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MATO GROSSO

Atuação estratégica do MPMT no enfrentamento à violência é destacada

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A importância do trabalho em rede no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher e a expansão de um modelo de atuação consolidado a partir do Planejamento Estratégico Institucional do Ministério Público do Estado de Mato Grosso foram os principais assuntos da entrevista desta segunda-feira (18) da campanha #JuntosPorElas. O tema foi abordado pela subprocuradora-geral de Justiça de Planejamento e Gestão do MPMT, Hellen Uliam Kuriki, e pela promotora de Justiça titular da 3ª Promotoria de Justiça Criminal de Barra do Garças (a 509km de Cuiabá), Luciana Rocha Abrão David. 

Na abertura do programa, a subprocuradora Hellen Kuriki reforçou a relevância da temática do enfrentamento à violência doméstica e enfatizou que se trata de um problema social grave, que pertence à esfera pública e não privada. “O enfrentamento à violência contra a mulher é algo que interessa a toda a sociedade e devemos fazê-lo com estratégias. É disso que viemos falar, de um trabalho interinstitucional que tem o poder de romper com esse ciclo, sensibilizar a coletividade e estimular a denúncia”, afirmou.

Hellen Kuriki explicou que a Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica Contra a Mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia despontou como referência no enfrentamento à violência em Mato Grosso, recebeu diversos prêmios e inspirou a administração superior do MPMT a expandir esse modelo de atuação, a partir de 2019, tornando-o uma iniciativa estratégica da instituição. 

“Inicialmente, planejamos expandir o modelo e implantar a rede em mais 10 municípios do estado em quatro anos. A área de abrangência foi escolhida mediante os critérios de índice de feminicídios e estrutura local para implantação. Fomos muito surpreendidos nesse processo e encerramos esse ciclo com a rede implantada em 16 municípios, dada a potencialidade desse projeto”, contou. Atualmente a rede está em funcionamento, em diferentes estágios nos municípios de Alta Floresta, Brasnorte, Cáceres, Campinápolis Campo Novo do Parecis, Colíder, Cuiabá, Itiquira, Nova Mutum, Nova Xavantina, Poxoréu, Primavera do Leste, São Félix do Araguaia, Sinop, Sorriso e Várzea Grande.

A promotora de Justiça Luciana Rocha Abrão David fez um retrospecto da implantação da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica Contra a Mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia, conhecida como Rede de Frente, falou sobre o funcionamento e os eixos de atuação, apresentou os resultados alcançados e os prêmios conquistados. Conforme a promotora, por ser uma região turística e com fatores socioculturais marcantes de machismo e patriarcado, Barra do Garças enfrenta desafios referentes à prostituição e exploração sexual, ações de investigação de paternidade e de violência doméstica contra a mulher. 

“No âmbito da violência doméstica, percebíamos a necessidade de estabelecer parâmetros de atuação para enfrentar esse problema estrutural e o artigo 8º da Lei Maria da Penha nos foi uma mola mestra. A partir daí, nós do Ministério Público, do Poder Judiciário e da Defensoria Pública, que realizávamos as audiências criminais, nos unimos para formar um grupo de trabalho que posteriormente agregou novos parceiros e se tornou a Rede de Frente”, revelou. 

A Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica Contra a Mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia foi lançada em 15 de maio de 2013. “Passamos por diversas etapas até nos tornarmos uma rede forte e coesa, multidisciplinar, formada por diversas instituições e representantes da sociedade. A rede se desenvolveu, se consolidou e no ano de 2017 nos tornamos uma associação, que nos permitiu começar a captar recursos para desenvolvimento de projetos como a Mostra Estudantil de Arte”, acrescentou. 

Segundo a entrevistada, em quase onze anos de funcionamento, a iniciativa conquistou reconhecimento nacional por meio do Selo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) de Práticas Inovadoras (2017), Prêmio Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP (2018) e Prêmio Juíza Glauciane Chaves de Melo (2022). Além disso, trouxe resultados expressivos na redução dos índices de feminicídio na comarca de Barra do Garças, chegando a zerar a estatística durante anos, bem como no índice de reincidência dos homens acusados ou indiciados, que é de aproximadamente 2%. 

Empreendedorismo feminino – Outro tema abordado nessa segunda-feira (18) foi “O empreendedorismo feminino como ferramenta na luta contra a violência de gênero”, com a gerente de Marketing do Pantanal Shopping, Daniela Rossi. “Ficamos muito felizes com esse convite do Ministério Público de Mato Grosso, por estimular a conscientização de mulheres, a luta pelos seus direitos, bem como o rompimento do ciclo da violência. Há 20 anos apoiamos grandes causas como essa, recebendo parceiros de portas abertas”, ponderou. 

