Segundo a OMS, é impossível fazer a evacuação de pacientes vulneráveis em 24 horas, prazo estabelecido por Israel. “Há pessoas gravemente doentes cujos ferimentos significam que a sua única hipótese de sobrevivência é utilizar aparelhos de suporte vital, como ventiladores mecânicos”, disse o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.
“Portanto, mover essas pessoas é uma sentença de morte. Pedir aos profissionais de saúde que o façam é mais do que cruel”, completa.
“Há uma sobrecarga de de vítimas chegando a cada minuto e a cada hora ao hospital com diferentes tipos de lesões. O hospital está sofrendo com escassez de suprimentos de saúde, principalmente suprimentos médicos descartáveis e medicamentos”, afirma o doutor Husam, Oficial de Emergência da ONU em Gaza.
“Outro problema alarmante é a falta de combustível, necessário para rodar a estação de eletricidade que alimenta o hospital”, completa ele, que descreve a situação como “difícil” e “muito tensa”.
Segundo a OMS, “o tempo está se esgotando para evitar uma catástrofe humanitária se o combustível e os fornecimentos humanitários e de saúde que salvam vidas não puderem ser entregues com urgência à Faixa de Gaza no meio do bloqueio total”.
“Os hospitais têm apenas algumas horas de eletricidade por dia, pois são forçados a racionar as reservas de combustível que se esgotam e dependem de geradores para sustentar as funções mais críticas. Mesmo estas funções terão de cessar dentro de alguns dias, quando os estoques de combustível se esgotarem”, alerta a OMS. “Cada hora perdida coloca mais vidas em risco”, completa.
Evacuação é “impossível”, diz ONU
Nesta quinta, Israel emitiu a ordem para que os cidadãos evacuem a parte norte da Faixa de Gaza em 24 horas, prazo que termina nesta sexta-feira (13), por volta das 18h (horário de Brasília).
Jonathan Conricus, porta-voz das forças israelenses, afirmou que a “evacuação é para a própria segurança” dos moradores da Faixa de Gaza, já que Israel pretende realizar uma ofensiva terrestre no local. Segundo a imprensa local, cerca de 1,1 milhão de pessoas teriam que se deslocar.
A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que o deslocamento de tantas pessoas é “impossível” e pode ter consequências devastadoras. Já o principal diplomata da União Europeia, Josep Borrell, descreveu a ordem de Israel como “completamente irrealista”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.