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BRASIL

Perícia da PF dos crimes de 8 de janeiro esmiúça milhares de dados

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Rostos que passam de frente para as câmeras de monitoramento. Mensagens de áudio, vestígios biológicos, impressões digitais, fotos, pistas deixadas em ônibus ou nos telefones celulares. Desde o dia 8 de janeiro, há quase 8 meses, os peritos criminais da Polícia Federal sabem que os trabalhos de investigação com a coleta de provas não tem data para acabar. “Não há prazo porque os materiais continuam chegando”, disse o diretor do Instituto Nacional de Criminalística (INC), Carlos Eduardo Palhares, em entrevista à Agência Brasil. Todas as pistas e vestígios, de agressores a financiadores dos ataques, são fundamentais para coleta de provas daquela série de crimes que marcou a história do Brasil.

Para se ter uma ideia, nos palácios sedes dos Três Poderes, invadidos e depredados, os sistemas de câmera de monitoramento identificaram mais de dois milhões de rostos nos vídeos. Referem-se às mais de duas mil pessoas investigadas que fizeram os ataques. As identificações encontram cada movimento deles dentro dos prédios.

“É um trabalho de reconstrução. O trabalho continua, principalmente na busca pelos elementos audiovisuais e no setor da informática. Mas a gente segue à disposição de tudo o que a investigação demandar”, disse o diretor do INC. Ele participou, nesta semana, em Brasília, do InterForensics, o maior evento de ciências forenses da América Latina.

Os trabalhos sobre o 8 de janeiro são considerados muito singulares entre os profissionais de perícia. “É um trabalho de rastreio. São quase duas mil horas de gravação, e envolve muitos peritos porque é uma atividade que não dá pra colocar o computador para fazer”, explica Palhares.

Em outras situações, o computador é fundamental porque foram apreendidos mais de 800 telefones celulares, e com ferramentas, é possível buscar com palavras até os áudios gravados. A automatização também permite, por exemplo, localizar imagens nos aparelhos a partir de procuras de rostos de pessoas.

As análises de celulares de pessoas que foram presas nas 15, até agora, fases da Operação Lesa Pátria, estão entre as tarefas. “A gente está fazendo também a identificação do valor do dano das obras de arte, que a gente chama de obras de patrimônio cultural”, informou. São ações fundamentais para a materialização do dano, acrescenta.

A maior perícia

A investigação é detalhista e cada informação se junta com outra para organizar o quebra-cabeças. Palhares disse que essa foi a operação, em curto período de tempo, com a maior mobilização de setores da perícia. É preciso contatar os autores por imagens, impressões digitais, materiais genéticos. “Buscamos materialidade, autoria e dinâmica dos eventos. Nesse caso, pela proporção que foi o evento, e pela quantidade de envolvidos e também pelo que representava à democracia brasileira, era um caso muito complexo”, avalia o diretor do INC.

Brasília (DF) – Trabalhos de perícia realizados pela Polícia Federal sobre os crimes de 8 de janeiro. Foto: André Zímmerer/Polícia Federal Brasília (DF) – Trabalhos de perícia realizados pela Polícia Federal sobre os crimes de 8 de janeiro. Foto: André Zímmerer/Polícia Federal

Trabalhos de perícia realizados pela Polícia Federal sobre os crimes de 8 de janeiro – Foto: André Zímmerer/Polícia Federal

De acordo com Palhares, mesmo com a complexidade, as equipes buscaram ser céleres para atender as necessidades demandadas pela Justiça. “Foi preciso acessar várias áreas da criminalística para trazer as respostas”, disse. Ele recorda que, quando as equipes chegaram aos palácios dos Três Poderes, puderam constatar uma infinidade de vestígios pelo chão que poderiam ajudar na identificação das pessoas.

