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MATO GROSSO

Judiciário realiza capacitação sobre audiência concentrada para reavaliação de medida socioeducativa

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Mais de 130 pessoas, entre juízes da infância e juventude, assessores, gestores judiciários, assistentes sociais dos fóruns e demais servidores do Poder Judiciário de todo o estado participaram, na manhã de terça-feira (5 de setembro), do encontro formativo sobre audiência concentrada para reavaliação de medidas socioeducativas, que ocorreu na modalidade à distância. A formação teve como expositores o juiz auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Edinaldo César Santos Júnior, e a analista técnica do programa Fazendo Justiça, Dillyane Ribeiro.
 
O evento foi realizado pelo Poder Judiciário de Mato Grosso, por meio do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Penitenciário e Socioeducativo (GMF-MT) e da Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ), em parceria com o programa Fazendo Justiça, do CNJ e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com o objetivo fortalecer as diretrizes e ampliar a efetividade das audiências concentradas.
 
O juiz auxiliar da Presidência do (CNJ) e membro do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF), Edinaldo César Santos Júnior, destacou a importância do juiz da infância e juventude trabalhar em rede. “Nós nunca estamos sozinhos e precisamos de todos os tipos de saberes para que prestemos um serviço e não um desserviço aos adolescentes, que são os destinatários e as destinatárias de nossas funções”.
 
Citando o ex-presidente da África do Sul e vencedor do prêmio Nobel da Paz, Nelson Mandela, o juiz afirmou que “não pode haver revelação mais profunda da alma de uma sociedade do que a maneira como ela trata seus filhos e suas filhas“ e comentou que essa reflexão pode ser percebida também no trabalho dos profissionais que atuam no atendimento aos menores em conflito com a lei. “A forma como atuamos revela muito mais de quem nós somos, da nossa alma e da maneira como nós enxergamos a nossa sociedade e como nós enxergamos esse outro”, disse.
 
Ao apontar a importância da audiência concentrada, o representante do CNJ pontuou que, mais do que decidir sobre a liberação do adolescente para o regime aberto, a audiência concentrada pretende reavaliar a medida socioeducativa e seus resultados, classificando a ferramenta como “eficaz e interessante” para se trabalhar. A juíza da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá e coordenadora do eixo socioeducativo do GMF-MT, Leilamar Rodrigues, informou que, desde o início do ano, a Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ) instituiu o procedimento nº 18, que trata sobre as audiências concentradas e que essas estão sendo realizadas pelos juízes da infância e juventude de todo o estado. “Nós estamos realizando e tenho certeza de que este vai ser um momento para nos aperfeiçoarmos”, disse.
 
Audiência concentrada – A analista técnica do programa Fazendo Justiça, Dillyane Ribeiro, fez uma apresentação sobre a audiência concentrada, abordando suas normativas, principalmente a Recomendação CNJ nº 98/2021, que traz as finalidades, diretrizes, orientações quanto à preparação e roteiro da audiência concentrada, encaminhamentos posteriores e participação da família dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa.
 
A analista abordou um pouco do histórico desse instrumento, que tem base em convenções internacionais, em revisões de normativas e no levantamento de boas práticas nacionais e internacionais. Dentre as convenções citadas está a que trata sobre os direitos da criança e do adolescente da Organização das Nações Unidas (ONU), que aponta a importância de ouvir os menores nos processos que lhe dizem respeito e o direito deles serem tratados de forma a promover e estimular seu sentido de dignidade e valor.
 
Na palestra, Dillyane Ribeiro ressaltou que uma das formas de promover esse tratamento digno é utilizar, na audiência concentrada, uma linguagem compreensível ao adolescente e a seus familiares, por meio do uso de metáforas que se relacionem à realidade daquelas pessoas.
 
Resultados positivos – A palestrante mostrou ainda os principais resultados observados em tribunais que já adotam as audiências concentradas, dentre eles, a melhoria na elaboração dos Planos Individuais de Atendimento (PIAs) e dos relatórios; a qualificação do atendimento socioeducativo; maior comprometimento da (o) adolescente com a medida socioeducativa e aproximação da família e a garantia dos direitos das (os) adolescentes durante o cumprimento da medida socioeducativa.
 
O juiz de infância e juventude da comarca de Sinop, Jacob Sauer, confirmou tais resultados, relatando sua experiência nos últimos dois anos de implantação das audiências concentradas. “Temos visto diferença uma muito interessante. Eu diria aos colegas que o difícil é começar, mas, depois que se inicia, os resultados são realmente muito satisfatórios! O atendimento é qualificado, o adolescente participa, a família participa. Quanto à disciplina na unidade de internação, a gente percebe uma grande melhoria porque o adolescente sabe que tudo vai ser avaliado, que ele vai conversar com o juiz e tudo isso vai ser colocado” compartilhou.
 
