Ao reler Joaquim Nabuco e Laurentino Gomes nos apercebemos como a herança escravagista ainda marca o nosso país. Na administração federal anterior, marcada pelo apoio da parte mais retrógrada do Brasil ao então governo, se viu que a luta por uma nação respeitada e civilizada ainda não terminou pois temos pessoas que ainda vivem no século dezenove.
A batalha de Nabuco ainda não terminou, infelizmente, e segue atual sendo uma das frentes de conflitos maiores do presidente Lula.
Setores da nossa sociedade ainda são arredios à reforma agrária e à ajuda ao negro, proporcionando-lhe educação e preparo técnico para os vários tipos de trabalho.
Essa competição entre civilização e barbárie por incrível que pareça nos faz pensar novamente em 2023 nos textos de Nabuco e sobretudo no seu livro o Abolicionismo.
Laurentino Gomes em sua obra também não nos deixa esquecer essa herança maldita que nos persegue por tanto tempo. Parece incrível que ainda hoje tenhamos de nos preocupar com essa chaga que entrava o desenvolvimento econômico e social de nossa terra e fundamenta a enorme desigualdade social que vivemos causa de tantos males.
Na época alguns classificaram essa obra de Nabuco como veículo de propaganda mas na verdade hoje o livro é tido como uma obra prima das ciências sociais brasileiras.
Foi marco fundador desse debate que permanece atual entre a inteligência nacional esclarecida e o pensamento retrógrado e conservador ainda hoje de alguns brasileiros que até se dizem patriotas ironicamente.
A tentativa de golpe do último oito de janeiro se insere nessa discussão em pleno século vinte e um .Os setores civis e militares que apoiaram o golpe tem de ser punidos sob pena de vermos no futuro o recrudescimento desse grupo inimigo da Democracia.
Escapamos por pouco da vitória da barbárie e espero que isso nos sirva de lição para que nunca mais voltemos a Ditadura. Será que um dia esses grupos autoritários vão entender que sem desenvolvimento social não há desenvolvimento econômico?
Esses dois Brasis , como dizia Lambert , poderão se reconciliar e caminhar juntos na mesma direção?
Essa é uma das inúmeras tarefas que o governo do presidente Lula tem pela frente ou seja a reconciliação dos contrários e na qual creio se empenhará com afinco durante os seus quatro anos de mandato.
A lição fundamental de o Abolicionismo é a justa compreensão do escravismo, do seu caráter perverso , capaz de subverter o trabalho o transformando em vergonha e não em atividade digna e respeitável.
Laurentino Gomes em sua obra igualmente não nos deixa esquecer esse legado maldito como o fez brilhantemente em recente entrevista à televisão do Senado Federal.
Juntos Nabuco e Gomes se mostram tremendamente atuais neste momento em que a Democracia no sete de setembro deste ano celebrou a sua vitória sobre o atraso, a barbárie e o rancor.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.