“No campo da criminalística da PF usamos muito os dados genéticos para identificação das vítimas e dos autores. O perito de local coleta e manda para os laboratórios. Como foi uma mega mobilização, foram peritos de todas as áreas para atuar”, revelou. Foram organizadas inicialmente oito equipes. Em cada uma delas, havia especialistas em genética para que a coleta de material ocorresse da forma correta.

Dinâmica dos eventos

As imagens foram utilizadas para identificação e também para entendimento da dinâmica dos crimes. Os peritos chamam essa fase como “análise de conteúdo”. A documentação do local envolveu atividades detalhistas e exaustivas. “Essa documentação demandou o uso de equipamentos especiais, como drones, câmeras 360 graus, scanner 3D e equipes próprias para fazer esse tipo de trabalho”.

Para realizar o trabalho, segundo Palhares, foi demandado um serviço de perícias em audiovisual e eletrônicos. Cada imagem é considerada um vestígio. A coleta pela equipe é de documentação de local a fim de compreender as cenas de crimes.

Somente no primeiro dia foram 75 peritos em ação. Depois, pelo menos 80 peritos passaram a fazer coleta de material de referência entre as pessoas que foram presas na penitenciária da Papuda (homens) e da Colmeia (feminino). No total, mais de 100 peritos atuaram e atuam para encontrar as provas.

“Foram apreendidos muitos celulares, e isso demanda muito trabalho da área de informática”, explicou. Outros materiais investigados foram os veículos que transportaram as pessoas que participaram dos atos daquele dia. Foram mais de 100 ônibus periciados.

Nos três primeiros meses, os peritos entregaram os laudos de local de crime, os de genética para identificar autoria e também os resultados dos crimes contra o patrimônio cultural. Mas as demandas foram mudando por causa das imagens que surgiam. “Assim, tem sido possível identificar o que cada pessoa fez dentro dos palácios”, explicou Palhares.

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Nova pesquisa mostra PP na liderança na OAB-MT; Gisela despenca e Xênia cresce

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Faltando apenas 12 dias para as eleições para a seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), a disputa ganha contornos de extrema emoção com o pleito mais disputado da história. É o que aponta pesquisa do instituto Índice Pesquisas, contratada pelo portal de notícias FOLHAMAX, revela que o candidato de oposição lidera a disputa.

Na segunda posição, estão tecnicamente empatadas a atual presidente Gisela Cardoso e a advogada Xênia Guerra, que representa uma divisão do atual grupo que comanda a entidade. A amostra foi realizada proporcionalmente com juristas do Estado.

Na modalidade espontânea, onde os nomes dos candidatos não são apresentados ao eleitor, o advogado Pedro Paulo foi o mais lembrado, com 24%, mas com uma diferença de apenas meio ponto percentual, já que a atual presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, foi apontada por 23,5% dos entrevistados. Xênia Guerra aparece como intenção de voto de 18% dos juristas, enquanto Pedro Henrique teve o nome apontado por 1,5%. Segundo a pesquisa, 32,5% estão indecisos ou não votarão em nenhum e 0,5% citaram outros nomes.

Já na modalidade estimulada, onde os nomes dos postulantes à presidência da OAB-MT são divulgados ao eleitorado, Pedro Paulo abre uma distância maior, com 32,5%, contra 28% de Gisela Cardoso. Xênia Guerra aparece na terceira colocação, com 24%, enquanto Pedro Henrique registrou 3% dos entrevistados e outros 12,5% não souberam responder.

O Índice também projetou os votos válidos. Pelo cálculo, Pedro Paulo tem 37%; Gisela 32%; Xênia 27,5% e Pedro Henrique 3,5%.

O instituto ouviu 836 advogados, entre os dias 30 de setembro e 5 de novembro, por telefone. A pesquisa tem margem de erro de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. Não foi realizada amostragem sobre a rejeição aos candidatos. A eleição da OAB-MT será online, no dia 18 de novembro, das 9h às 17h, no horário de Cuiabá.

 

Fonte: OAB MT

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