A segunda-feira (28.08) foi atípica na aldeia Meruri, da etnia Boe-Bororo, localizada na região do município de General Carneiro. Com a visita da primeira-dama do Estado, Virginia Mendes, a comunidade indígena com cerca de 600 pessoas alterou a rotina para receber, com festa e homenagens, a comitiva do Mutirão Cidadania.
O evento foi promovido pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc) e contou com entregas dos programas sociais SER Família Solidário e Aconchego. Também foram feitas entregas de uma caminhonete Hilux, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seaf), e cadeiras de rodas, pelo Centro de Reabilitação Integral Dom Aquino Corrêa (Cridac), da Secretaria de Estado de Saúde.
Ainda na aldeia, a comitiva vistoriou a reforma da Escola Estadual Indígena Sagrado Coração de Jesus.
Considerada irmã e madrinha dos povos indígenas, Virginia Mendes foi recebida pelo diretor e pároco da Missão Salesiana, padre Andelson Dias, pelo cacique Osmar Aroenoguaijwy, e pelo prefeito Marcelo Aquino, acompanhado da primeira-dama e secretária municipal de Administração Ana Flávia. Virginia agradeceu a presença das pessoas que participaram e destacou o prazer que é visitar as aldeias.
“Agradeço a todos que estão aqui. Eu estava ansiosa por esse dia. Esta é a terceira vez que visito a aldeia Meruri e quero voltar em breve para a inauguração da escola. Eu digo que eu tenho uma alma indígena, eu amo vir para as aldeias. Agradeço principalmente a Deus e a todas as orações que recebi de todos vocês”, disse a primeira-dama do Estado.
Na vistoria à escola Sagrado Coração de Jesus, a primeira-dama Virginia Mendes conferiu os detalhes que faltam para a conclusão.
“Será uma bela escola indígena. Agradeço o secretário de Estado de Educação, Alan Porto, por atender esse pedido que fiz, era um desejo do padre Andelson e de toda comunidade escolar”.
Na entrega oficial da caminhonete Hilux e do poço artesiano, a primeira-dama de MT falou da importância das parcerias.
“Hoje é um dia de festa, porque estamos entregando oficialmente esta caminhonete 0 km, um pedido nosso à Seaf, com o apoio do deputado federal Juarez Costa, que nos ajudou com uma emenda parlamentar. Também quero agradecer o presidente da Metamat, Juliano Jorge, pelo trabalho finalizado do poço artesiano, Essa também é uma grande conquista, e também vistoriamos a escola e em breve vamos entregar a comunidade”.
O cacique Osmar destacou o momento histórico que a aldeia vive, e algumas conquistas, graças ao trabalho e apoio que tem recebido da primeira-dama do Estado, do Governo e da gestão municipal.
“Meruri vive um momento histórico e passa por uma transformação positiva. Temos contato direto com o município, com o Estado e esse contato é responsável por isso que estamos vivendo, de melhoria para nosso povo. Hoje estamos recebendo esta caminhonete articulada pela primeira-dama Virginia Mendes, mas quero lembrar que já recebemos outros implementos da Seaf. Nós conseguimos os benefícios porque justificamos com nosso trabalho. Dona Virginia sempre nos ajuda com o social e sabemos que podemos contar com ela”, disse.
Após o almoço, a primeira-dama Virginia Mendes recebeu homenagens com apresentações de dança e cantos típicos da etnia Boe-Bororo, encenação teatral contando a história da chegada da missão salesiana, e ainda a coroação de Nossa Senhora.
Padre Andelson ressaltou a presença ativa da primeira-dama do Estado e do Governo do Estado nas aldeias.
“Eu nunca vi, na história política, um governo e uma primeira-dama de Estado que se importasse tanto com os povos indígenas. Esse é o maior bem que a senhora faz, além de tudo o amor e o carinho que a senhora e sua equipe trazem para a população indígena, antes esquecidas, porque ninguém olhava por eles. Aproveito para destacar que além, do poço artesiano, o bem mais precioso que a senhora conseguiu para nós é a escola que está ficando linda”.
De acordo com o presidente da Metamat, Juliano Jorge, a profundidade do poço perfurado é de 200 metros com capacidade de 10 mil m³. No Estado, 10% da população já foi atendida. Virginia Mendes é madrinha do programa “Água para Todos”.
“Existem 52 mil índios em Mato Grosso. Nós já conseguimos atender cerca de 10% dessa população com água potável. Dos grandes trabalhos que fazemos na Metamat, essa ação é a mais procurada. Agradeço a senhora por acompanhar essas demandas e cobrar essa ação tão importante com o abastecimento de água de qualidade”, disse o presidente da companhia.
A secretária da Setasc, Grasielle Bugalho, lembrou a disposição da primeira-dama Virginia Mendes nas missões.
“Dias atrás nós estávamos no extremo oeste na divisa com a Bolívia e a primeira-dama abençoou a vida dos povos de origem Chiquitano. Hoje estamos no extremo leste e a senhora continua abençoando as comunidades dos povos tradicionais. Parabéns pela visão que a senhora de cuidar das pessoas independente da origem”, manifestou a secretária.
Também prestigiaram a visita o prefeito de Campinápolis, José Bueno, e a primeira-dama do município Ana Lúcia, a primeira-dama de Barra do Garças, Leila Batista, o prefeito em exercício de Pontal do Araguaia, Luciano Costa, e a primeira-dama Regiane Costa, a presidente da Associação de Mulheres Areme, Maria Auxiliadora, o tenente-coronel Dorileo, do 5º Comando Regional PM, o coordenador subistituto do DSEI de Barra do Garças, Roberto Bravo, o padre Douglas Aires, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Pontal do Araguaia, a diretora da Escola Sagrado Coração de Jesus, profª Adelina Ikuietaga, além de vereadores e convidados.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.