Os preparativos e novidades sobre o Circuito Folia Cuiabá 2024 foram apresentados nesta quarta-feira (31.01), na Casa Cuiabana. Neste ano, o Governo de Mato Grosso, via Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), garantiu os recursos para o histórico carnaval, que será realizado pela Liga Independente dos Blocos Carnavalescos e Escolas de Samba de Cuiabá, de 9 a 13 de fevereiro.
“É o carnaval daqueles que estão na rua, sambando todos os dias para fazer acontecer. É o carnaval da Liga, dos blocos, dos estudantes, dos empresários que estão a cada dia lutando pelo seu comércio. Nós, do Governo do Estado e da Secel, fizemos simplesmente o nosso papel, que é dar condições para que essa grande festa cultural aconteça”, explicou o secretário adjunto de Cultura da Secel, Jan Moura.
O secretário destacou ainda a integração entre poder público, Blocos e Escolas, e movimentadores da cultura de Mato Grosso para realizar o evento.
“Cada um com suas ideias e diferenças, estamos conseguindo fazer uma linda história. Tenho certeza de que Cuiabá vai viver um momento mágico em que a Liga, produtores independentes, empresários e estudantes estarão juntos fazendo o maior e mais diverso carnaval que Cuiabá já viu”, pontuou Jan Moura.
Com ampla programação gratuita para a população, o Circuito Folia contempla eventos em diferentes espaços da capital mato-grossense. Para atender reivindicações de lojistas, e posteriormente da igreja evangélica Assembleia de Deus, as atividades agendadas para acontecer no Centro Histórico e na Praça das Bandeiras foram transferidas para a Orla do Porto II, em Cuiabá.
De acordo com o presidente da Liga Independente dos Blocos Carnavalescos e Escolas de Samba, Celso Gonçalo Nazário, o coletivo continua unido para a retomada do Carnaval em Cuiabá.
“Inicialmente, éramos 11 Blocos e Escolas de Samba, depois foram juntando outros grupos e parceiros. E hoje temos esse aglomerado, esse coletivo que está unido, lutando para que retomar o carnaval cuiabano, que vai acontecer seja aonde for”.
Programação Circuito Folia Cuiabá 2024
A programação tem início na sexta-feira (09.02) com o Bloquinho dos Estudantes, que segue até o domingo (11.02), na UFMT e na avenida Mato Grosso.
De sexta (09.02) a terça (13.02) haverá também o Carnaval Casa das Pretas e da Casa do Centro, que ficam na Praça da Mandioca. No sábado (10.02) e na segunda (12.02), os Bloquinhos Independentes finalizam os percursos no mesmo espaço, juntando-se à festa das duas instituições.
O Circuito Folia Cuiabá impulsiona ainda a segunda edição do Carnaval da Central, uma realização conjunta da Sumac, Oddly e Mandinga Bar, que acontece de sábado (10.02) até terça (13.02). Desta vez, o evento marcado pela diversidade será realizado na Orla do Porto II e contará com mais de 30 atrações que contemplam ritmos do Carnaval, rap e música eletrônica.
No domingo (11.02), a partir das 17h, a programação inclui o Baile da Calorosa, que ocorre no Rebu bar, na rua 1 do Boa Esperança. Realizado na rua e aberto a todos os públicos, o evento começa com a banda Calorosa, apresentando hits de Carnaval e produções autorais, além expressões da música mato-grossense, como o lambadão.
Na segunda-feira (12.02), o Bloco Bode Bonito faz a festa na Praça Popular, com uma confraternização unindo sambas enredo, de exaltação e de quadra. A entrada é solidária para quem quiser contribuir com duas caixas de leite.
Por fim, na terça-feira de Carnaval (13.02) acontece o desfile oficial dos blocos e escolas de samba da capital, na Orla do Porto II. Participam do desfile festivo, as escolas de samba Payaguás e Império de Angola, e os blocos Tradição do Araés, Unidos do Araés, Império de Casa Nova, Boca Suja, Explosão Cuiabá, Luxo Folia, Duque Folia, Povo Feio e Melados.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.