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MATO GROSSO

Proteção às mulheres em locais de entretenimento é tema de entrevista

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No Dia Internacional da Mulher – 8 de Março, a Lei “Não é Não” (Lei nº 14.786/2023) foi o tema da entrevista da campanha #JuntosPorElas, realizada no estúdio bolha localizado no Shopping Pantanal, em Cuiabá. A promotora de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso Gileade Pereira Souza Maia, coordenadora do Centro de Apoio Operacional sobre Estudos de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e Gênero Feminino, foi a convidada do dia para falar da lei que protege mulheres em locais de entretenimento onde haja venda de bebidas alcoólicas. 

Gileade Maia explicou que a Lei nº 14.786 foi sancionada em 28 de dezembro de 2023 e entrará em vigor em junho deste ano (180 dias após a publicação oficial). Ela cria o protocolo “Não é Não” para prevenção ao constrangimento e à violência contra a mulher e para proteção à vítima, e institui o selo “Não é Não – Mulheres Seguras”. Conforme a promotora de Justiça, a normativa que visa combater condutas como estupro, assédio e importunação sexual foi inspirada no protocolo “No Callem”, criado pelo governo de Barcelona, na Espanha, que foi aplicada no “Caso Daniel Alves”. 

O jogador de futebol brasileiro foi acusado e recentemente condenado pela Justiça da Espanha a quatro anos e seis meses de prisão pelo estupro de uma jovem em uma boate de Barcelona, ocorrido no ano de 2022. 

De acordo com a entrevistada, o protocolo “Não é Não” será implementado em ambientes como casas noturnas, shows, bares, restaurantes e boates com venda de bebida alcoólica. “Esse protocolo prevê medidas para que os gestores e administradores desses locais acolham as mulheres caso ocorra violência ou constrangimento nesses estabelecimentos, bem como adotem providências no sentido de acionar a polícia e de não permitir que o agressor tenha contato com a vítima. É mais um instrumento que veio para proteger as mulheres”, salientou.

A promotora de Justiça contou que a lei estabelece que os locais tenham pelo menos uma pessoa qualificada para atender ao protocolo “Não é Não”, e que tenham em locais visíveis placas com informações sobre a forma de acioná-lo e os números de telefone de contato da Polícia Militar e da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180). “Estabelece também campanhas educativas a serem feitas pelo poder público. Nós do MPMT iniciamos esse trabalho no carnaval e agora estamos promovendo reuniões com os integrantes da rede de proteção. O próximo passo será a realização de reuniões com os responsáveis do setor de entretenimento para explicar o protocolo, orientar sobre a aplicação e capacitação”, revelou. 

Por fim, Gileade Maia declarou que a expectativa é de que a lei seja cumprida e o protocolo observado, embora reconheça que será um grande desafio e que o engajamento ocorrerá com o tempo. 

Dia da Mulher – A promotora de Justiça também deixou um recado para as mulheres nesse dia especial: que sejam fortes para buscarem seus destinos, e que sonhem. “É uma alegria e uma honra estar aqui neste dia, participando de um projeto inovador do MPMT, no Dia Internacional das Mulheres, uma data para refletirmos sobre o tanto que ainda temos a avançar e, ao mesmo tempo, celebrarmos e comemorarmos tudo o que já conquistamos”, afirmou. 

Lembrou que uma mulher transformou a vida dela, a professora Lindaura, do primário. “Ela transformou a minha vida com uma frase. Disse que ‘sonhar grande e sonhar pequeno dá o mesmo trabalho’ e que nós, alunos, poderíamos ser o que quiséssemos desde que estudássemos e tivéssemos o compromisso de fazer o bem”, citou. E, às mulheres vítimas, garantiu que existe vida após a violência. “Vocês não estão sozinhas, podem contar com o Ministério Público de Mato Grosso”, assegurou. 

Guardiã Maria da Penha – Em razão de um imprevisto, a promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MPSP) Fabíola Sucasas não pode comparecer ao estúdio bolha e concedeu a entrevista por telefone. Ela falou sobre o programa Guardiã Maria da Penha, uma experiência do MPSP que vem dando certo no enfrentamento à violência contra a mulher. “Trata-se de um programa de prevenção aos feminicídios, que visa fiscalizar as medidas protetivas concedidas às mulheres vítimas de violência. A iniciativa é um sucesso e, inclusive temos municípios que deixaram de registrar mortes de mulheres durante o funcionamento do programa”, apontou. 

A promotora de Justiça explicou que o programa é desenvolvido em 50 municípios do estado por meio de parcerias com instituições, de modo a viabilizar ações de fiscalização pelo poder público das medidas protetivas. Em 2023, 5.462 mulheres vítimas de violência receberam proteção do Guardiã Maria da Penha.

Criado em 2014 por Decreto Municipal, o programa é uma parceria da Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU), Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (GEVID), MPSP e Coordenação de Políticas para Mulheres, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, a fim de prever proteção às mulheres vítimas de violência doméstica.

Assista aqui à entrevista na íntegra. 
 

Fonte: Ministério Público MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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