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MATO GROSSO

Especialistas detalham como aprimorar Metodologia de Atendimento Sistêmico

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Nessa segunda-feira (10 de outubro) foi realizado mais um webinário sobre o fortalecimento do Sistema Multiportas, dessas vez sobre o tema “Desenvolvendo práticas inovadoras com a Metodologia de Atendimento Sistêmico”. A atividade, ofertada pela Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT), foi conduzida pela juíza Jaqueline Cherulli e contou com a participação da professora, consultora e palestrante Maria José Esteves de Vasconcelos e da especialista em Atendimento Sistêmico de Famílias e Redes Sociais, Soraya Corgosinho Amaral.
 
Maria José abordou o Pensamento Sistêmico Novo Paradigmático e as implicações dessa nova visão do mundo em nossa forma de viver. “Quando nós vamos colocar em prática a metodologia, a prática começa com a identificação de uma situação-problema. E a nossa metodologia tem dois aspectos que nós consideramos igualmente fundamentais: a forma como nós constituímos esse sistema determinado pela situação-problema e a forma como a equipe coordena os encontros conversacionais desse sistema linguístico”, assinalou.
 
A palestrante explicou como que começa uma situação-problema. “Alguém está vivenciando uma situação um pouco problemática e essa pessoa compartilha com outras pessoas, ‘olha, eu tô achando que isso não tá bom, tá precisando mudar aqui alguma coisa’, e já está começando a emergir o sistema linguístico. Já tem pessoas conversando sobre algo. E aí, essas pessoas resolvem buscar uma ajuda, procurar uma equipe sistêmica. Ligam lá e alguém da equipe sistêmica recebe e acata a demanda”, observou.
 
Durante o webinário, ela explicou como se constituiu o chamado SDP (sistema determinado pela situação-problema), como devem ser planejados os pré-encontros e os encontros, entre outros assuntos. Maria José enfatizou a importância da situação-problema e a necessidade do envolvimento de todos que visam uma solução para uma situação que envolve a todos. “Cada um colocando seus próprios recursos à disposição para construir a solução. Por isso, quando a gente tem um sistema grande, é importante porque cada pessoa ali traz seus recursos e coloca esses recursos a serviço da construção coletiva”, asseverou.
 
Conforme a palestrante, as conversações vão ser coordenadas por profissionais sistêmicos no paradigmático, especialistas na metodologia. “Esses profissionais assumem a posição de não saber sobre a experiência do outro. Eles não são especialistas em solucionar o problema que está sendo trazido, mas são especialistas em relações e criar contexto de autonomia.”
 
Ainda de acordo com a palestrante, o objetivo do SDP é resolver aquela situação-problema, com a participação de todos. “E qual é o objetivo da equipe sistêmica? É desenvolver formas de relação que torne possível aquele sistema resolver a situação-problema. E a equipe não se compromete com uma solução, com outra, para a situação problema, mas se compromete com a qualidade das relações, a qualidade da conversa, viabilizando que sejam conversas na emoção do respeito mútuo e da legitimação do outro.”
 
Já a especialista em Atendimento Sistêmico de Famílias e Redes Sociais, Soraya Amaral, apresentou um caso de um atendimento sistêmico de uma rede constituída em torno da situação-problema de famílias com crianças abrigadas. Depois de 18 anos do início das ações, as famílias já estavam em programas de promoção social, 70% das crianças haviam voltado para suas famílias nucleares ou extensas, e as outras foram inseridas em famílias substitutas; e o abrigo zelava pela preservação dos vínculos familiares.
 
Coordenadora da iniciativa, a juíza Jaqueline Cherulli agradeceu a presença de todos os participantes do webinário. “Eu digo colaboradores e cooperadores, porque não se faz nada sozinho, então hoje nós tivemos advogados, assessores, juízes, assistentes sociais, gestores, enfim, toda a rede que funciona, todo o sistema judiciário reunido nessa conversa aqui, nesse bate-papo importantíssimo, que é a metodologia de atendimento sistêmico. Muita luz foi colocada aqui hoje, porque nós estamos em uma gestão no Tribunal de Justiça que é voltada para pacificação. Então, vocês não têm noção da contribuição que vocês têm, os saberes que vocês trouxeram pra nós aqui hoje”, destacou a magistrada.
 
Ao final do evento, Maria José Esteves agradeceu a oportunidade. “É sempre muito prazeroso para mim, ter a oportunidade de falar sobre essas coisas que eu acredito e que me empolgam. Então, agradeço a oportunidade. Eu tinha colocado no finalzinho uma lâmina falando assim, ‘quem é o professor?’ É o professor que cria um espaço de conversação e que agora podemos ter conversas que antes não podíamos ter. Que esse espaço de conversação se prolongue, que não se encerre aqui, que a gente possa continuar conversando sobre essas questões.”
 
Soraya Amaral também agradeceu a oportunidade de participar. “Obrigada por estar aqui com vocês, compartilhando e falando daquilo que nós acreditamos, nas conversações transformadoras e de construir juntamente aqui com todos vocês essas conversas”, finalizou.
 
 
#ParaTodosVerem – Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Imagem 1: print de tela onde aparecem a imagem de diversos participantes do webinário, sorridentes. Imagem 2: Print de tela da transmissão do webinário, onde aparece em destaque a palestra Maria José. Ela é uma mulher branca, de cabelos claros curtos, que usa óculos de grau. À direita, em telas pequenas, aparecem a palestrante Soraya (uma mulher branca, de cabelos grisalhos e óculos de grau) e a juíza Jaqueline Cherulli (uma mulher branca de cabelos pretos).
 
Lígia Saito 
Assessoria de Comunicação 
Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT)
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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