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MATO GROSSO

Audiência pública discute medidas para melhorar atendimento em Cuiabá

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Dezessete crianças, filhas e filhos de mães vítimas de feminicídio, são atendidas atualmente em Cuiabá pelo programa municipal Solidariedade em Ação, que efetua o repasse mensal de um salário mínimo à família responsável pela guarda da criança. Além do apoio financeiro, um comitê fica responsável em fazer o acompanhamento dessas famílias, auxiliando com atendimentos psicológicos, de saúde, entre outros. Somente este ano, cinco mulheres foram vítimas de feminicídio na capital. Em todo o estado, foram 33 vítimas do mesmo crime.

O programa Solidariedade em Ação foi um dos assuntos discutidos nesta sexta-feira (24), durante a audiência pública “Órfãos do Feminicídio”, promovida pela vereadora Maysa Leão, com a participação do procurador de Justiça Paulo Roberto Jorge do Prado, que no ato representou o procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Junior, e do promotor de Justiça que atua no Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica Contra a Mulher de Cuiabá, Tiago de Sousa  Afonso da Silva.

Durante a audiência, a juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, que atua na Vara Especializada da Violência Doméstica, explicou que também existe uma lei federal que trata do mesmo auxílio e que algumas questões precisam ser esclarecidas.

Ela citou, por exemplo, que a lei federal estabelece que o auxílio deve ser concedido independente da data do crime, mesmo que tenha sido cometido antes da promulgação da norma. Já em Cuiabá, o auxílio só está sendo concedido aos crimes ocorridos a partir de 2021. Há dúvidas também se esse auxílio pode ser cumulativo, ou seja, se uma mesma criança pode ser contemplada com o recurso do governo federal e o do municipal.

O procurador de Justiça Paulo Roberto Jorge do Prado, titular da Procuradoria de Justiça Especializada na Defesa da Criança e do Adolescente, destacou a importância do programa e disse que o Ministério Público vai se debruçar sobre a matéria para auxiliar no esclarecimento de eventuais pontos conflitantes.

 Prado também falou sobre o trabalho realizado pelo Núcleo da Infância e Juventude do MPMT para assegurar a destituição do poder familiar do pai que cometeu o crime e também para garantir que a criança seja encaminhada para família extensa ou substituta. Enfatizou ainda a atuação dos núcleos de Enfrentamento à Violência Doméstica Contra a Mulher, do Júri e da Execução Penal.

“O Ministério Público atua em quatro vertentes: na proteção da criança, no acolhimento das vítimas e dos familiares, na condenação do autor do crime e também para a sua ressocialização”, resumiu.

O promotor de Justiça Tiago de Sousa Afonso da Silva destacou que cinco promotores e promotoras de Justiça atuam no Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e mais quatro no Tribunal do Júri. “A nossa atuação não se resume ao criminal, também promovemos o atendimento psicossocial às vítimas e familiares.  Além disso, realizamos capacitações, seminários, vamos às escolas para falar sobre violência doméstica e integramos as redes de proteção para fomentar a criação de políticas públicas que atendam aos interesses das vítimas”, explicou.

A vereadora Maysa Leão, idealizadora da audiência pública, enfatizou a importância do engajamento das pessoas no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher. Falou sobre os 21 dias de ativismo e assegurou que todas as proposições apresentadas na audiência serão encaminhadas às instituições competentes.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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MATO GROSSO

Mutirão de Conciliação estabelece recomposição de 9,9 mil hectares

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A 5ª edição do Mutirão da Conciliação Ambiental registrou excelentes resultados em relação à recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal (ARL) com a celebração de 136 Termos de Ajustamento de Conduta (TACs). Assim que cumpridos, os acordos resultarão na recomposição de 9.908,98390 hectares no estado, o que significa a recuperação de área desmatada equivalente a quase 14 campos de futebol, com vegetação nativa.

Realizado de 30 de setembro a 4 de outubro no Complexo dos Juizados Especiais de Cuiabá, o Mutirão Ambiental teve o objetivo de promover a autocomposição nas esferas administrativa, cível e criminal em processos ambientais, bem como recuperar áreas degradadas em Mato Grosso. A iniciativa é uma parceria do Ministério Público Estadual (MPMT), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), Polícia Judiciária Civil (PJC) e o Tribunal de Justiça (TJMT), por meio do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec).

Ao todo, foram realizadas 311 audiências, resultando em 44% dos processos conciliados, 29% não conciliados, 25% de audiências não realizadas em razão do não comparecimento das partes e 2% suspensas. Os acordos celebrados resultarão também na reposição florestal de 5.279,14830 hectares e na recuperação de, aproximadamente, R$ 17,2 milhões pela Sema-MT, R$ 6,5 milhões pelo MPMT e R$ 292 mil pela PJC.

As audiências foram realizadas simultaneamente em oito salas e acompanhadas pessoalmente pelos promotores de Justiça que atuam na defesa do Meio Ambiente na capital, Ana Luiza Avila Peterlini de Souza, Carlos Eduardo Silva, Joelson de Campos Maciel e Maria Fernanda Corrêa da Costa, que foi designada pela administração superior do MPMT para coordenar os trabalhos. Além disso, como uma inovação desta edição, elas foram acompanhadas virtualmente pelos promotores de Justiça do interior responsáveis pelas ações de origem.

Nova Maringá – No decorrer do mutirão, um produtor rural celebrou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPMT e se comprometeu a regularizar três imóveis, localizados no município de Nova Maringá (a 381km da capital), mediante a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Programa de Regularização Ambiental (PRA), assim como a promover a reposição florestal obrigatória em razão dos desmates ocorridos.

A autocomposição colocou fim em três ações civis públicas (ACPs) que estavam em andamento, visando à regularização ambiental dos imóveis rurais e à reparação integral dos danos ambientais, contribuindo para a redução do estoque de processos em trâmite no Sistema de Justiça. O acordo resultará ainda no pagamento de R$ 987.087,48 a título de indenização civil. Esse montante será destinado a quatro instituições, por meio de projetos cadastrados no Banco de Projetos e Entidades (Bapre).

De acordo com o TAC, o compromissário promoverá a regularização ambiental dos imóveis Fazenda Santa Maria, Fazenda Catarina e Fazenda Corbélia II no prazo de 120 dias. Após a validação dos CARs, caso existam passivos ambientais, o fazendeiro deverá apresentar os Projetos de Recuperação de Área Degradada (Pradas) e executá-los de acordo com o cronograma aprovado.

O fazendeiro se comprometeu também a não exercer qualquer atividade nas áreas objeto de desmatamento ilegal, mantendo o local isolado até a regularização dos imóveis rurais; a apresentar ao MPMT Autorização Provisória de Funcionamento (APF) da atividade exercida nos imóveis, no prazo de 90 dias; e a não promover supressão de vegetação nativa, restauração campestre, limpeza de área ou queima sem autorização do órgão ambiental competente.

Crédito da Imagem – SEMA-MT | Divulgação

Fonte: Ministério Público MT – MT

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