Quando o nome de Marta passou a circular nos corredores do PT, Suplicy articulou a realização de prévias para a escolha de um nome. O próprio ex-senador chegou a ser cotado como vice de Boulos, mas a legenda defendia o nome de uma mulher para compor a chapa. Suplicy, então, tentou emplacar os nomes da vereadora Luna Zarattini e da deputada federal Juliana Cardoso.
Ao iG, Suplicy disse que optou por manter a ‘unidade familiar’ e disse que decidiu pelo apoio a Marta após perceber não haver outros candidatos para a realização de uma prévia. Ele ressaltou que participará ativamente da campanha e lembrou de sua afinidade com Guilherme Boulos.
“Defendi a realização de prévias, que é uma cultura do partido. Mas, tendo em vista o regresso da Marta e por não haver mais candidatos, eu apoiei o nome dela para ser a vice do Guilherme Boulos”, disse.
“Luna [Zarattini] e Juliana [Cardoso] preferiram se manter como vereadora e deputada federal, respectivamente, e devem se candidatar à reeleição para seus cargos. Então, resolvi chegar a um entendimento, preferi manter a unidade da família, com três filhos e sete netos muito queridos, e resolvi aceitar a candidatura da Marta com o Boulos. Participarei da campanha, tenho afinidade com o Boulos”, concluiu.
Aos jornalistas, o presidente do PT de São Paulo, Laércio Ribeiro, afirmou que os nomes dos líderes partidários, como Suplicy e dos deputados estaduais Paulo Fiorillo e Antônio Donato, foram cogitados. Ainda estavam na lista os nomes de Luna Zarattini, Juliana Cardoso e da professora Ana Estela Haddad, esposa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Entretanto, pesou a preferência e a articulação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entorno do nome de Marta Suplicy. Ela deve retornar ao partido em que foi filiada por mais de três décadas e que deixou em 2015 após os escândalos de corrupção que assolaram o partido com a Operação Lava Jato.
No encontro da executiva, líderes partidários ressaltaram a resistência ao nome de Marta, mas a diretoria garante que conseguirá driblar as divergências e que deve acatar a filiação da ex-senadora.
“É importante respeitar a opinião das alas e quanto ao diálogo que a Marta vai ter com o partido, com a direção do partido, ela terá a oportunidade de dialogar com aqueles que apresentaram objeções à sua filiação”, afirmou Eduardo Suplicy.
O ex-companheiro de Marta no Senado ressaltou a defesa de conversas entre a vice de Boulos e correlegionários do PT para a apresentação de demandas e defendeu a transparência na coligação.
“Eu acho natural, são representantes da população e precisamos estar bem informados. Precisamos enfatizar como nós queremos uma administração: com participação popular e transparência”, disse o deputado.
Marta de volta ao PT
O nome de Marta como vice de Boulos era especulado desde dezembro, mas ganhou força nesta semana após uma reunião entre ela e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Uma das condições para compor a chapa do psolista era de que Lula fizesse a indicação do vice.
Até o dia 9 de janeiro, Marta ocupava o cargo de secretária de Relações Internacionais na Prefeitura de São Paulo, mas pediu demissão após aceitar o convite de Lula para ser vice de Boulos. Nos bastidores, a notícia revoltou o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que contava com o apoio dela para a sua candidatura à reeleição.
Marta retorna ao PT após oito anos longe do partido. Pela legenda, foi deputada federal, ministra dos governos Lula e Dilma Rousseff, senadora e prefeita de São Paulo entre 2001 e 2005.
Ela deixou o grupo político após as acusações da Operação Lava Jato e migrou para o MDB. Em 2018, deixou a legenda e ficou sem partido por dois anos, quando se filiou ao Solidariedade. Durante a pandemia, também saiu da legenda e se tornou próxima do ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas, morto em 2021, e que a convidou para assumir o cargo na secretaria.
Fora do PT, Marta votou, enquanto senadora, pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, além de se mostrar favorável à regra do Teto de Gastos.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.