Uma equipe de Mato Grosso, especializada em operações especiais, segue neste domingo (03.03) para Mossoró, no Rio Grande do Norte, para reforçar as buscas por dois homens que fugiram do Presídio Federal de Segurança Máxima localizado no município.
Dois agentes penais e o cão Fúria, treinado para buscas e captura de humanos, irão participar de ações em área de mata e de outras atividades que estão sendo desenvolvidas desde 14 de fevereiro, data das fugas.
Aos sete anos, Fúria, da raça pastor-belga-malinois, tem um “currículo” extenso de sucesso em funções complexas como farejar de drogas, celulares e armas dentro e fora dos presídios mato-grossenses. Ele começou com treinamentos para incursões internas nos presídios e hoje é considerado um especialista em farejamento e recaptura humana.
As operações mais recentes das quais participou, com sucesso, são buscas e captura de fugitivos do Presídio de Água Boa (650 km de Cuiabá), e a apreensão de 360 kg de droga, ambas no ano passado. A droga, por exemplo, estava escondida em compartimentos de um caminhão.
Os policiais penais Leudyson Arruda e Jezial Marques, do Serviço de Operações Especiais (SOE) , da Polícia Penal, junto com o cão treinado, devem contribuir de forma decisiva com mais essa operação de buscas.
A liberação da equipe da Polícia Penal pelo Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Segurança Pública, atende uma solicitação da Secretaria Nacional de Políticas Penais, de acordo com o secretário adjunto de Administração Penitenciária, Jean Gonçalves.
“Temos o Conselho Nacional de Secretários de Justiça e Segurança Pública, órgão que abrange todos os secretários de Estado, incluindo a área do sistema prisional. Então, sempre que algum estado precisa de apoio a Secretaria Nacional de Políticas Penais, por meio do Conselho, discute a questão e desenvolvemos operações integradas. Isso já acontece há alguns anos”, pontuou Jean Gonçalves.
“Nesse caso do Presídio de Mossoró, nosso secretário, coronel César Roveri, recebeu a solicitação Secretaria Nacional de Políticas Penais de apoio e o governador Mauro Mendes autorizou assim que foi informado”, reforçou o secretário-adjunto de Administração Penitenciária.
Jean Gonçalves disse que sabe que é uma missão difícil, que os trabalhos de buscas já se estendem por mais de duas semanas, mas que a equipe mato-grossense está indo empenhada e disposta a trabalhar pela captura dos dois fugitivos.
Os criminosos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, integrantes de uma facção criminosa, fugiram na madrugada do dia 14 de fevereiro, da Penitenciária Federal de Mossoró.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.