Indígenas da Aldeia Nova Aliança, localizada no município de Nova Nazaré, a 269 km de Cuiabá, participaram de uma oficina de orientação do projeto “Dzö’uhupini A’uwe – Mel Xavante, entre os dias 21 e 23 de setembro, que busca formentar a produção de mel na região. O filho da cacica Laurentina Tsinhotse’Ewaptã Abho’odi e interlocutor da aldeia, Gentil França Tsibro’owe, afirmou que se trata de uma oportunidade única.
“Foi uma oportunidade única que estamos tendo em participar desse projeto”. Toda aldeia está contente e na expectativa de agregar mais uma fonte de alimento e de renda que vem em boa hora a toda comunidade indígena”, afirmou.
A iniciativa é resultado da parceria entre a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), a Fundação Bunge, por meio do projeto Semêa, e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Durante os três dias de oficina, as equipes promoveram diversas atividades. Abriu a programação com a interação junto a comunidade com reflexões e análise das diferenças culturais e barreiras. No período da tarde, os participantes aprenderam sobre a montagem de quadros e técnicas de fixação de cera.
No dia seguinte, foram localizados os pontos propícios para a instalação do apiário com a proximidade de fontes de água e de exames, posições para caixas iscas e identificação de flora local, além das técnicas de utilização de equipamentos apícolas, formão, fumegador, ninhos e melgueiras. No terceiro e último dia, os indígenas aprenderam sobre a importância e como utilizar de forma correta os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
O técnico da Empaer e responsável pela elaboração do Plano de Trabalho (PTA) e condução a campo, Rafael Renan dos Santos, destacou que a comunidade foi contemplada com 20 caixas de abelha, dois fumegadores, 10 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), 10 pares de bota, 35 kg de cera alveolada, entre outros itens.
Ele explicou que o “Mel Xavante” nasceu como uma alternativa ao desafio socioambiental enfrentado pelos povos originários Xavantes do Vale do Araguaia. “O objetivo é garantir inicialmente a subsistência e futuramente geração de renda da comunidade com responsabilidade ambiental. Para desenvolver a proposta contamos com a cooperação da Fundação Bunge e Funai”, destacou.
O zootecnista consultor da Fundação Bunge, Sidnei Bueno de Miranda, pontuou que a apicultura em uma aldeia indígena vem para agregar a sustentabilidade. O mel é um importante alimento e uma forma de negócio para agregar renda. “A união das entidades em prol da apicultura vem para somar, por isso, acredito que a iniciativa será um sucesso e exemplo a ser seguido em outras aldeias”.
Segundo Sidnei, a cultura gera biodiversidade, polinização, meio ambiente e controle do fogo. “Aproveitamos a oportunidade para destacar e conscientizar sobre o uso correto do fogo e não prejudicar as abelhas. É uma junção de fatores que irá trazer benefício para aldeia”.
Papel da Funai
A Funai tem a responsabilidade de aprovar o plano de trabalho, acompanhar as formações e apoiar nos registros formais de entrega dos equipamentos. Já a Fundação Bunge, através do projeto Semêa, tem a finalidade de disseminar e incentivar praticas que favoreçam a economia de baixo carbono por meio de tecnologias para a conservação do solo, preservação da água e não desmatamento. Busca garantir a segurança alimentar de maneira sustentável, sendo dessa forma, uma iniciativa que vai ao encontro do projeto Mel Xavante.
O objetivo é desenvolver a cadeia produtiva do Mel Xavante aos moldes do já conceituado modelo de exploração racional adotado pela Associação Terras Indígenas do Xingu (ATIX), divulgado resultados obtidos para outras comunidades Xavantes do Vale do Araguaia. Nisso, busca a implantação do Sistema Participativo de Garantias (SGP), certificando os produtos oriundos da apicultura para estas comunidades.
Será produzido um laboratório técnico para fins de parâmetro e replicação do trabalho a outras populações originárias.
