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MATO GROSSO

Superação: estagiário autista do Poder Judiciário de MT fala sobre desafios no ambiente de trabalho

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No mês em que se comemora o Dia Mundial e o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo (2 de abril), o Poder Judiciário de Mato Grosso compartilha uma história de superação. O estagiário do Núcleo de Justiça Digital dos Juizados Especiais (Núcleo 4.0), Luis Eiji Ohashi Neto, foi diagnosticado dentro do espectro autista, nível de suporte 1, que afeta a capacidade de se socializar e de se comunicar com eficiência. Estudante do 7º semestre da faculdade de Direito, compõe, há mais de um ano, o quadro de estagiários do Núcleo 4.0, ligado à Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso.
 
Ele é responsável por receber todas as petições do setor, fazendo um check list inicial do processo. “Escolhi Direito, pois me inspira e serve para fundamentar melhor meus argumentos quando eu estiver em uma situação de conflito, por exemplo. E com esse curso eu busco a estabilidade, essa é a minha prioridade no momento”, argumentou.
 
Ele conta que este é seu primeiro estágio e que foi bem recebido pelos colegas. “Eu não sou muito daquele tipo que gosta de interagir. O chefe foi bem legal comigo ele, ele é meio ‘Big Brother’, sempre olhando a gente. Eu gosto dos meus colegas, mas sei que tenho problemas com a socialização. Eu não sou de falar muita coisa e mesmo assim consegui me adaptar. Acho que me sentiria mais confortável no ambiente de trabalho se conseguisse criar um vínculo social”, imagina.
 
O gestor do Núcleo de Justiça Digital dos Juizados Especiais, Marcos Girão Júnior, acompanha o dia a dia de Luis e destaca as competências do estagiário. “A princípio achamos que seria um desafio acolher o Luis em nossa equipe, mas o jeito dele nós conquistou. Nos acostumamos a trabalhar com a literalidade dele e com tamanha dedicação, pois ele é extremamente eficiente no que está fazendo”, pontuou.
 
Luis revelou que ao finalizar o curso de Direito, tem interesse em cursar algo voltado para o desenho gráfico, uma segunda ocupação em razão da predileção por impressões 3D, inspiração essa que vem do gestor do Núcleo. “Eu gosto desses trabalhos que o Marcos faz, veja essas esculturas. Ele conseguiu fazer até um dragão. Aquele dragão ali é lindo. Pode ser que eu não seja um artista, mas pode servir como um hobby interessante”, comenta.
 
Para o corregedor-geral da Justiça de Mato Grosso, desembargador Juvenal Pereira da Silva, a diversidade da equipe é essencial para a construção de um time que atenda toda sociedade de maneira efetiva, ao passo em que todos se sintam representados e acolhidos no ambiente Judiciário. “A diferença é solo fértil para o pensamento, para termos outra visão de mundo que não seja a nossa. Eles nos ensinam muito diariamente, com a transparência e literalidade nas ações e palavras, além de serem extremamente competentes. Aqui temos espaço para a diversidade, para a inclusão no mercado de trabalho, todos são bem-vindos”, declarou o desembargador.
 
No Brasil, não há números de prevalência de autismo, os estudos de prevalência da condição são escassos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) incluiu uma pergunta sobre autismo no questionário da amostra do Censo Demográfico 2022. No entanto, os resultados ainda não estão disponíveis.
 
Porém, conforme dados do Centro de Controle de Prevenção e Doenças (CDC), do governo dos Estados Unidos, a cada 36 crianças de 8 anos americanas uma é autista, representando 2,8% daquela população. Se a mesma proporção for feita com a população brasileira, o país teria cerca de 5,9 milhões de autistas.
 
O autismo é uma condição relacionada ao desenvolvimento do cérebro e afeta aspectos da comunicação, linguagem, comportamento e interação social, que é classificado em três níveis: Nível 1: quando o indivíduo precisa de pouco suporte, Nível 2, cujo grau de suporte necessário é razoável e, o Nível 3, considerado severo e necessitando de muito suporte.
 
Para saber: a Lei 12.764/2012 institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e determina que a pessoa autista seja considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais. A lei também define que os estabelecimentos públicos e privados poderão utilizar o símbolo mundial da conscientização sobre o transtorno do espectro autista – a fita quebra-cabeça, para identificar a prioridade devida às pessoas autistas.
 
#Paratodosverem. Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Descrição de imagem: Foto 1: Luis está sentado em frente ao computador. Ele veste uma camiseta verde clara, usa óculos e tem traços orientais.
 
Gabriele Schimanoski
Assessora de Comunicação da CGJ-TJMT
 
 
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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