A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) assinou a ordem de serviço para o início das obras de um Complexo Viário na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. A obra receberá um investimento de R$ 62,8 milhões e prevê a realização de três obras no entorno da trincheira Jurumirim.
Com a assinatura da ordem de serviço, o Consórcio Complexo Leblon, vencedor da licitação, irá começar a preparação do canteiro de obras. A primeira ação prevista é a sinalização e melhorias das rotas de desvio que serão necessárias para a construção da obra.
Neste primeiro momento, não haverá interdições no local. Segundo o plano de trabalho, a previsão é que os desvios comecem a ser utilizados dentro de 45 dias, quando será preciso fechar a rotatória da Rua Boa Vista, na Avenida Miguel Sutil.
As rotas alternativas serão divulgadas pela Sinfra-MT antes da interdição.
Entenda a obra
O Complexo Viário será composto por três intervenções na Avenida Miguel Sutil e entorno.
A primeira é a escavação de uma nova trincheira na altura da Rua Boa Vista, que dá acesso ao bairro Jardim Leblon e depois à Avenida Archimedes Pereira Lima. A trincheira será construída em um dos lados da Avenida Miguel Sutil, na pista sentido Coxipó-Rodoviária. Ao mesmo tempo, será feita a duplicação da Rua Boa Vista.
Com isso, os motoristas que quiserem seguir pela Avenida Miguel Sutil poderão dirigir pela parte inferior da nova trincheira, sem precisar parar no semáforo existente naquele ponto. Deverão trafegar por cima da trincheira apenas quem quiser acessar a Rua Boa Vista.
Na pista sentido Rodoviária-Coxipó, não haverá intervenção. Quem quiser entrar na Rua Boa Vista deverá acessar o retorno pela parte superior da trincheira. O objetivo é eliminar o congestionamento nesse cruzamento.
Com a duplicação da Rua Boa Vista, será possível sair da Avenida Arquimedes Pereira Lima e chegar até a Miguel Sutil por esse caminho. A medida irá ajudar a desafogar o trânsito dentro do Jardim Leblon e em outros acessos à Miguel Sutil, como o da Avenida dos Trabalhadores.
Alargamento do viaduto e construção de elevado
A segunda intervenção será o alargamento do viaduto sobre a Avenida do CPA e a construção de um pequeno elevado sobre a Miguel Sutil, permitindo que os motoristas saiam da trincheira Jurumirim e possam pegar o acesso à Avenida do CPA.
Atualmente, quem dirige pela trincheira tem apenas a opção de seguir reto pela Avenida Miguel Sutil. Quem quer descer para a Avenida do CPA precisa percorrer toda a parte superior da Trincheira Jurumirim, passando por duas rotatórias.
Por isso, o viaduto sobre a Avenida do CPA será alargado dos dois lados, com a inclusão de uma terceira pista. Ao mesmo tempo, no fim da parte superior da trincheira, no sentido de quem vai para a Rodoviária, será construído um pequeno elevado.
Com isso, quem está na parte de cima e deseja seguir pela Avenida Miguel Sutil irá seguir por este viaduto. Quem vem por dentro da trincheira poderá cruzar por baixo do elevado e pegar o acesso até a Avenida do CPA.
Trincheira da Trigo Loureiro
A terceira obra é uma trincheira por baixo da Avenida Miguel Sutil, na altura da Rua Desembargador Trigo Loureiro. Essa mudança também irá impactar o trânsito na Avenida do CPA.
Atualmente, quem está na Avenida do CPA, sentido Bairro-Centro, precisa fazer o retorno em frente ao Hotel Taiamã para acessar a Miguel Sutil em direção ao Coxipó, gerando um grande ponto de congestionamento.
A proposta é eliminar esse retorno. Quem segue pela Avenida do CPA, sentido bairro – centro, deverá acessar a Avenida Miguel Sutil pelo acesso ao lado da Academia Smart Fit, para então acessar a trincheira da Trigo Loureiro e acessar a pista com sentido ao Coxipó.
O prazo dado para execução dos serviços é de 540 dias.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.