Milei criticou a China e o Brasil — dois dos parceiros comerciais mais importantes de seu país. Alguns meses atrás, inclusive, o presidente eleito comparou o governo chinês a um “assassino” e disse que a população do país “não era livre”.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Mao Ning disse que tem sido um bom momento para o desenvolvimento das relações bilaterais com a Argentina e que Milei cometeria um “erro grave” se decidisse cortar os laços do país com outras nações, como China e Brasil.
Diana Mondino, economista cotada para se tornar ministra das Relações Exteriores do governo de Milei, afirmou que a Argentina não se juntaria ao Brics, de acordo com a agência de notícias russa RIA Novosti .
O país está entre os seis convidados a se juntarem ao bloco, que é formado por Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul. Mondino, no entanto, disse que a Argentina “pararia de interagir” com os governos da China e do Brasil.
Questionada sobre as falas de Mondino, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que “os dois lados têm uma forte complementaridade econômica e um enorme potencial de cooperação”.
“A China está disposta a continuar a trabalhar em conjunto com a Argentina para promover a estabilidade e o desenvolvimento de longo prazo das relações bilaterais”, afirmou.
As declarações de Milei vão ao contrário do caminho que era seguido por Alberto Fernández, que está deixando a presidência do país. No mês passado, o agora ex-mandatário saudou a China como um “verdadeiro amigo” da Argentina ao visitar Pequim.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.