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MATO GROSSO

A comunidade e a defesa do patrimônio público

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Para dinamizar as ações voltadas à preservação do patrimônio público, é  importante a adoção de rotinas que incentivem a participação da sociedade na busca desse mister que requer, além de medidas voltadas para conscientização coletiva da matéria, a atualização permanente dos métodos de controle e acompanhamento da gestão pelo cidadão, em uma perspectiva positiva, fundamentada no princípio de cogestão coletiva das políticas públicas. 

Nesse contexto, é preciso construir padrões que contraponham, como pressuposto, a visão equivocada de alguns, que atribuem as atividades de preservação do patrimônio público e cultural como afetas, exclusivamente, aos integrantes da administração pública. 

Não há dúvida que gestores públicos e integrantes da estrutura administrativa, exercem papel fundamental nessa tarefa. Porém, o crescimento dos núcleos habitacionais com o aumento significativo da população e as características próprias da sociedade de consumo, facilitando cada vez mais o acesso a bens e serviços, requerem o compartilhamento das medidas afetas à gestão do patrimônio público com toda a sociedade, pois, além da aquisição de produtos e contratação de serviços em sintonia com as regras definidas para esse fim, é relevante, também, a difusão das razões e dos recursos empregados para execução das propostas e as evidências da utilidade e preservação da matéria em cotejo. Conhecendo esses pressupostos, a tarefa de coparticipação produtiva é facilitada. 

A Constituição da República norteia o controle social e destarte, a participação comunitária na cogestão de políticas públicas. Esse respaldo, permite o desenvolvimento de padrões inovadores e a interatividade, através dos atuais meios de comunicação para alcançar os resultados almejados. A difusão continuada de informações e discussão coletiva sobre o tema, enseja maior conscientização e resulta, inclusive, na possibilidade de legar às gerações futuras, critérios gerenciais mais acurados para a preservação do patrimônio físico e cultural. 

A visão de cogestão comunitária do Patrimônio Público, não se restringe à mera atenção para eventuais desconformidades, denunciadas, em regra, em redes sociais; canais abertos de comunicação ou mesmo endereçadas aos órgãos de controle ou gestores de plantão. O tema em questão precisa integrar a rotina da comunidade. As associações comunitárias, por meio de seus dirigentes podem nortear ações proativas, inserindo autoridades, meios de comunicação, estudiosos da matéria, dentre outros, em encontros, reuniões, audiências públicas, etc., onde moradores e empreendedores de determinada área possam debater o assunto de forma construtiva, lúdica e não apenas reativa à eventuais negligências. 

O pré-requisito material para essa argumentação, é o conhecimento coletivo do patrimônio pela comunidade, facilitando a definição das prioridades com fundamento nos dados sobre a realidade local. Para tal escopo, os atuais instrumentos disponíveis à comunidade poderiam transmitir as informações relativas ao acervo público, de forma setorizada, por bairros, distritos ou regiões, inclusive na perspectiva histórica e cultural. 

Na vida privada, é comum as tratativas familiares ou em grupos de amigos sobre qual legado deixar para os filhos; onde é o melhor local para se adquirir um imóvel; que marca de veículo comprar, etc. Essa mesma discussão, no que concerne ao acervo público, precisa ser reproduzida no ambiente comunitário. Só assim é possível ter a noção da importância de um local para a coletividade, propiciando, por exemplo, momentos de lazer e esportes e, indiretamente, melhores condições de saúde para as pessoas. Isso, requer o envolvimento, de algum modo, no propósito de se construir a unidade, a visão utilitária e ampliada do seu valor e a disposição em acompanhar a sua existência.

Sim. Esse acompanhamento demanda o comprometimento contínuo com o zelo do ambiente público, mas precisa ser embasado, também, no conhecimento do local, inteirando-se do que efetivamente representa; quais os valores que se busca preservar; quem está diretamente envolvido com a sua preservação, etc. E as atitudes voltadas para a conservação do patrimônio precisam ser extensivas a todas as pessoas e cenários da vida cotidiana. Da pessoa mais humilde à mais abastada; do trabalhador ao empresário e da criança ao idoso. No trabalho; esporte; lazer; escola e nos diversos segmentos religiosos.

Por isso, preservação do Patrimônio da Comunidade deve ser pauta de discussão em família; nas igrejas; nas associações; nas festas comunitárias e na reprodução formal e informal do conhecimento, por meio de cartilhas, folhetos, placas e documentos. 

Como disse, não basta discutir eventuais desconformidades. Quando alguém depreda uma praça ou desrespeita qualquer patrimônio público, as regras do Estado Democrático indicam que deve ser responsabilizado por isso e tem-se, na hipótese, uma notícia de jornal. Mas quando se almeja incutir o escopo de não destruir aquele local, todos que estão direta ou indiretamente envolvidos, precisam participar do debate e ter a oportunidade de sugerir alguma medida, visando atingir o fim colimado.

