O advogado e ativista Alexei Navalny, principal opositor do presidente da Rússia, Vladimir Putin, morreu aos 47 anos em uma penitenciária no país.
O falecimento de Navalny foi confirmado em um comunicado divulgado pelo serviço penitenciário federal da Rússia. Ele teria morrido em virtude de uma trombose, informou nesta sexta-feira (16) a emissora estatal Russia Today.
“Navalny passou mal depois de uma caminhada, perdendo quase imediatamente a consciência. A equipe médica chegou de forma imediata e uma ambulância foi chamada. Foram realizadas medidas de reanimação que não tiveram resultados positivos. Os paramédicos confirmaram a morte do condenado. As causas da morte estão sendo estabelecidas”, diz a nota do Serviço Penintenciário Federal.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirma que Putin foi informado da morte do opositor, mas que não sabe a causa de seu falecimento. Já a emissora estatal Russia Today divulgou que o óbito teria sido provocado por uma “trombose”.
Navalny estava detido em uma remota colônia penal em Kharp, conhecida como “Lobo Polar”, localizada no Círculo Polar Ártico. Ele havia sido condenado a 19 anos de detenção por “extremismo”.
O opositor, que apareceu magro e com a cabeça raspada em um vídeo divulgado em janeiro, cumpria pena em um regime normalmente reservado a condenados à prisão perpétua ou detentos perigosos.
O político foi peça chave nos protestos de 2011 e 2012 na Rússia, que denunciaram fraude eleitoral e corrupção no governo comandado por Putin. O auge de sua trajetória no mundo da política foi em 2013, quando obteve 27% dos votos em uma eleição para prefeito de Moscou.
Considerado uma grande pedra no sapato para o Kremlin, Navalny foi responsável por identificar um suposto palácio construído no Mar Negro para uso pessoal do mandatário russo, bem como mansões e iates utilizadas pelo ex-premiê e ex-presidente Dmitri Medvedev.
Em 2020, Navalny chegou a ficar em coma ao ter sido envenenado com novichok e recebeu tratamento na Alemanha. O político voltou ao seu país natal no ano seguinte, onde foi detido e condenado a várias penas de prisão que totalizariam mais de três décadas atrás das grades.
Reações
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que a Rússia é a “única responsável” pela morte do opositor.
“Navalny lutou pelos valores da liberdade e da democracia. Pelos seus ideais, ele fez o sacrifício final. A UE considera o regime russo o único responsável por esta morte trágica. Apresento as minhas mais profundas condolências à sua família e a todos aqueles que lutam pela democracia em todo o mundo nas condições mais sombrias. Os combatentes morrem, mas a luta pela liberdade nunca termina”, escreveu o belga em suas redes sociais.
Volodymyr Zelensky, chefe de Estado ucraniano, afirmou que seu homólogo russo, Vladimir Putin, precisará “prestar contas pelos seus crimes”. O mandatário está em uma viagem em Berlim, na Alemanha.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.