Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) recebe uma exposição fotográfica que retrata cenas do cotidiano de mulheres vítimas de violência como forma de alertar para os perigos das agressões físicas, psicológicas e emocionais. E, se de um lado a arte chama atenção para a violência, do outro lado, uma feira dá espaço para que mulheres empreendedoras mostrem seus trabalhos e consigam ampliar a renda, já que independência financeira pode ser o primeiro passo para a liberdade.
A fotógrafa Natalia Mathis, de Lucas do Rio Verde (333 km de Cuiabá), trouxe para a ALMT a exposição “Além do Olhar – Interface”, a quarta de sua carreira que retrata situações vivenciadas por mulheres. Nesta temporada, ela traz fotos da modelo Naiany Lima em cenas que retratam a violência física e psicológica sofrida por muitas mulheres e, em grande parte das vezes, de forma silenciosa.
Natália conta que a ideia da exposição surgiu de uma encomenda da presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Lucas do Rio Verde, Danuza Oneda. “A Danuza me convidou para fazer uma exposição que retratasse a violência contra mulher e pudesse ser um alerta para o assunto. Então mergulhamos neste ensaio, buscamos referências até pessoais para fazer as fotos”, conta a fotógrafa que também já foi vítima de violência psicológica.
Para a modelo Naiany Lima, fazer as fotos foi uma oportunidade de ver e dar atenção à situações que muitas vezes são ignoradas no dia a dia. “A violência física é o último estágio. Geralmente essas mulheres sofrem vários tipos de ameaça, são afastadas da família, dos amigos, perdem a fonte de renda. Essas fotos vêm para mostrar isso, para ajudar essas mulheres que não são vistas”.
A exposição está no saguão de entrada da ALMT e fica aberta ao público até a próxima sexta-feira (8). E, ao lado da exposição, 21 mulheres empreendedoras têm a chance de expor seus trabalhos e produtos para conseguir aumentar a renda. A primeira feira de 2024, organizada pelo Instituto Memória do Poder Legislativo (IMPL), traz uma diversidade de produtos e serviços liderados por mulheres.
A superintendente do IMPL, Mara Visnadi, conta que o objetivo da feira é dar oportunidade para que essas mulheres tenham uma renda extra ou amplie suas vendas, proporcionando independência financeira a mulheres. “Buscamos trazer diferentes tipos de serviço e produtos para mostrar a capacidade das mulheres em empreender, gerenciar seus negócios. Sabemos que muitas cuidam da casa, dos filhos, são provedoras do lar e queremos valorizar essas mulheres, dar oportunidade”.
Elita Alves de Sousa participa pela segunda vez da feira da ALMT. Ela viu a oportunidade uma vez que visitou a Assembleia para tirar o documento e se inscreveu para ser expositora. “Eu vi a feira e busquei saber como poderia participar. A primeira vez que vim foi muito bom, vendemos bem”, diz a empreendedora do segmento de moda íntima, fitness e praia.
A consultora Janaina Rodrigues deixou as salas de aula para empreender no mercado de beleza. Ela conta que empresa para qual revende produtos é voltada justamente para mulheres que querem ampliar a renda e conquistar a independência financeira. “Muitas buscam não apenas dinheiro, mas independência e valorização da autoestima”.
A feira também está aberta ao público nesta segunda e terça-feira (04), no saguão principal da Assembleia Legislativa.
Outros eventos – Especialmente nesta semana, a Assembleia Legislativa transferiu as sessões plenárias de quarta-feira para quinta-feira. A mudança atende a um pedido da deputada Janaina Riva (MDB), que na ocasião vai empossar a suplente de deputada Sandy de Paula, ela assume o lugar do deputado Júlio Campos (União) que vai se licenciar.
Na sexta-feira, a Assembleia realiza o seminário “Violência Doméstica na Perspectiva de Gênero e Políticas Públicas”, no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros, com os ministros Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e Morgana de Almeida Richa, do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Também está prevista a participação de representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, do Tribunal de Justiça e do Poder Legislativo mato-grossense. O evento acontece das 8h às 18h.
O deputado estadual Faissal Calil (Cidadania) protocolou, nesta quarta-feira (16), um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para apurar o contrato e a atuação da Energisa, concessionária de energia elétrica no estado. O parlamentar aponta, no pedido, a necessidade de se investigar se a empresa está cumprindo o contrato firmado e também a qualidade do serviço oferecido a população.
De acordo com Faissal, a criação da CPI para investigar a atuação da Energisa é imprescindível, diante das graves deficiências constatadas na prestação do serviço, considerado essencial. O deputado explicou que a energia elétrica é um pilar para o desenvolvimento econômico e social, e é inadmissível que a distribuição por parte da concessionária continue sendo alvo de inúmeras reclamações por parte da população.
“É urgente apurar a real qualidade dos serviços prestados pela concessionária. Nos últimos anos, os consumidores têm enfrentado frequentes interrupções no fornecimento de energia, ocasionando transtornos que variam desde a interrupção da rotina das famílias até prejuízos significativos para os setores produtivos e industriais. Esse quadro evidencia uma gestão falha, incapaz de garantir um fornecimento contínuo e estável, como é exigido de um serviço de caráter essencial”, afirma Faissal, no pedido.
O deputado pontuou ainda que surgem sérias dúvidas quanto ao cumprimento das obrigações contratuais por parte da concessionária, já que são previstas responsabilidades claras, incluindo a manutenção de um padrão mínimo de qualidade e o cumprimento de metas de desempenho. A continuidade dos problemas evidencia possíveis falhas no cumprimento dessas obrigações e a criação da CPI permitirá uma análise aprofundada desses contratos, verificando se a concessionária está de fato atendendo às exigências estipuladas ou se há necessidade de intervenções e correções imediatas.
“Outro ponto fundamental é a apuração dos investimentos realizados pela concessionária ao longo de todo o período de concessão em Mato Grosso. Embora a empresa tenha anunciado investimentos, eles não parecem resultar em melhorias significativas na qualidade dos serviços prestados. É crucial verificar se os recursos destinados à modernização da rede elétrica e à ampliação da capacidade de fornecimento estão sendo aplicados de forma eficiente e transparente, especialmente considerando que o valor das tarifas deve refletir os investimentos efetivamente realizados pela concessionária”, completou.