*Emanuel Filartiga Escalante Ribeiro é promotor de Justiça em Mato Grosso

Fonte: Ministério Público MT – MT

Continue Lendo

MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

Publicado

em

Por

A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

Continue Lendo
WhatsApp Image 2024-03-04 at 16.36.06
queiroz

Publicidade

Câmara de Vereadores de Porto Esperidião elege Mesa Diretora