Daniela Rossi falou ainda sobre a evolução do empreendedorismo feminino verificada nessas duas décadas. “Hoje temos 50% de lojistas do sexo feminino, além de uma adesão cada vez maior de mulheres no quadro de colaboradoras das lojas e da administração do shopping. Temos ainda um grande público feminino, o que representa um engajamento muito grande com a campanha #JuntosPorElas”. 

Assista aqui à entrevista na íntegra.
 

Fonte: Ministério Público MT – MT

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MATO GROSSO

Mutirão de Conciliação estabelece recomposição de 9,9 mil hectares

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A 5ª edição do Mutirão da Conciliação Ambiental registrou excelentes resultados em relação à recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal (ARL) com a celebração de 136 Termos de Ajustamento de Conduta (TACs). Assim que cumpridos, os acordos resultarão na recomposição de 9.908,98390 hectares no estado, o que significa a recuperação de área desmatada equivalente a quase 14 campos de futebol, com vegetação nativa.

Realizado de 30 de setembro a 4 de outubro no Complexo dos Juizados Especiais de Cuiabá, o Mutirão Ambiental teve o objetivo de promover a autocomposição nas esferas administrativa, cível e criminal em processos ambientais, bem como recuperar áreas degradadas em Mato Grosso. A iniciativa é uma parceria do Ministério Público Estadual (MPMT), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), Polícia Judiciária Civil (PJC) e o Tribunal de Justiça (TJMT), por meio do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec).

Ao todo, foram realizadas 311 audiências, resultando em 44% dos processos conciliados, 29% não conciliados, 25% de audiências não realizadas em razão do não comparecimento das partes e 2% suspensas. Os acordos celebrados resultarão também na reposição florestal de 5.279,14830 hectares e na recuperação de, aproximadamente, R$ 17,2 milhões pela Sema-MT, R$ 6,5 milhões pelo MPMT e R$ 292 mil pela PJC.

As audiências foram realizadas simultaneamente em oito salas e acompanhadas pessoalmente pelos promotores de Justiça que atuam na defesa do Meio Ambiente na capital, Ana Luiza Avila Peterlini de Souza, Carlos Eduardo Silva, Joelson de Campos Maciel e Maria Fernanda Corrêa da Costa, que foi designada pela administração superior do MPMT para coordenar os trabalhos. Além disso, como uma inovação desta edição, elas foram acompanhadas virtualmente pelos promotores de Justiça do interior responsáveis pelas ações de origem.

Nova Maringá – No decorrer do mutirão, um produtor rural celebrou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPMT e se comprometeu a regularizar três imóveis, localizados no município de Nova Maringá (a 381km da capital), mediante a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Programa de Regularização Ambiental (PRA), assim como a promover a reposição florestal obrigatória em razão dos desmates ocorridos.

A autocomposição colocou fim em três ações civis públicas (ACPs) que estavam em andamento, visando à regularização ambiental dos imóveis rurais e à reparação integral dos danos ambientais, contribuindo para a redução do estoque de processos em trâmite no Sistema de Justiça. O acordo resultará ainda no pagamento de R$ 987.087,48 a título de indenização civil. Esse montante será destinado a quatro instituições, por meio de projetos cadastrados no Banco de Projetos e Entidades (Bapre).

De acordo com o TAC, o compromissário promoverá a regularização ambiental dos imóveis Fazenda Santa Maria, Fazenda Catarina e Fazenda Corbélia II no prazo de 120 dias. Após a validação dos CARs, caso existam passivos ambientais, o fazendeiro deverá apresentar os Projetos de Recuperação de Área Degradada (Pradas) e executá-los de acordo com o cronograma aprovado.

O fazendeiro se comprometeu também a não exercer qualquer atividade nas áreas objeto de desmatamento ilegal, mantendo o local isolado até a regularização dos imóveis rurais; a apresentar ao MPMT Autorização Provisória de Funcionamento (APF) da atividade exercida nos imóveis, no prazo de 90 dias; e a não promover supressão de vegetação nativa, restauração campestre, limpeza de área ou queima sem autorização do órgão ambiental competente.

Crédito da Imagem – SEMA-MT | Divulgação

Fonte: Ministério Público MT – MT

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