Foi realizada na manhã desta quinta-feira (05 de outubro), a cerimônia de abertura do 1º Encontro de Nupemec´s (Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos) da região Centro-Oeste, que está sendo realizado em Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá), durante toda o dia de hoje e toda a manhã de sexta-feira (06 de outubro).
Participaram da cerimônia, a presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Clarice Claudino da Silva, o presidente do Nupemec-TJMT, desembargador Mário Roberto Kono de Oliveira, o presidente da Fonamec (Fórum Nacional da Mediação e Conciliação) do Amazonas, juiz Gildo Alves de Carvalho Filho, o 1º vice-presidente da Fonamec de Pernambuco, desembargador Erik Simões e Cristiane Padim, juíza coordenadora do Nupemec-TJMT.
O encontro é organizado pelo TJMT e reúne mais de cem pessoas, entre magistrados e demais servidores do Poder Judiciário de 13 estados. O propósito é identificar e intensificar políticas regionais de acesso à Justiça, enquanto valor por meio da auto composição oriunda do diálogo pacificador para construção de soluções mais adequadas ao interesses dos indivíduos, além disso, almeja a interação por meio de compartilhamento de boas práticas dos Nupemec´s da região Centro-Oeste (DF, GO, MT e MS), debater e construir proposições estratégicas para o desenvolvimento da política judiciária de resolução adequada de conflitos que serão direcionadas ao Fonamec para atuação nacional.
O presidente do Nupemec-TJMT, desembargador Mário Kono convidou a todos para que “embuídos nesse ideal desta parte do Sistema de Justiça, que trata de métodos mais adequados de solução de conflitos, possamos trocar experiências, ter novas ideias e bom desenvolvimento e aprimoramento desse sistema e assim, contribuirmos em nível nacional – é um encontro regional, mas há muitos colegas de toda parte do país – para torná-lo cada vez mais eficiente e trazer para o nosso país cada vez mais a pacificação social. (…) que saíamos daqui com um desejo a mais de sermos efetivos e atuantes nesses processos de mudança pelo qual passa a Justiça Brasileira
Em seguida, o presidente da Fonamec-AM, juiz Gildo Alves de Carvalho Filho, propôs que todos se despojem de suas gravatas para que estejam mais adequados ao local de realização do evento, em meio à natureza de Chapada dos Guimarães. “Vamos praticar aquilo que nos propomos no exercício que é um sistema simplificado, desburocratizado, muito mais próximo do usuário desse sistema, principalmente o mais necessitado. Proponho dispensar o uso de pronomes.”
Ele lembrou que foi no TJMT que começou sua caminhada junto ao Fonamec em 2016. “A Clarice era a coordenadora do Nupemec. Tenho a impressão de que ela é a grande precursora dessa política neste Tribunal. Se a mediação tem cara, se tem comportamento corporativo e acolhedor, essa cara é da desembargadora Clarice”, disse ele.
O magistrado entregou uma canoa de madeira, símbolo entregue aos participantes do Nupemec-AM, para a presidente do TJMT. Ele explicou que a pequena canoa “é um símbolo, é mágica”. E que, a cada tribunal que vai, leva a canoa e entregar à presidência “para que entremos nessa canoa e rememos na mesma direção.”
“A canoa é um troféu. Pegue essa canoa e guarde bem dentro do seu coração. Vamos gerar engajamento nessa política. Nem todos os tribunais dão o mesmo tratamento nessas políticas. Identificarmos nossas dificuldades, nossas necessidades e encontrarmos uma saída. Há um mundo imenso de assistidos que não têm acesso”, finalizou o magistrado amazonense.
A desembargado Clarice Claudinho da Silva ficou visivelmente emocionada com a homenagem. “Foi uma torrente de emoção e surpresa. Dentro da informalidade que propõe dentro do âmbito da política, estou assinando em conjunto com o Gildo a proposição depois da
“Eu já vim bastante emocionada porque o Nupemec é praticamente um filho que saiu da minha gestação. Tudo isso tem um valor muito grande, mas devo tudo isso a um desembargador que era presidente na época que chegou com a Resolução 125 e disse que esse filho era meu. Eu estava num momento delicado de saúde, fui pra casa bastante impactada. Era meu sonho trazer a mediação há anos. Eu já tinha feito projetos e mais projetos para implantar a mediação nas Varas de Família, onde fiquei titular de uma vara na capital por oito anos. Nesses anos não desisti de pedir ao Tribunal a mediação”, relembrou a magistrada, dizendo que após anos solicitando a implantação do Núcleo, na gestão, do desembargador Rubens de Oliveira, ela conseguiu tornar o sonho, realidade.
A presidente homenageou o juiz Hildebrando da Costa Marques, que trabalhou na implantação da Justiça Conciliadora em Mato Grosso.
“Tivemos uma parceria de oito anos no Nupemec. Instalamos mais de 40 Cejusc´s. Não sei quantas viagens e palestras fizemos juntos. Ele foi um dos mais atuantes presidentes do Fonamec. Fizemos dois Fonamec´s. Eu tributo essa caminha, primeiro ao desembargador Rubens, que confiou a mim essa missão e ao juiz Hildebrando.”
