A Ucrânia suspendeu na terça-feira (23) os serviços consulares para homens em idade militar no exterior, exceto para aqueles que retornam à Ucrânia, informou uma linha de ajuda do governo, em meio a um esforço para aumentar o recrutamento para a guerra contra a Rússia.
A Ucrânia enfrenta uma escassez de soldados no campo de batalha contra um inimigo maior e mais bem equipado, quase 26 meses desde que a Rússia lançou sua invasão em grande escala.
O ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse no X que havia ordenado que medidas fossem tomadas para restaurar o que ele descreveu como tratamento justo para homens em idade de mobilização.
“O que parece agora: um homem em idade de alistamento foi para o exterior, mostrou ao Estado que não se importa com sua sobrevivência e depois vem e quer receber serviços desse Estado”, afirmou ele.
“Isso não funciona dessa forma. Nosso país está em guerra.”
Kuleba disse que o Ministério das Relações Exteriores esclarecerá em breve o procedimento para que homens em idade militar obtenham serviços consulares.
O banco de dados do Eurostat estima que cerca de 4,3 milhões de ucranianos foram registrados em países da União Europeia em janeiro de 2024, dos quais cerca de 20% são homens adultos, aproximadamente 860 mil pessoas.
A medida de Kuleba parece estar ligada a uma nova lei muito debatida que visa melhorar e acelerar a forma como os militares mobilizam civis para as Forças Armadas.
A lei, que entrará em vigor no próximo mês, exigirá que todos os homens em idade militar se apresentem aos escritórios de recrutamento para atualizar seus documentos, remotamente ou pessoalmente, no prazo de 60 dias. Os homens em idade militar no exterior precisarão desses documentos para receber serviços consulares.
“Permanecer no exterior não isenta o cidadão de seus deveres para com a pátria”, disse Kuleba.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.