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MATO GROSSO

Prova do Exame Nacional da Magistratura é realizada em Cuiabá para bachareis em Direito

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A primeira edição do Exame Nacional da Magistratura (Enam) ocorreu nesse domingo (14 de abril) para 462 candidatos (as) que compareceram à Faculdade Invest, em Cuiabá. O seletivo tem caráter eliminatório e funciona como um pré-requisito para a inscrição em concursos da magistratura promovidos pelos Tribunais de todo o país. Uma comissão, formada por quatro membros do Judiciário, três de Mato Grosso, acompanhou a realização da prova na capital.
 
A juíza auxiliar da presidência do TJMT, Viviane Rebello, representante do Poder Judiciário de Mato Grosso durante a realização do Enam, afirmou que a prova vai funcionar como uma peneira para que os candidatos mais aptos possam se tornar juízes e juízas e assim, elevar ainda mais a qualidade dos serviços prestados pelo Judiciário à população.
 
“Em regra, os concursos para magistrados já são muito difíceis. O nível de quem passa é altíssimo. O Enam vai selecionar ainda mais os candidatos e, assim, somente quem estiver efetivamente dedicado a passar no concurso, conseguirá ser aprovado”, explicou a magistrada.
 
Ela disse que as pessoas que fizeram a prova podem esperar por um novo concurso em breve. “O Tribunal já está tomando providências internas para a contratação de uma empresa para a realização do próximo concurso para juízes e juízas de Mato Grosso. Naturalmente, precisamos aguardar o resultado do Enam, mas a decisão de fazermos um novo concurso já foi tomada.”
 
A prova teve duração de cinco horas e a juíza Viviane Rebelo esteve durante todo o tempo acompanhando e dando suporte logístico aos membros da Comissão designada pela Fundação Getúlio Vargas (FVG), que aplicou a prova, os magistrados de Mato Grosso: juiz de Direito Antônio Veloso Peleja Junior (TJMT) e o juiz federal Ciro José de Andrade Arapiraca (STMT) fizeram parte da comissão que teve a participação também do juiz de Direito Alexandre Jorge Cunha Filho (TJSP) e a juíza do Trabalho, Leda Borges de Lima (TRT23).
 
Para a coordenadora de Magistrados do TJMT, Renata Tirapelle, o objetivo do exame é nivelar a qualidade dos magistrados no Brasil. “A qualidade dos nossos magistrados já é de excelência, mas, a partir de agora, a prova está nivelada em todo o país. Tanto que foram cobradas questões como Humanística e Direitos Humanos. Eles serão habilitados já em grau bem alto com essa prova, para que possam fazer os concursos de acordo com cada Tribunal. No final, o maior beneficiado será o jurisdicionado, que receberá uma prestação de serviços jurisdicional de excelência e extrema qualidade”.
 
O processo seletivo é organizado pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam). Nessa primeira edição, foram 39.859 pessoas inscritas no país. Destas, 32.168 fizeram a prova objetiva. O número de abstenção foi de 7.686, cerca de 19%. Do total de inscritos na prova 8.017 são pessoas negras, 1.328 são pessoas com deficiência e 49 são pessoas indígenas. A região Centro-Oeste contou com 6.020 pessoas inscritas, sendo 628 no Mato Grosso. A abstenção no Estado foi de 26%. De acordo com a FGV, o percentual é considerado normal para concursos.
 
O EXAME – A prova foi instituída pela Resolução nº 531/2023, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e as regras para a realização do certame foram estabelecidas na Resolução nº 07 da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam). Ao todo, são 80 questões de múltipla escolha sobre Direito Constitucional, Direito Administrativo, Noções Gerais de Direito e Formação Humanística, Direitos Humanos, Direito Processual Civil, Direito Civil, Direito Empresarial e Direito Penal.
 
O Exame será aplicado duas vezes por ano. A certificação dos habilitados terá validade por dois anos, podendo ser prorrogada por mais um período igual. Será considerada habilitada a pessoa que acertar 70% da prova; para pessoas autodeclaradas negras, indígenas ou com deficiência, o percentual mínimo de acertos é de 50%.
 
Com o Enam, o CNJ busca assegurar que os processos seletivos para a magistratura ocorram de forma a valorizar o raciocínio, a resolução de problemas e a vocação para a magistratura, além de democratizar o acesso à carreira, tornando-a mais diversa e representativa.
 
RESULTADO – A publicação do gabarito oficial ocorrerá nesta terça-feira, 16 de abril, no website da FGV Concursos, banca organizadora do certame. O prazo para interposição de recursos será de 17 a 19 do mesmo mês. No dia 28 de maio será divulgado o resultado definitivo da prova objetiva.
 
A segunda edição de 2024 ocorrerá em outubro, em todas as capitais.
 
Marcia Marafon
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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