O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) participou da XVIII Semana Jurídica da Faculdade Anhanguera, em Sinop (a 500km de Cuiabá), no dia 7 de novembro. O promotor de Justiça Daniel Luiz dos Santos, de Vera (a 458km da capital), foi um dos palestrantes convidados para o evento e abordou o tema “Acordo de Não Persecução Penal e o avanço das soluções consensuais no Processo Penal”.
O membro do MPMT falou sobre a crise da efetividade do processo penal no mundo, impunidade e o princípio da obrigatoriedade da ação penal. Enalteceu o avanço das soluções consensuais, e que isso ocorre em razão da incapacidade do Estado em lidar com a quantidade de demandas, bem como da necessidade de resolver rapidamente litígios menores, para dar espaço e tempo à solução dos mais graves.
Daniel Luiz dos Santos explanou sobre o novo perfil do Ministério Público, que deixa de ser demandista (passivo) para se tornar resolutivo (ativo) e detalhou o conceito do Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), requisitos e benefícios. Conforme o promotor de Justiça, os principais pontos positivos do instituto previsto no artigo 28-A do Código de Processo Penal (CPP) são: valorização da vítima; flexibilidade no procedimento; independência da pauta do Judiciário; diminuição do número de ações penais de pequena e média gravidade; e reversão de recursos financeiros em prol da sociedade.
Para falar dos efeitos na prática, o palestrante apresentou dados da atuação dele na 1ª Promotoria Criminal de Alta Floresta, no ano de 2021, e na Promotoria de Vera, em 2023, demonstrando que o número de Acordos de Não Persecução Penal estava próximo de superar o número de ações penais ajuizadas.
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Confresa, deflagrou a Operação Cafofo para cumprimento de dois mandados de prisão, nesta sexta-feira (22.11).
As ordens judiciais foram cumpridas na Cadeia Pública do município de Jaciara e na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá.
Os detentos, de 23 e 29 anos, são investigados por planejarem um roubo em Confresa. Armados, os suspeitos, que executaram o crime, invadiram uma residência e fizeram a família de refém e cárcere privado.
Agindo com extrema violência, os criminosos amarraram as vítimas, que foram obrigadas a fazer várias transferências via PIX. Após subtraírem uma alta quantia em dinheiro, enviada para diferentes contas, os suspeitos fugiram.
Durante investigação da Derf de Confresa, os autores do roubo foram identificados e já estão presos, bem como identificados os outros integrantes que receberam o dinheiro.
Entre os envolvidos, estão os dois detentos, alvos dos mandados de prisão expedidos pelo juízo da Comarca de Porto Alegre do Norte, cumpridos nesta sexta-feira (22), na Cadeia Pública de Jaciara e na Penitenciária Central do Estado.
A Derf de Confresa afirma que as investigações continuam para apresentar à Justiça os demais integrantes que também receberam as transferências, assim desarticulando a organização criminosa.
Nome
A operação Cafofo faz referência a local pantanoso ou alagadiço que exala mau cheiro. Na gíria popular significa casa ou esconderijo.