Parceiros presentes
Também participaram da oficina os técnicos da Empaer, Alison Lucas Lorenzon, Jeyson Lazaro Duque Albino e Antenor Antônio da Costa, além do representante da Secretaria de Assistência Social de Nova Nazaré, psicólogo Elson Hideyoshi Kamiguchi e os chefes dos Territórios Indígenas (TIs), Areões e Pimentel Barbosa – Elaine Rodrigues Fernandes e Francisco Magalhães dos Santos, respectivamente.
Fizeram parte da construção do plano de trabalho e membros da equipe de Projetos Estratégicos da Empaer, o engenheiro agrônomo Fabrício Tomaz Ramos e a médica veterinária, Luma Camargo Prados.
A servidora Eduarda Perdigão Coura, assessora de Inovação do gabinete do desembargador Luiz Octávio Oliveira Saboia Ribeiro, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), é a vencedora da categoria Executivo de Inovação, na 5ª edição do Prêmio de Inovação J.Ex. Ela concorreu com profissionais de outros tribunais estaduais e militares e recebeu a premiação na última quinta-feira (21 e novembro), em cerimônia realizada em Brasília (DF). O magistrado ficou entre os finalistas do mesmo prêmio, na categoria Liderança Exponencial.
“Estamos nos sentindo muito felizes, pois fomos selecionados em duas categorias (Liderança Exponencial e Executivo de Inovação) com a premiação em uma delas, o que nos indica estarmos no caminho certo em um momento no qual inovar não se mostra mais uma opção no Poder Judiciário, mas um caminho sem volta e uma necessidade premente”, afirma o desembargador.
As indicações são decorrentes do projeto GRIDE, desenvolvido no âmbito de seu gabinete. GRIDE é uma sigla que significa: Gestão, Resultado, Inovação & Design, Dados & Tecnologia e Estrutura. “O projeto tem como foco testar e validar 16 hipóteses com o intuito de atuar como um motor de crescimento e aprendizado contínuo no âmbito do gabinete, buscando, então, alcançar resultados estabelecidos em fevereiro deste ano”, afirma.
Tendo como norte centrar as pessoas, o projeto GRIDE vem possibilitando que, através de métodos de gestão, capacitação, utilização de dados e ferramentas tecnológicas (várias inclusive já disponibilizadas pelo próprio TJMT, como a Inteligência Artificial Generativa), a unidade alcançasse os resultados positivos almejados. Dentre eles, o desembargador Saboia destaca: julgar todos os processos a ele distribuídos na Câmara Temporária antes do prazo para a sua finalização. “Atualmente estamos julgando praticamente os embargos de declaração decorrentes da atuação”, comenta.
Além disso, o gabinete também alcançou o menor tempo médio entre as unidades de Direito Público e Coletivo do TJMT e julgou, até o momento, mais de 4,6 mil processos. “A intenção do projeto é, ainda, zerar o gabinete até o dia 10 de dezembro deste ano”.
Sobre a J.Ex – É um movimento de inovação que tem como objetivo ajudar a preparar as instituições e as pessoas para a Justiça do futuro. Desde 2014, o J.Ex já apoiou dezenas de instituições de Justiça por meio de consultoria para inovação, impactando mais de 30 mil pessoas com seus programas de educação, eventos e conteúdos de tecnologia, inovação e gestão.
Sobre o Prêmio de Inovação J.Ex – Tem como objetivo reconhecer e incentivar as iniciativas e projetos inovadores no âmbito tecnológico, de gestão e de novas metodologias aplicados no ecossistema de Justiça.
#Paratodosverem – Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Descrição da imagem: desembargador Luiz Octávio Saboia, ladeado pela assessora de Inovação, Eduarda Perdigão, e pela chefe de gabinete Helen Graciosa. Eles estão em frente a um painel com a logomarca do Prêmio de Inovação da Justiça. Eles estão sorrindo para a foto.