A 17ª Primavera dos Museus será realizada na próxima semana, com participação de sete instituições mato-grossenses, incluindo dois equipamentos culturais da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT). Entre os dias 18 e 24 de setembro, uma programação diferenciada será oferecida pelo Museu de História Natural e o Museu de Arte Sacra, com exposições, oficinas, ações educativas para pessoas com deficiência e quilombolas, além de lançamento de livro. As atividades são gratuitas, mas é necessário fazer inscrições para as oficinas.
O tema deste ano da Primavera dos Museus é “Memórias e democracia: pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas”, e foi escolhido para promover o debate sobre a importância dos museus para a inclusão social e a diversidade. O evento nacional é realizado todos os anos, no início da primavera, pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
“A Primavera dos Museus é uma ação nacional que busca divulgar o trabalho e aproximar essas instituições da sociedade. E é muito importante que os museus de Mato Grosso estejam inseridos nessa agenda nacional, que valoriza a diversidade e a riqueza cultural do nosso país. E este ano, em especial, as ações promovem a inclusão social e dão visibilidade a grupos sociais que lutam pela igualdade”, destaca a Gerente de Gestão Museológica da Secel, Fernanda Quixabeira.
No Museu de História Natural de Mato Grosso, a programação inclui visitas mediadas nas exposições, incluindo a mostra aberta exclusivamente para o evento: Festa, Política e o Corpo na Rua: uma antropologia visual da Parada da Diversidade de Cuiabá, nos 50 anos de Stonewall. O espaço ainda terá oficina de Pintura Corporal e Arco e Flecha, oficina de Cianotipia e Impressão Solar e lançamento do livro O ofício das benzedeiras: um estudo sobre as práticas terapêuticas e a comunhão de crenças em Cruzeta (RN).
Além disso, no Museu de História Natural haverá duas ações educativas. A primeira será para os alunos do Centro Estadual de Atendimento e Apoio ao Deficiente Auditivo Professora Arlete Pereira Migueletti, mediada em Libras, seguida da oficina Pintando Árvores, ministrada pela artista plástica Tânia Pardo. A outra será com visitas, oficinas e rodas de conversa para membros da comunidade quilombola de Mata Cavalo, de Nossa Senhora do Livramento.
A programação do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso inclui visitação nas exposições permanentes e temporárias, oficina de Experimentação em Argila e debate no Café filosófico Memórias e resistências: inspirações para museus e sociedade, com Cleiton Gomes. Ele é artista plástico e coordenador do educativo do Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos, de Belo Horizonte (MG).
Além dos museus estaduais, participam do evento nacional instituições de Cuiabá (Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT, Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia da UFMT, Memorial da Justiça Eleitoral Mato-Grossense), de Cáceres (Museu Emília Darci de Souza Ribeiro Cuyabano) e de Vila Bela da Santíssima Trindade (Museu Histórico e Arqueológico Joaquim Marcelo Profeta da Cruz).
Programação completa
Museu de História Natural de Mato Grosso
De 20 a 24 de setembro – 08h às 18h – Visitação gratuita durante toda a semana. Exposições: Permanente – Arqueologia e paleontologia; Temporária – Árvore-Ser, composta por obras da artista plástica Tânia Pardo, poemas de Manoel de Barros, e dispositivos táteis e interativos; Curta duração – Festa, Política e o Corpo na Rua: uma antropologia visual da Parada da Diversidade de Cuiabá, nos 50 anos de Stonewall, de Marcos Aurélio da Silva e Moisés Lopes.
20 de setembro – 08h30 às 11h – Ação educativa: Museu em Libras – visita dos alunos do CEAADA, mediada em Libras. Oficina Pintando as Árvores, ministrada pela artista plástica Tânia Pardo.
21 de setembro – 09h às 17h – Ação educativa: Comunidade Mata Cavalo vem ao Museu – visitação mediada, oficinas artísticas e roda de conversa com membros da comunidade quilombola Mata Cavalo (Nossa Senhora do Livramento).
22 de setembro – 09h30 às 11h e 15h às 16h – Oficina de Pintura Corporal e Arco e Flecha, ministrada pela Criações Boloriê, empresa criativa de artesanato composta por empreendedores do povo Umutina Balatiponé, de Barra do Bugres.
23 de setembro – 09h às 11h – Lançamento do livro O ofício das benzedeiras: um estudo sobre as práticas terapêuticas e a comunhão de crenças em Cruzeta (RN), por Francimário Vito dos Santos.
23 de setembro – 09h às 11h – Oficina Cianotipia e a Impressão Solar, com Michelly Fanalli.
Para tirar dúvidas e ter mais informações: (65) 99686-7701 e Instagram @museuhistorianaturalmt Inscrições para as ações e oficinas: https://linktr.ee/mhnmt
Museu de Arte Sacra de Mato Grosso
De 18 a 24 de setembro – 09h às 17h – Exposições: O Complexo: Seminário Nossa Senhora da Conceição, Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho e Rádio Difusora Bom Jesus de Cuiabá; Uma Viagem ao Passado: Antiga Catedral do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, Igreja Nossa Senhora do Rosário e Capela São Benedito e Igreja Senhor dos Passos; Ilustre Morador: Dom Francisco de Aquino Corrêa; Santo Papa João Paulo II; Arte Popular – Seo Clínio Moura; Museu de Arte Sacra 3D acessível ao toque e com audiodescrição; Temporária – Ele é Negro, Ele é Santo, é Bonito, Viva São Benedito – da Artista Rosylene Pinto.
23 de setembro – 10h às 12h e 14h às 16h – Oficina Experimentação em Argila com inspiração na exposição temporária Ele é Negro, Ele é Santo, é Bonito, Viva São Benedito, da Artista Rosylene Pinto.
24 de setembro – 10h às 12h – Visita mediada pelas exposições, com o coordenador de Acervo e Exposições do Museu de Arte Sacra, Marcos Gontijo.
19h às 21h – Café filosófico Memórias e resistências: inspirações para museus e sociedade, com Cleiton Gomes, artista plástico e coordenador do educativo do Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos, de Belo Horizonte (MG).
Para tirar dúvidas ou mais informações: Instagram @museudeartesacramt Inscrições para as ações e oficinas: https://linktr.ee/masmt
Programação completa de todos os museus do Estado, disponibilizada no site do Ibram: Link AQUI
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.