A Amstel , em parceria com a Liga-SP, as escolas de samba do grupo especial de São Paulo e a Datafolha uniram forças para promover uma pesquisa inédita intitulada ‘I AM CARNAVAL’, que detalha o perfil das pessoas que fazem o carnaval da capital paulista acontecer e como essas individualidades contribuem para a construção do coletivo.
O objetivo do estudo foi entender quem são essas pessoas por trás dos holofotes, quais são seus envolvimentos com as escolas, as particularidades desse ambiente, suas questões sociais, econômicas e culturais, além de buscar dados que traduzem a forma como as pessoas vivem o carnaval. Acima de tudo, como elas enxergam sua própria importância em meio a um trabalho em comunidade, culminando nos dias de desfile no Anhembi.
Durante os meses de dezembro de 2023 e janeiro de 2024 foram entrevistadas 1.752 pessoas acima de 25 anos, entre foliões e trabalhadores de todas as escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo (14 no total) durante os ensaios nas quadras e nos ensaios técnicos no Sambódromo do Anhembi. A pesquisa reúne dados gerais de diferentes recortes, além da abrangência das diversas facetas envolvidas na realização do carnaval paulistano, apresentando a visão dessas pessoas sobre: impacto profissional, liberdade de expressão, apelo cultural, senso de comunidade, inclusão, diversidade e respeito como premissa.
A pesquisa revela uma rica demografia neste cenário de folia, sendo o público feminino o maior representante: 55% são mulheres, frente 43% homens e 1% não-binárias. A população negra segue sendo maioria, representando 54% (30% pretas e 24% pardas) em comparação com 44% de pessoas brancas.
A escolaridade também aparece na pesquisa e demonstra um cenário em que 66% das pessoas possuem ensino superior, 29% estudaram até o ensino médio e 5% concluíram somente o ensino fundamental. Os dados traduzem ainda o perfil de ocupação profissional: no total, 83% do público que trabalha no carnaval de São Paulo possui alguma ocupação e se encaixa na população economicamente ativa (PEA), ou seja, assalariados com registros, autônomos regulares, funcionários públicos entre outros. Já 11% não estão englobados como PEA e representam aposentados e donas de casa. Para ter acesso a pesquisa completa, acesse o site oficial. .
Perfil e participação no Carnaval de São Paulo
A pesquisa ‘I AM CARNAVAL’ traçou um retrato de quem faz o carnaval acontecer e buscou na diferença e pluralidade dos indivíduos para entender a construção do coletivo e, para isso, foram entrevistados diretores de alas, harmonia, bateria, aderecistas, mestres de bateria, vendedores, empurradores de alegorias, coreógrafos, bailarinas, passistas, conselheiros, músicos, cantores, ajudantes, costureiras, auxiliares administrativos entre outras ocupações.
Todos mostraram compartilhar o carnaval como uma paixão em comum, sendo esta uma das principais razões que as impulsionam para dedicarem seu tempo, energia e criatividade para que o evento seja bem sucedido. Dados mostram que uma em cada quatro pessoas participa do carnaval de sua escola há mais de 4 anos , enquanto 28% participam há mais de 10 anos. A média geral de tempo em que as pessoas trabalham ou desfilam no Carnaval de São Paulo, hoje, é de 12 anos.
São as possibilidades de recordações, identificações e influências que tornam o ambiente do carnaval um meio para as pessoas sentirem suas individualidades valorizadas e que fazem a diferença. E também onde todos são bem vindos. Na pesquisa, o carnaval foi considerado “muito importante” na vida de 66% dos entrevistados e “importante” para 27%. Entre os que se declaram pretos, a porcentagem dos que enxergam o carnaval como muito importante em suas vidas sobe para 76%. Já os mais velhos e com menor renda familiar também atribuem maior importância ao carnaval em suas vidas: 76% entre aqueles com 60 anos ou mais e 81% entre os que possuem renda de até 2 salários mínimos.
O trabalho em equipe é fundamental para o bom desempenho da Escola e para alcançar os resultados esperados no dia do desfile. Por isso, entrevistados frequentemente mencionaram o compromisso e a disciplina como valores importantes aprendidos no dia a dia da escola e levados para a vida profissional. O conceito de que o trabalho individual impacta no todo e que o respeito é fundamental para que o grupo funcione ficou evidente e foi muito repetido ao longo das conversas.
O conceito de como as individualidades podem fortalecer o coletivo pode ser visto no recorte da pesquisa que aponta que 93% consideram sua contribuição pessoal como “muito importante” para o resultado da escola de samba em que desfilam ou trabalham e somente 7% consideram sua contribuição “um pouco importante”. Uma comparação entre mais velhos e mais novos mostra que os primeiros têm maior percepção da participação pessoal no resultado final dos desfiles, com 96% entre os de idade superior a 60 anos frente 88% dos que possuem 25 e 34 anos.
Os resultados mostram que o carnaval é uma parte fundamental da vida para 66% dos entrevistados, com 93% considerando sua contribuição pessoal como “muito importante” para o sucesso da escola de samba. No entanto, desafios na equidade de visibilidade durante os desfiles foram reconhecidos por 77% dos participantes.
Opinião sobre o Carnaval paulistano
O carnaval é pertencimento. Para quem trabalha numa agremiação, o convívio diário para fazer o espetáculo acontecer, ao longo de um ano todo, é recompensado tanto pelo resultado final, quanto pelo companheirismo de colegas que se tornam amigos. A pesquisa mostra que 99% das pessoas concordam que as escolas de samba são locais acolhedores para as pessoas que as frequentam e 93% dizem que podem se sentir livres para serem quem realmente são.
A presença de pessoas pretas e da comunidade LGBTQIAPN+ em cargos de liderança nas escolas é cada vez maior, e isso também evidencia mudança e abertura gradual das estruturas do carnaval para todas as pessoas. Um dado que aponta essa mudança é o fato de que 81% apoiam a diversidade de gênero, cor, raça e orientação sexual nas suas escolas de samba.
Quando o assunto é equidade de visibilidade durante os desfiles das escolas de samba, a porcentagem das pessoas que concordam diminui para 77%. A visão do carnaval como um traço cultural do Brasil vai além do samba e ultrapassa muitas vezes questões ligadas à sociedade, política e religião. Ainda assim, o estudo mostra que para 27% dos entrevistados o real impacto do carnaval na sociedade não é entendido pelas pessoas.
Acima de tudo, o respeito mostrou ser a base deste ambiente do qual todos se orgulham de fazer parte. A Amstel é a patrocinadora oficial do Carnaval de São Paulo no Anhembi e será parceira da Liga-SP no biênio 2024-2025.
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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.