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MATO GROSSO

Gestores das 79 comarcas concluem curso de formação de facilitadores de Círculos de Paz

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O Projeto ‘Servidor da Paz’ só cresce. Durante esta semana, os gestores-gerais das 79 comarcas do Poder Judiciário de Mato Grosso tiveram a oportunidade de vivenciar as práticas que envolvem os Círculos de Construção de Paz. As atividades fizeram parte do Encontro de Gestores, realizado pela Diretoria Geral do Tribunal de Justiça, que no início da semana, recepcionou os servidores com a realização de círculos de paz.
 
Depois de conhecer os círculos de paz na prática, os gestores participaram durante dois dias e meio do curso de formação de facilitadores. A proposta é que eles se tornem multiplicadores da ferramenta em suas comarcas. O curso possui carga horária de 20 horas, e foi realizado pelo Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (NugJur), em parceria com a Escola dos Servidores do Poder Judiciário.
 
Lançado no mês de junho pela presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Clarice Claudino da Silva, o projeto ‘Servidor da Paz’ tem a meta de formar facilitadores que irão atuar como agentes de pacificação no ambiente de trabalho.
 
O Círculo de Paz é a prática restaurativa mais utilizada no mundo para a cura de relacionamentos. No ambiente de trabalho, a ferramenta oportuniza aos servidores a possibilidade de viver os valores e princípios da Justiça Restaurativa, proporcionando diálogos e abordagens estruturadas entre os próprios servidores. A técnica não só garante a construção de espaços seguros, onde todos têm a oportunidade de expressar seus sentimentos e necessidades, como também oportuniza a compreensão de atitudes, abrindo caminho para a solução e a prevenção do conflito.
 
Para a assessora especial da presidência do Tribunal de Justiça, Katiane Boschetti, uma das instrutoras do curso, a formação dos gestores representa mais um importante passo no processo de expansão da Justiça Restaurativa, que se fortalece dentro do Poder Judiciário.
 
“A proposta é disseminar a Justiça Restaurativa por todo Poder Judiciário de Mato Grosso, onde a ideia é que os gestores gerais possam conhecer as praticas dos círculos de construção de paz, possam se utilizar dessas praticas, mas também poder oportunizar que outros servidores da comarca possam se tornar facilitadores de círculos de paz. E que sendo uma ferramenta cada vez mais utilizada em nossos ambientes organizacionais, a Justiça Restaurativa se torne uma filosofia não apenas da gestão, mas de todos os servidores”, refletiu Katiane.
 
O gestor da Comarca de Vila Rica, Pedro Vaz classificou como inovadora a iniciativa do Poder Judiciário de trabalhar para o bem-estar emocional dos servidores. “Foi uma experiência muito rica, estou feliz em participar, e acredito que essa gestão humanizada faz com que a nossa convivência entre os colegas se torne ainda melhor, e tendo um ambiente profissional mais agradável, humano e acolhedor, a gente consegue ter uma prestação jurisdicional muito mais eficaz”.
 
A gestora Lucimeire Agripino da Comarca de São José do Rio Claro frisou sobre a capacidade dos círculos de trabalhar o resgate da sensibilidade no trato com o outro. “Nós enquanto gestores gerais, somos aqueles que estão à frente de tudo, seja dentro dos recursos humanos, seja com os magistrados na comarca, e o curso é de suma importância, uma vez que nos capacita a aplicar as técnicas dentro do nosso ambiente de trabalho. Às vezes a gente não percebe, que o nosso colega está com problemas, e a gente continua cobrando, e daí percebemos que ao longo do tempo, vamos perdendo esse olhar mais humano. O olhar mais humano sobre o colega que está do seu lado é extremamente importante, e na maioria das vezes, as demandas do dia a dia, nos obrigada a sermos mais práticos e diretos nas ações, onde acabamos perdendo essa sensibilidade. E o curso nos possibilita exatamente resgatar essa sensibilidade, esse olhar mais humano, acalentador e acolhedor. Tenho uma gratidão imensa ao Poder Judiciário pela oportunidade de participar do curso”.
 
“Saio muito agradecida ao Judiciário pela oportunidade de participar do curso. Os círculos são experiências lindas e extremamente produtivas do ponto de vista do bem-estar emocional. Com maior conhecimento, temos a chance de tornar o ambiente de trabalho mais leve, e a nossa ideia é que os servidores se tornem mais amigos, e com isso, nossa vida se torne mais leve. Nós passamos muito mais tempo no trabalho, e se pudermos tornar esse espaço mais leve, mais tranquilo, mais amigo e mais feliz, acho que vai inclusive melhorar a qualidade do trabalho prestado à população. Ganham todos!”, explicou Núbia Rodrigues de Oliveira, gestora da Comarca de Comodoro.
 
“A ideia do projeto ‘Servidor da Paz’ é que esses gestores possam atuar como facilitadores de círculos, e além de aplicar as técnicas na comarca, eles também e tornam multiplicadores desse trabalho no interior do Estado. Conhecendo as potencialidades da ferramenta, eles terão condições de se tornarem apoiadores nesse processo de expansão da Justiça Restaurativa, conduzido de maneira tão estratégica pela desembargadora Clarice Claudino. E a partir de agora, conhecendo os círculos, os gestores passam a compreender a ferramenta com outro olhar, se tornando entusiastas dessa expansão”, refletiu Marina Borges, gestora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), da Comarca de Primavera do Leste, e instrutora do curso de formação.
 
Paratodosverem – Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Primeira Imagem: Assessora especial da presidência do Tribunal de Justiça, Katiane Boschetti. Segunda imagem: Gestor da Comarca de Vila Rica, Pedro Vaz. Terceira imagem: Gestora Lucimeire Agripino da Comarca de São José do Rio Claro. Quarta imagem: Núbia Rodrigues de Oliveira, gestora da Comarca de Comodoro. Quinta imagem: Marina Borges gestora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), da Comarca de Primavera do Leste.
 
Naiara Martins
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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