As cidades de Rafah e Khan Yunis, ao Sul da Faixa de Gaza, foram as que registraram o maior número de mortes, nas últimas 24 horas, causadas pelos bombardeios de Israel, segundo o último boletim publicado pelo Escritório para Assuntos Humanitários das Nações Unidas (Ocha).
O grupo com 32 pessoas monitorado pelo governo brasileiro está dividido entre Rafah (8 crianças, 4 mulheres e 4 homens) e Khan Yunes (9 crianças, 5 mulheres e 2 homens). Apesar das forças israelenses ordenarem a saída dos moradores do Norte de Gaza, o sul também segue sob intenso bombardeio.
“Entre os ataques mais mortais relatados nas últimas 24 horas estão os ataques aéreos contra estruturas residenciais em Khan Yunis (40 mortes relatadas em dois ataques aéreos separados) e em Rafah (12 mortes relatadas, incluindo cinco crianças), enquanto as operações de busca e resgate estão em andamento para dezenas de pessoas desaparecidas sob os escombros”, afirma o boletim do Escritório da ONU.
Segundo a Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, os brasileiros reportaram intenso bombardeiro na última noite “com uso de algum produto que afeta a respiração: ‘parece gás lacrimogêneo’”.
O palestino naturalizado brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, presenciou na manhã desta sexta-feira (26) novos bombardeiros próximos à residência onde está abrigado com a mulher e duas filhas. Eles estão há 20 dias aguardando autorização para deixar a Faixa de Gaza:
“Bombardeio direito naquele lugar, dá para ver pela janela, 21 dias direto no meio desse conflito, ataques diretos, sem água, sem energia, sem gás para cozinhar, sem pão, está muito complicado. É a terceira vez que atacaram esse lugar”.
Pelo menos 7.326 palestinos, incluindo 3.038 crianças, foram mortos em ataques israelenses no enclave desde 7 de outubro, informou o Ministério da Saúde em Gaza, controlada pelo Hamas, nesta sexta-feira.
Além disso, cerca de 1,6 mil pessoas, incluindo pelo menos 900 crianças, foram dadas como desaparecidas e podem estar presas ou mortas sob os escombros, aguardando resgate ou recuperação, segundo a Ocha.
Água
O Escritório da ONU para Assuntos Humanitários informou que o abastecimento de água teve uma melhoria temporária pelo segundo dia consecutivo, “depois de a UNRWA [Agência da ONU para Refugiados Palestinos] e a Unicef [Fundo da ONU para Infância] terem conseguido fornecer 25 mil litros adicionais de combustível a instalações de água cruciais, provenientes das suas reservas em Gaza. No entanto, a menos que seja fornecido combustível adicional a estas instalações, as operações serão novamente interrompidas em breve”.
Além disso, depois do abastecimento de água por Israel à área de Khan Younis ter diminuído entre 60% e 80%, em 25 de outubro, o fornecimento foi retomado ao nível anterior de 600 metros cúbicos por hora. “Isto também contribuiu para a disponibilidade de água canalizada em alguns agregados familiares”, informou.
A Ocha destacou ainda que duas centrais de dessalinização de água do mar na Área Média e Khan Younis continuam a operar com 30% da sua capacidade total (a terceira central de dessalinização de água do mar no Norte de Gaza permanece fechado).
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.