Uma caminhada pacífica para representar o trajeto necessário pelo fim da violência contra as mulheres. Assim foi a 6ª Caminhada pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas, na manhã do último domingo (10), realizada no Parque Mãe Bonifácia, em Cuiabá: um movimento laranja, no Dia Internacional dos Direitos Humanos, que fecha, no Brasil, a campanha “21 Dias de Ativismo”.
As camisetas alaranjadas deram o tom da mobilização, cor escolhida pela ONU para tal campanha. “A cor laranja simboliza algo positivo, uma vida de brilho, porque é o que a gente espera, um mundo ideal para a mulher viver”, contextualizou a líder do grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Cuiabá, Keite Agnes. A instituição foi a organizadora do evento e a Assembleia Social, uma das instituições apoiadoras.
A caminhada teve o objetivo de convidar a todos para se envolverem na defesa das mulheres. “O objetivo da caminhada é uma união da sociedade, das instituições, dos homens, das mulheres, chamar todo mundo para debater esse tema e propor medidas que realmente sejam efetivas no combate à violência. […] Em nível nacional, a cada dois minutos, uma mulher sofre agressão; segundo o Anuário de Segurança Pública; a cada hora, nove mulheres são estupradas; e a cada seis horas, uma morre de feminicídio. Não dá para aceitar mais essa situação, mas a gente precisa dar um basta!”, explicou Keite.
A líder do Comitê de Combate à Violência contra a Mulher do Núcleo Cuiabá do grupo Mulheres do Brasil, Jozirlethe Criveletto, se baseia em toda sua experiência, enquanto foi delegada de Defesa das Mulheres de Cuiabá. “Infelizmente, a partir da pandemia para cá, nós tivemos altos índices. Nós tivemos 34 feminicídios só de janeiro até novembro, no estado de Mato Grosso. Dezembro agora, nós já tivemos mais dois feminicídios. […] Somos o 1º no ranking, em relação à nossa população. Nós não queremos esse tipo de estatística para a nossa realidade. Estamos aqui num ato simbólico, no sentido de caminharmos em direção ao fim da violência contra a mulher e mostrar aos nossos gestores, tanto de Cuiabá, quanto de Mato Grosso, que nós precisamos de políticas públicas que possam evidenciar mais e mais o respeito pela mulher, respeito pelo corpo da mulher”, declarou.
A presidente de honra da Assembleia Social, Sônia Meira Botelho, esteve atuante na organização do evento e se dispôs, em família, a caminhar pela causa. “Vamos mostrar a nossa força, vamos nos unir, porque, sozinhas, não chegamos a lugar nenhum, mas com a companheira do lado, te levantando a moral, te dando um incentivo, mostrando para você que existe outro caminho, vamos em frente. Então, mulherada, vamos nos unir, não deixe a companheira sozinha, não! […] Porque a união faz a força!”, incentivou a primeira-dama da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
O evento contou com lideranças políticas, como o presidente da ALMT, deputado Eduardo Botelho, e a vereadora por Cuiabá, Maísa Leão, além de manifestantes de todas as idades.
O deputado estadual Faissal Calil (Cidadania) protocolou, nesta quarta-feira (16), um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para apurar o contrato e a atuação da Energisa, concessionária de energia elétrica no estado. O parlamentar aponta, no pedido, a necessidade de se investigar se a empresa está cumprindo o contrato firmado e também a qualidade do serviço oferecido a população.
De acordo com Faissal, a criação da CPI para investigar a atuação da Energisa é imprescindível, diante das graves deficiências constatadas na prestação do serviço, considerado essencial. O deputado explicou que a energia elétrica é um pilar para o desenvolvimento econômico e social, e é inadmissível que a distribuição por parte da concessionária continue sendo alvo de inúmeras reclamações por parte da população.
“É urgente apurar a real qualidade dos serviços prestados pela concessionária. Nos últimos anos, os consumidores têm enfrentado frequentes interrupções no fornecimento de energia, ocasionando transtornos que variam desde a interrupção da rotina das famílias até prejuízos significativos para os setores produtivos e industriais. Esse quadro evidencia uma gestão falha, incapaz de garantir um fornecimento contínuo e estável, como é exigido de um serviço de caráter essencial”, afirma Faissal, no pedido.
O deputado pontuou ainda que surgem sérias dúvidas quanto ao cumprimento das obrigações contratuais por parte da concessionária, já que são previstas responsabilidades claras, incluindo a manutenção de um padrão mínimo de qualidade e o cumprimento de metas de desempenho. A continuidade dos problemas evidencia possíveis falhas no cumprimento dessas obrigações e a criação da CPI permitirá uma análise aprofundada desses contratos, verificando se a concessionária está de fato atendendo às exigências estipuladas ou se há necessidade de intervenções e correções imediatas.
“Outro ponto fundamental é a apuração dos investimentos realizados pela concessionária ao longo de todo o período de concessão em Mato Grosso. Embora a empresa tenha anunciado investimentos, eles não parecem resultar em melhorias significativas na qualidade dos serviços prestados. É crucial verificar se os recursos destinados à modernização da rede elétrica e à ampliação da capacidade de fornecimento estão sendo aplicados de forma eficiente e transparente, especialmente considerando que o valor das tarifas deve refletir os investimentos efetivamente realizados pela concessionária”, completou.