A desembargadora finalizou sua fala, elogiando a atuação da juíza coordenadora do Nupemec, Cristiane Padim.
O desembargador Paulo da Cunha também participa do evento.
#Paratodosverem
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Primeira imagem: presidente do TJMT está em pé e fala ao microfone. Seguda imagem: fotografia geral, mostrando em plano aberto os participantes, que estão sentados e olhando para o palco, onde a presidente do TJMT fala ao microfone. Terceira imagem: presidente do Nupemec está em pé e fala ao microfone. Quarta imagem: fotografia ampla mostrando o auditório onde o evento está sendo realizado.
Marcia Marafon/ Fotos: Alair Ribeiro
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
“O Estado de Mato Grosso tem feito, em especial nos últimos anos, uma atuação expressiva e significativa na atenção às pessoas egressas do sistema prisional, como a implantação dos Escritórios Sociais, qualificação e composição de equipes”, afirmou a diretora de Cidadania e Políticas Alternativas do Governo Federal, Mayesse Silva Parizi durante o Encontro Nacional da Política Nacional de Atenção à Pessoa Egressa do Sistema Prisional (PNAPE), realizado nesta quinta-feira(07.11), em Cuiabá,
De acordo com Parizi, a escolha de Cuiabá para sediar esse evento foi estratégica, dada a relevância das ações desenvolvidas como parte do Sistema Prisional pelo Governo de Mato Grosso, por intermédio da Secretaria de Estado de Segurança Pública.
Conforme balanço apresentado pela Fundação Nova Chance (Funac), órgão responsável pela assistência e reinserção social de pessoas em privação de liberdade e deixando a prisão, somente em 2024, até o mês de outubro, o Governo intermediou a contratação de cerca de cinco mil pessoas privadas de liberdade e egressos.
Atualmente, existem 266 contratos ativos com cerca de 250 órgãos públicos e empresas privadas mato-grossenses que empregam mão de obra de trabalhadores privados de liberdade e egressos do sistema prisional.
Durante o encontro, o secretário adjunto de Segurança Pública, Coronel PM, Héverton Mourett de Oliveira, lembrou que os resultados alcançados pela atual gestão só foram possíveis a partir da união dos esforços do Poder Executivo com o Judiciário, Ministério Público, Defensoria, prefeituras e outras instituições públicas e privadas.
“Essa melhoria ocorreu porque foi possível compartilhar os desafios e somar esforços com outros órgãos para que pudéssemos enfrentar a questão da reinserção social”, destaca Mourett.
De acordo com o coronel Mourett, para que isso possa acontecer as instituições e os poderes trabalham para criar normativas e novas estruturas que permitem atender melhor aqueles que estão em iminência de deixar a prisão e os que já estão em liberdade e necessitam do suporte do poder público e da sociedade para voltar ao mercado de trabalho e assegurar renda para si e suas famílias.
O secretário adjunto da Administração Penitenciária, Jean Gonçalves, citou os avanços para abertura de mais vagas e modernização das unidades prisionais do Estado, onde começa o processo de ressocialização das pessoas privadas de liberdade.
Conforme dados da Sesp, entre 2029 e 2023, o Governo de Mato Grosso investiu R$ 300 milhões em obras e reforma das unidades prisionais. Como resultado desses investimentos, o levantamento anual do Governo Federal, este ano apresentado em outubro, Mato Grosso possui 12.988 vagas para 12.856 presos em 41 unidades prisionais. O superávit é de 132 vagas. “Houve investimento massivo na construção de vagas em um primeiro momento, para que posteriormente pudéssemos oferecer oportunidade de trabalho, educação, curso profissionalizante”, pontuou.
“Muitos estados fecham as portas para os órgãos fiscalizadores. Aqui fizemos diferentes, nós abrimos as portas para que seja possível buscar solução para os problemas encontrados. Essa é a nossa metodologia em Mato Grosso, nós temos um trabalho coeso entre os poderes, cada um dentro da sua atribuição”, acrescentou Jean Gonçalves.
Nova Chance
Durante o encontro, o presidente da Fundação Nova Chance, Winkler Freitas, instituição responsável pelo atendimento a pessoas egressas e sua família, detalhou a atuação da instituição e fez um balanço dos números alcançados desde o início do ano.
Freitas explicou que em 2020, a partir da união dos Poderes Executivo, Judiciário e outras instituições públicas foram instituídos os Escritórios Sociais, que funcionam como um braço da Funac no atendimento e intermediação da mão de obra de egressos e pré-egressos do Sistema Penitenciário com empresas privadas e órgão públicos.
Desde então, são 10 escritórios funcionando em Cuiabá em cidades como Rondonópolis, Sinop, Barra do Garças, Sorriso, Tangará da Serra e Lucas do Rio Verde.
Encontro Regional
Além de Mato Grosso, o evento reuniu autoridades dos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e de Brasília, que discutiram temas como: a Implementação da PNAPE, Espaço de reintegração social da pessoa egressa e seus familiares; Metodologia de Gestão dos Serviços Especializados e inserção entre gênero e raça, Políticas Públicas para trabalho e inclusão produtiva da pessoa egressa e seus familiares.