Por mais simples que seja a colaboração comunitária, destinada à efetiva preservação do Patrimônio Público é fundamental que haja a incorporação do conceito da impossibilidade de zelar por todas as mazelas, apenas com a estrutura oficial de fiscalização e acompanhamento. Não há como se destinar um fiscal para ficar 24 horas por dia, em cada unidade pública e exigir que se desincumba de sua tarefa com eficiência. Também, não é possível realizar esse trabalho ou contribuir para sua execução, apenas disseminando as intercorrências sem se ater ao real desiderato almejado que é a efetiva preservação da unidade. 

Por isso, no desafio proposto, além de reagir às desconformidades constatadas, é indispensável que o cidadão incentive e participe da construção de alternativas para evitá-las. 

Situando a sugestão apontada nos parâmetros atuais, é substancial dar um fim utilitário nas redes sociais. Ou seja, ao invés de se disseminar a irregularidade, que tal apontar com orgulho a regularidade? Acho que se retrocedermos na história veremos que aqueles que pensavam diferente, legaram ao mundo monumentos; línguas; cultura, etc., enquanto alguns, sem qualquer compromisso com o destino da humanidade se prestaram a destruir esse patrimônio por falta de cuidado; em atitudes individuais ou mesmo desencadeando guerras e movimentos que destruíram a vida e o patrimônio de muitos. Grosso modo, ainda vimos vários desses cenários em repetição.

Na efetividade do processo de envolvimento comunitário na cogestão do patrimônio público, a estrutura da administração e as organizações sociais, precisam adotar como rotina, a discussão coletiva das demandas e a real capacidade para atendê-las, construindo, destarte, soluções consensualizadas, de curto, médio e longo prazos, repercutindo na redução das iniciativas litigiosas, em regra infrutíferas, para dirimir conflitos decorrentes de desconformidades na execução das políticas públicas. 

Há inúmeras possibilidades para transformar esse cenário em realidade. A primordial, todavia, é inserir o coletivo representado, no contexto de todas as fases da medida em construção. Essa é a missão reservada aos líderes comunitários nos tempos modernos que devem, para o pleno exercício da missão, articular proativamente com os gestores, visando atingir o fim colimado.

*Edmilson da Costa Pereira é procurador de Justiça em Mato Grosso. 

Fonte: Ministério Público MT – MT

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MATO GROSSO

Dia da Árvore: população pode pegar mudas de árvores em empresas, shoppings e órgãos públicos

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Em comemoração ao Dia da Árvore, celebrado no dia 21 de setembro, o Programa Verde Novo, do Poder Judiciário de Mato Grosso, está promovendo ações de distribuição de mudas em empresas, shoppings e órgãos públicos de Cuiabá para que a população pegue mudas de árvores nativas e frutíferas e plantem onde quiserem. 
 
Nesta quinta-feira (19 de setembro), foram distribuídas mudas na Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), Senai e Justiça Federal. Ao todo, serão distribuídas mais de 3 mil mudas. 
 
Nessa sexta-feira (20 de setembro), serão distribuídas 300 mudas de jatobá, aroeira, ingá, gonçaleiro e ipê na empresa Carvalima, localizada no Parque Cuiabá, na Capital. 
 
No Shopping Estação também haverá distribuição de 500 mudas aos clientes que estiverem passando pelo centro de compra, no piso G2. Para o gerente de marketing, Deucimar Serra, celebrar o Dia da Árvore em parceria com o Programa Verde Novo é muito gratificante. “Essa ação é de grande importância para o processo de expansão da arborização da nossa cidade e melhoria da qualidade de vida da população. Receber o projeto aqui no shopping acaba facilitando para muitas pessoas que têm interesse em receber mudas de árvores”, destaca. 
 
No Pantanal Shopping, a distribuição será nos dias 20 e 21, das 13h às 21h, na Sala da Sustentabilidade, no piso 1, e no Fraldário, localizado no piso 2, com 500 exemplares de amora, acerola, goiaba e ipê. 
 
A ação tem como finalidade mobilizar a sociedade para o plantio e manutenção de árvores na Capital, visando alcançar índices de arborização satisfatórios que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população, através da redução da sensação térmica e do aumento da umidade relativa do ar. 
 
A gerente de marketing, Daniela Rossi, destaca que “o respeito ao meio ambiente é algo presente em nossa rotina e operações, o que é, posteriormente, transmitido aos lojistas, buscando atender todo o nosso entorno. O Dia da Árvore é apenas uma de várias ações que realizamos para o público, com a visão de que, aos poucos, cada um pode fazer a diferença. O projeto Verde Novo é mais uma vez um grande parceiro. Todos estão convidados para participar”. 
 
#Paratodosverem 
Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Descrição de imagem: foto vertical colorida da distribuição de mudas na Sefaz, com uma mulher pegando uma muda que é entregue por um rapaz. Há paredes azuis e teto branco da repartição pública, com uma fila de pessoas escolhendo suas mudas, que estão no chão. 
 
Mylena Petrucelli 
Coordenadoria de Comunicação Social do TJMT 
imprensa@tjmt.jus.br
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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