Nesta terça-feira (19), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky , discursou na 78º Sessão da Assembleia Geral da ONU, que ocorre na cidade de Nova York, Estados Unidos. Está é a primeira vez desde o início da guerra entre a Ucrânia e a Rússia que Zelensky participa de forma presencial — em 2022 ele participou de forma remota .
No discurso, Zelensky reclamou do arsenal nuclear que a Rússia possui, levantando que a Ucrânia se desfez das aramas nucleares na década de 1990. “A Ucrânia abriu mão de seu arsenal nuclear, e o mundo decidiu que a Rússia deveria manter o seu. Terroristas não têm direito de ter armas nuclear”, disse o presidente ucraniano.
Segundo o presidente ucraniano, o fato da Rússia possuir tal arsenal traz o clima de que cada guerra por ser “a última guerra”, sendo uma alusão a um clima de ‘guerra fria’ e de uma possível destruição catastrófica.
Zelensky reforçou que a Rússia tem usado da fome como uma arma de guerra: “Os portos ucranianos foram bloqueados e são alvos de mísseis e drones. É uma tentativa da Rússia de usar a falta de comida no mercado global como arma”.
Além da fome, Zelensky afirma que a Rússia tem se apoiado na energia como forma de arma, relembrando o uso do óleo e do gás para “enfraquecer líderes de outros países”. “A Rússia está usando energia nuclear como arma, está tornando usinas de energia de outros países como bombas. Veja o que eles fizeram com a nossa usina de Zapozhizhia “.
Zelensky também fez menção aos casos de deportação de crianças da Ucrânia para a Rússia, dizendo que milhares de crianças haviam sido raptadas nos territórios ocupados.
“O Tribunal Penal Internacional deu uma ordem de prisão para Vladirmir Putin, o presidente da Rússia, por causa desses crimes. Tentamos trazer as crianças de volta, mas o tempo está passando. O que acontecerá com elas? Essas crianças aprendem a odiar a Ucrânia. Isso é um genocídio, quando usam ódio contra uma nação, sempre tem continuação” disse o presidente ucraniano.
O líder da Ucrânia afirmou que, no futuro, vários assentos na Assembleia Geral da ONU devem ficar vazios devido a possíveis conflitos da Rússia com outros países, e que não há como fazer negociação com o país. “Não se pode confiar no mal. Perguntem a [Yevgeny] Prigozhin se dá para contar com as promessas de Putin”, fazendo referência ao ex-aliado de Putin, que morreu em uma queda de avião .
“Precisamos nos unir para derrotar o agressor e canalizarmos a energia para responder a esse desafio. Se as armas nucleares precisam ser restringidas, toda a guerra pode ser a guerra final, mas temos que nos garantir que agressão não acontecerá novamente”, disse Zelensky.
Durante o discurso, ele fez diversas menções a proposta de paz que a Ucrânia está sugerindo, que prevê uma manutenção no território e na soberania dos dois países.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.