Após acusações de tortura contra os quatro presos que seriam os integrantes do Estado Islâmico responsáveis pelo ataque em Moscou que matou 137 pessoas em uma sala de concertos, o Kremlin disse apenas que “as investigações estão em andamento”.
Dmitri Peskov, porta-voz do presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu a declaração em resposta a um jornalista em uma coletiva de imprensa: “Você está fazendo uma pergunta relacionada ao progresso das investigações. Não comentamos de forma alguma, não temos o direito de fazê-lo. Aqui, é claro, instamos você a confiar nas informações que vêm de nossas forças de segurança”.
Após a insistência na questão sobre “sinais visíveis de violência” e possíveis torturas, ele disse: “Deixo essa pergunta sem resposta”. Peskov ainda acrescentou que Putin não pretende visitar o local do ataque, e informou que “não há contatos com o Ocidente” sobre o ataque.
Outra pergunta evitada por Peskov foi um questionamento sobre se o massacre no Crocus City Hall representava um fracasso dos serviços de inteligência russos: “Atualmente, há muitos conteúdos online emocionais, histéricos e provocativos. Claramente, essa monstruosa tragédia provoca muitas emoções, mas infelizmente nosso mundo mostra que nenhuma cidade ou país pode estar completamente imune à ameaça do terrorismo”.
O representante do Kremlin alertou os russos sobre tentativas de recrutamento de grupos terroristas nas redes sociais, por perfis anônimos: “As pessoas devem estar vigilantes e conscientes da ameaça desses atos provocativos”.
Ainda sobre a integridade dos presos, o vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, reabriu o debate sobre a restauração da pena de morte para terrorismo: “Eles foram capturados. Parabéns àqueles que os pegaram. Eles deveriam ser mortos? É necessário. E será. Mas é muito mais importante matar todas as pessoas envolvidas. Todos. Quem pagou, quem simpatizou, quem ajudou. Devemos matar todos eles”.
Fotos publicadas na imprensa internacional mostram os homens apontados como terroristas com os rostos machucados, inchados e com cortes. Um deles foi levado ao tribunal em cadeira de rodas, e outro parece ter um grande ferimento na orelha, que, segundo veículos de imprensa, teria sido cortada. Em uma das imagens, um homem aparece deitado no chão, aparentemente ligado a um dispositivo de choque pelos genitais.
Sobre os temores de uma escalada no conflito, também nesta segunda-feira (25) a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, disse acreditar que “o clima não mudou”: “Devemos continuar fazendo o nosso trabalho, que é a capacidade de dissuasão que a Europa e o Ocidente foram capazes de estabelecer. Eles são realmente a melhor garantia de que não haja escalada. Se tivéssemos que nos assustar com as declarações de Putin, já estaríamos assustados há muito tempo”.
Já o Conselho de Segurança da ONU observou um momento de silêncio em memória das vítimas dos ataques, antes de votar e aprovar uma resolução sobre o cessar-fogo em Gaza. (ANSA).
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.