A gestora da Central de Execução de Medida Socioeducativa da Capital, Alciane Rodrigues, elogiou a palestra da representante do programa Fazendo Justiça. “Nos trouxe reflexões sobre o nosso trabalho e sobre o que ainda podemos melhorar. Além de prevenir violações de direitos, com esta metodologia, o adolescente é ator importante neste processo”, avalia.
 
Fazendo Justiça – é um programa feito em parceria entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento para a superação de desafios históricos que caracterizam a privação de liberdade no Brasil. Com liderança do DMF/CN, a partir do legado construído pelo programa Justiça Presente, o Fazendo Justiça incide em diversos momentos do ciclo penal e do ciclo socioeducativo. Tem como prática o diálogo interinstitucional e a construção de soluções customizadas e colaborativas, considerando as diferentes realidades locais.
 
#Paratodosverem
Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Descrição da imagem: Print de tela que mostra a videoconferência em que foi realizado o encontro formativo sobre audiência concentrada. A tela está dividida entre o servidor do GMF-MT, Lusanil da Cruz, a juíza Leilamar Rodrigues, o juiz auxiliar do CNJ, Edinaldo César Santos Júnior e a analista Dillyane de Souza Ribeiro.
 
Celly Silva
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Pagamento de 1/3 de férias de contratados: Governo de MT encontra solução para impasse que durava 40 anos

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O governador Mauro Mendes assinou, nesta quarta-feira (18.09), o Decreto nº 656, que regulariza o pagamento de 1/3 de férias para servidores contratados pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT). Com um investimento de R$ 26 milhões, o Estado põe fim a uma reivindicação que já durava cerca de 40 anos.

Mauro Mendes disse que era um direito conquistado, mas que, infelizmente, foi negligenciado por gestões anteriores gerando inúmeras demandas judiciais, além de uma dívida enorme. O governador destacou que para dar maior celeridade aos processos judiciais em andamento que tratam do pagamento de 1/3 de férias retroativas dos professores temporários da educação básica, assinou o decreto em cooperação com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

“Estamos reconhecendo esse direito e aplicando o que é correto. Além de regularizar o pagamento correspondente a 1/3 das férias dos professores temporários, o Governo também implementará uma extensão do decreto para servidores temporários contratados em outras áreas da Seduc. Todos os professores no regime temporário vão ter esse direito reconhecido e pago nas próximas oportunidades”, explicou.

Na avaliação da presidente do TJMT, desembargadora Clarice Claudino, todas as partes estão de parabéns porque não vão mais precisar litigar para receber esse direito. “É muito bom ter um governador que tem essa sensibilidade. Precisamos reconhecer o esforço dos nossos gestores. Dos que fazem o que tem que ser feito. Esses registros ficam na nossa memória para sempre, porque são cerca de 25 mil processos que teremos condição de liquidar positivamente. É momento de celebração”, completou.

A solenidade teve representantes de todos os poderes e o deputado estadual Valmir Moretto falou em nome do Legislativo. “A Assembleia não mediu esforços para contribuir com a solução de um tema tão relevante como esse. Nada mais justo do que atender um pedido dos nossos professores. É com esse trabalho que vamos ficar entre as redes mais bem avaliadas no País. Vamos colocar Mato Grosso no cenário que o Estado realmente merece”, falou o parlamentar.

O secretário de Estado de Educação, Alan Porto, destacou a sensibilidade ao resolver o problema que se arrastava há décadas. “É uma gestão de eficiência que está fazendo uma transformação na educação e garantindo a valorização profissional necessária para que tenhamos ainda mais qualidade no ensino e na aprendizagem. Esse decreto assinado hoje impactou, certamente, na vida dos servidores da educação”.

A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) contribuiu com o processo de resolução do pagamento aos servidores da Educação, tanto na elaboração do Decreto e do Termo de Cooperação, do sistema que irá gerir os pedidos de quitação de valores, entre outras soluções, como explica o chefe da pasta, Basílio Bezerra.

“Após detectarmos e analisarmos a dimensão da situação e o nível de importância de propor uma solução, trabalhamos em conjunto com os demais órgãos na construção de soluções, para garantir aos servidores o que lhes é de direito. A Superintendência de Tecnologia da Informação da Seplag está finalizando um sistema para que o servidor faça o processo de solicitação do pagamento. Esse sistema estará disponível dentro do Portal do Servidor, garantindo transparência e celeridade ao processo”, ressalta o secretário Basílio.

O presidente da Associação Mato-grossense dos Servidores Públicos da Educação (AMPE), professor Fábio Bernardo da Silva, destacou a atuação no estado em resolver uma demanda que se arrastaa por décadas. “Esse é um marco histórico não só para os profissionais, mas para toda a população que recebe os serviços da Educação”, diz.

Também participaram da solenidade o vice-governador Otaviano Pivetta; o Procurador-geral do Estado, Francisco Lopes; o Corregedor-Geral do TJMT, desembargador Juvenal Pereira da Silva; a desembargadora do Núcleo de Cooperação Judiciária do TJMT, Antônia Siqueira Gonçalves; entre outros.

Fonte: Governo MT – MT

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