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Agronegócio

Excesso de calor prejudica lavouras e pode fazer preços dos alimentos subirem

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Influenciado pelo fenômeno El Niño, o Brasil deve ter uma primavera e um verão excepcionalmente quentes, como foi na Europa e nos Estados Unidos. Embora uma frente fria tenha trazido algum alívio no clima nesta semana, há previsões de que novas ondas de calor possam impactar o país ao longo de outubro.

Entre os impactos do calorão, que já se iniciou em regiões como o Sudeste e o Centro-Oeste, estão danos às produções agrícolas, às cotações das commodities no mercado exterior e à saúde dos produtores rurais.

Essas temperaturas elevadas podem prejudicar a produção de hortaliças, pescados e a reprodução de animais, o que pode resultar no aumento dos preços de carnes, leite e peixes.

Durante setembro, as temperaturas permaneceram extraordinariamente altas por quase duas semanas, muito acima da média. O calor e a umidade são condições propícias para fortes chuvas e tempestades, tornando difícil prever quando e onde elas ocorrerão, como alertado por Willians Bini, meteorologista e chefe de comunicação da Climatempo.

No setor agrícola, essa onda de calor fora de época afeta negativamente várias cadeias de produção. No setor de hortifrúti, por exemplo, a maioria dos alimentos é altamente sensível a temperaturas elevadas, desde o cultivo até o consumo final.

No que diz respeito ao setor agropecuário, as altas temperaturas podem causar estresse térmico nos animais de produção, afetando a qualidade da carne bovina e a produção de leite.

O estresse térmico leva os animais a apresentarem sintomas como aumento dos batimentos cardíacos, respiração ofegante, sudorese e necessidade de hidratação, entre outros. Esses sintomas afetam a produção de carne de alta qualidade, exigindo uma abordagem mais eficiente e sustentável.

O calor também impacta a piscicultura, pois a temperatura da água é fundamental para o cultivo de diversas espécies. Durante os meses mais quentes, os produtores precisam planejar estratégias para manter a produtividade e evitar perdas. A elevação da temperatura da água reduz a solubilidade do oxigênio, dificultando a digestão da ração pelos peixes. Isso pode levar à redução na oferta de ração ou até mesmo à suspensão da alimentação por um período.

Algumas espécies, como a truta, exigem águas mais frias para reprodução, e o aumento das temperaturas pode afetar esse processo. No entanto, a tilápia pode se beneficiar do clima mais quente, antecipando sua época de reprodução em algumas regiões.

Em resumo, as altas temperaturas causadas pela onda de calor têm consequências significativas na produção agrícola, na pecuária e na aquicultura, afetando a disponibilidade e os preços dos alimentos.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Projetos estadual e federal podem corrigir injustiças ambientais e impulsionar o agronegócio

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Duas propostas legislativas — uma estadual e outra federal — prometem corrigir falhas históricas na classificação de biomas em Mato Grosso, aliviando os custos para produtores rurais e ampliando a competitividade do agronegócio no estado. A primeira, em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), reclassifica áreas dos biomas amazônico e cerrado, enquanto a segunda, na Câmara dos Deputados, visa retirar o estado da Amazônia Legal.

Atualmente, muitos produtores rurais em Mato Grosso precisam preservar até 80% de suas propriedades por estarem localizadas em áreas classificadas como floresta amazônica, mesmo em regiões de cerrado ou transição. Para ajustar essas áreas à realidade, os proprietários são obrigados a gastar altos valores com laudos técnicos para comprovar que suas terras pertencem ao bioma cerrado, onde a reserva legal exigida é de 35%.

A proposta estadual, aprovada em primeira votação, busca corrigir essas distorções ao redefinir os limites entre biomas. Se aprovada, permitirá que áreas erroneamente classificadas como floresta amazônica passem a ser reconhecidas como cerrado, alinhando a legislação ambiental à realidade no campo.

O deputado Carlos Avallone, presidente da Comissão de Meio Ambiente e autor da proposta, defende que a reclassificação é essencial para reduzir custos e ampliar a área disponível para produção agrícola. “Estamos corrigindo equívocos históricos que penalizam produtores que já preservam boa parte de suas terras. Essa mudança é técnica e necessária”, afirmou.

Produtores argumentam que, em muitas regiões de cerrado, onde é exigida a preservação de 80%, a vegetação é tratada como floresta de forma equivocada. Segundo lideranças do setor, isso encarece a produção e reduz a competitividade do Brasil no mercado global, especialmente diante das exigências internacionais.

Especialistas alertam que a reclassificação poderia abrir caminho para o desmatamento de até 10 milhões de hectares. Porém, produtores destacam que não se trata de “desmatamento indiscriminado”, mas de uma adequação técnica que garante a manutenção da preservação obrigatória de 35% em áreas de cerrado, conforme o Código Florestal.

Além disso, ambientalistas temem impactos na credibilidade do Brasil no mercado internacional, mas deputados como Juarez Costa, autor da proposta federal, ressaltam que o agronegócio brasileiro já adota padrões elevados de sustentabilidade.

No âmbito federal, o projeto de retirar Mato Grosso da Amazônia Legal promete aliviar ainda mais os custos para produtores, que seriam dispensados de preservar 80% de suas propriedades, como ocorre atualmente. Apesar do parecer contrário do deputado Coronel Chrisóstomo na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o texto ainda será debatido em outras instâncias legislativas.

A segunda votação da proposta estadual será crucial para determinar o futuro da legislação ambiental em Mato Grosso. Se aprovada, representará um avanço na segurança jurídica dos produtores e um estímulo ao agronegócio, pilar econômico do estado. O debate revela a necessidade de equilibrar conservação ambiental e crescimento econômico em um dos principais estados produtores do Brasil.

O agronegócio mato-grossense, responsável por alimentar milhões de pessoas no Brasil e no mundo, reforça que ajustes como esses são indispensáveis para garantir sua sustentabilidade econômica e ambiental.

Fonte: Pensar Agro

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