A guerra entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas atingiu hospitais de Gaza, colocando dezenas de pacientes em risco devido a disparos israelenses e deixando ao menos dois bebês mortos neste sábado (11).
O maior hospital de Gaza, Al-Shifa, teve suas comunicações interrompidas, a energia elétrica cortada, assim como a internet, água e suprimentos médicos, enquanto outros dois hospitais foram sitiados.
“O que posso dizer é que começamos a perder vidas de pacientes.A cada minuto morre alguém: doentes, feridos e até bebês em incubadoras”, afirmou um dos funcionários.
Ao menos 39 recém-nascidos correm o risco de perder a vida no hospital Al-Shifa, por causa do corte de energia e da falta de oxigênio.
Israel repetiu diversas vezes que o Hamas utiliza o hospital al-Shifa como “escudo” para esconder a entrada de uma rede de túneis militares, onde supostamente opera o líder da organização, Yihya Sinwar.
No entanto, o Exército israelense reiterou que não disparou nos combates contra o hospital Shifa, na cidade de Gaza, na noite de sexta-feira e atribuiu o incidente ao lançamento fracassado de foguetes por fações palestinas.
Por sua vez, o Hamas culpou Israel pelo bombardeio das instalações e pelas vítimas resultantes.
Desde o início da guerra, as tropas de Israel assumiram o controle de 11 redutos do Hamas em Gaza, segundo o porta-voz militar. Além disso, matou Ahmed Siam, comandante da companhia “Naser Radwan Company” do Hamas, que estava escondido dentro de uma escola junto com “outros terroristas”.
“Isso demonstra mais uma vez o uso de civis pelo Hamas como escudos humanos para fins terroristas”, enfatizou o porta-voz do Exército de Israel.
Para o militar, “vários hospitais em Gaza devem ser evacuados para permitir que o exército enfrente o Hamas, que os transformou em posições fortificadas”.
Já o alto representante da UE para Política Externa, Josep Borrell, afirmou que “o Hamas não pode regressar a Gaza” e “Gaza não pode ser ocupada por Israel”.
O político europeu reforçou a necessidade “de um maior envolvimento dos países árabes moderados e da UE”. “Devemos contribuir para a construção de um Estado palestino, bem como para a reconstrução de Gaza”, acrescentou Borrell.
Cúpula Riad
Os líderes da Arábia Saudita e de outros países muçulmanos se reuniram em Riad neste sábado e pediram o fim imediato das operações militares na Faixa de Gaza, declarando que Israel tem responsabilidade nos “crimes” cometidos contra os palestinos.
Os participantes da cúpula afirmaram, em sua declaração final, que “recusam-se a descrever esta guerra como legítima defesa ou a justificá-la sob qualquer pretexto”.
Além disso, os líderes rejeitaram qualquer proposta que mantenha Gaza separada da Cisjordânia e pediram ao Conselho de Segurança da ONU que adotasse “uma resolução decisiva e vinculativa” para pôr fim à “agressão” na Faixa.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.