O governo russo negou nesta sexta-feira (15) que o país tenha firmado qualquer tipo de acordo com a Coreia do Norte durante a visita do líder Kim Jong-un à Rússia . Países ocidentais, como os Estados Unidos, temiam um possível acordo para fornecimento de armas e tecnologia militar entre os aliados.
“Nenhum acordo foi assinado e não estava planejado assinar qualquer acordo”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, segundo a AFP.
Antes de Kim se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, os Estados Unidos haviam alertado que a Coreia do Norte “pagaria o preço” se fornecesse armas para a Rússia usar na guerra contra a Ucrânia. Além disso, a Rússia poderia ajudar o país aliado com tecnologia para seus programas nucleares e de mísseis.
Nesta sexta-feira, Kim visitou uma fábrica de aviação militar na Rússia . No local, ele viu a produção dos caças Sukhoi Su-35 e Su-57 e observou um voo de teste. O caça Su-57, usado na guerra contra a Ucrânia , é considerada a aeronave mais sofisticada da Rússia, já que tem tecnologia que a impede de ser detectada por radares.
“Vemos potencial de cooperação tanto na área de fabricação de aviões como em outras indústrias. Isto é particularmente importante para cumprir as tarefas que nossos países enfrentam para alcançar a soberania tecnológica”, disse, segundo a AFP, o vice-primeiro-ministro russo do Comércio e Indústria, Denis Manturov, que acompanhou a visita.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.