Na noite de terça-feira (12), o ativista da oposição russa Leonid Volkov, próximo aliado de Alexei Navalny, foi alvo de um violento ataque a marteladas e teve seu braço quebrado em frente à sua residência em Vilnius, capital da Lituânia, conforme denunciou nesta quarta-feira (13). Autoridades lituanas apontam a Rússia como envolvida no incidente.
Em um vídeo compartilhado via Telegram, Volkov, de 43 anos, relatou seu retorno para casa após uma noite no hospital, onde tratou do braço quebrado e diversos ferimentos causados por cerca de 15 golpes de martelo em sua perna. Apesar da agressão, demonstrou determinação: “Vamos continuar e não vamos desistir”, declarou Volkov.
O ativista, que já chefiou a equipe de Navalny, vive atualmente exilado na Lituânia. Ele acusa o governo russo de estar por trás do ataque, descrevendo-o como uma “típica saudação de bandido” orquestrada pelos agentes do presidente Vladimir Putin.
“O homem me atacou no pátio e bateu na minha perna cerca de 15 vezes. A perna está bem. Dói quando eu ando”, disse Volkov no vídeo. “Mas meu braço está quebrado”.
Segundo a polícia lituana, o ataque ocorreu por volta das 22h (horário local) de terça-feira, com Volkov sendo agredido no pátio de sua residência. Volkov relatou que o agressor golpeou sua perna repetidamente com um martelo, resultando em lesões graves, incluindo um braço quebrado.
Kira Yarmysh, porta-voz de Navalny, anteriormente havia relatado que o ataque começou com a quebra da janela do carro de Volkov, seguida pela dispersão de gás lacrimogêneo em seus olhos, antes do agressor usar o martelo. Fotos compartilhadas nas redes sociais por Anna Biryukova, esposa de Volkov, mostram seus ferimentos, incluindo um olho roxo e sangramento na perna, além de danos no veículo.
O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, classificou o ataque como claramente planejado e ligado a outras provocações contra o país. “Só posso dizer uma coisa a Putin: ninguém tem medo de você aqui”, afirmou Nauseda.
Os serviços de inteligência lituanos apontaram o ataque como “provavelmente” uma operação “organizada e implementada pela Rússia”, com o objetivo de influenciar a eleição presidencial russa e neutralizar a oposição representada pela equipe de Navalny. O Kremlin ainda não se pronunciou sobre o incidente.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.