Neste domingo (3), a Venezuela realizou um referendo consultivo não vinculativo para reafirmar sua reivindicação sobre a região de Essequibo, uma área de 160 mil km² rica em petróleo que atualmente está sob controle da Guiana.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, posicionou-se, assegurando que o país “não tem nada a temer” em relação ao referendo venezuelano.
Ele afirmou que as autoridades guianenses trabalham “incansavelmente” para manter as fronteiras intactas diante dessa disputa territorial.
“Estaremos vigilantes, mas estamos trabalhando incansavelmente para garantir que nossas fronteiras permaneçam intactas, e que nossa população e país continuem seguros.”, declarou.
Na Guiana, milhares de cidadãos participaram de correntes humanas denominadas “círculos de união”, expressando solidariedade com Essequibo.
Vestindo camisetas com mensagens como “Essequibo pertence à Guiana” e empunhando bandeiras nacionais, os manifestantes reforçaram o apoio ao território guianense.
Os argumentos venezuelanos se baseiam na afirmação de que o rio Essequibo serve como fronteira natural, conforme definido em 1777.
Em resposta à consulta, a Guiana solicitou à CIJ a suspensão do referendo. A nação contesta especificamente a inclusão de perguntas relacionadas à criação de uma província venezuelana denominada “Guiana Essequiba” e à concessão de nacionalidade aos habitantes.
O presidente guianense, Irfaan Ali, adotou uma postura cautelosa, afirmando que não pretende “se intrometer” na política venezuelana. Ele sugere que o referendo é uma oportunidade para a Venezuela demonstrar maturidade e responsabilidade.
“Sempre vimos a diplomacia como nossa primeira linha de defesa e estamos em uma posição muito forte nela”, explicou.
A intensificação da disputa por Essequibo ganhou força desde a descoberta de petróleo na região em 2015 pela ExxonMobil.
Com reservas comparáveis às do Kuwait, a área lidera as reservas per capita mundiais, transformando-a em um ponto importante na disputa geopolítica entre Venezuela e Guiana.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.