Diversos presidentes latino-americanos parabenizaram o candidato argentino que venceu as eleições presidenciais nesse domingo (19), o ultradireitista Javier Milei . Ele derrotou o atual ministro da Economia, Sérgio Massa , por 55% dos votos contra 44%. O candidato da coalizão Liberdad Avanza é economista e venceu em meio a uma inflação que chegou a 142% em 12 meses.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou a vitória de Milei em uma rede social e desejou êxito ao novo governo.
“A democracia é a voz do povo, e ela deve ser sempre respeitada. Meus parabéns às instituições argentinas pela condução do processo eleitoral e ao povo argentino que participou da jornada eleitoral de forma ordeira e pacífica. Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”, afirmou.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, parabenizou Milei, mas lamentou a vitória de um candidato identificado com a extrema-direita. “É a decisão da sua sociedade. Triste para América Latina e já veremos… o neoliberalismo já não tem proposta para a sociedade, não pode responder aos problemas atuais da humanidade. As relações da Colômbia e Argentina, os vínculos entre seus povos se manterão em respeito mútuo. Parabenizo Milei”, disse.
Outros presidentes considerados de esquerda ou centro-esquerda, como Luis Arce, da Bolívia, e Gabriel Boric, do Chile, parabenizaram o vencedor sem fazer juízo de valor do resultado eleitoral.
Segundo Arce, a “Bolívia sempre será respeitosa com a vontade democrática dos nossos povos. Desejamos prosperidade ao irmão povo da Argentina e êxitos ao seu presidente eleito, Javier Milei”.
Já o presidente chileno saudou Milei pela vitória e disse que trabalhará “incansavelmente para manter as nossas nações irmãs, unidas e colaborando para o bem-estar de todos e todas”.
Os presidentes de direita ou centro-direita do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e o vitorioso nas eleições equatorianas, Daniel Noboa, também felicitaram Milei pela vitória. Noboa convidou Milei a “trabalhar pelo fortalecimento das relações bilaterais e por um futuro próspero que busque a cooperação entre nossas nações”. Já Lacalle enfatizou que “teremos muito para trabalhar em conjunto e para melhorar nossas relações bilaterais”.
Brasil
No Brasil, as lideranças dos dois partidos com mais representantes na Câmara dos Deputados se manifestaram com posições divergentes. Enquanto o presidente do Partido Liberal (PL) comemorou, a presidenta do PT disse esperar que povo argentino saiba atravessar este “duríssimo teste” para democracia e que “a luta continua”.
Segundo Gleisi Hoffmann, “confiamos que o povo argentino e suas instituições saibam atravessar este novo e duríssimo teste para a sua democracia, representado pela eleição de Milei. Seguiremos solidários no desafio de construir a integração entre nossos países e o fortalecimento do Mercosul. Esperamos que tais esforços não sejam interrompidos pelo novo governo”.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, por sua vez, disse que esse foi um “grande dia” para Argentina. “Vitória para o Milei e vitória para o povo daquela nação. Parabéns a todos que tiveram o bom senso de se manifestar em prol da segurança democrática e econômica. Esperamos que o Brasil caminhe na mesma linha nas próximas eleições”, afirmou.
Quem é Milei
Alçado à fama como comentarista econômico em programas de televisão, Javier Milei ganhou apoio de políticos da direita tradicional no segundo turno, como o ex-presidente Mauricio Macri e a candidata derrotada Patricia Bullrich.
O futuro presidente argentino define-se como libertário e anarcocapitalista e declarou-se defensor de ideias como a comercialização de órgãos e a livre venda de armas.
Ele promete dolarizar a economia e extinguir o Banco Central argentino para acabar com a inflação. Porém, no segundo turno, Milei amenizou discursos anteriores, prometendo não mais privatizar a saúde e as escolas públicas.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.