Durante o encerramento da cúpula do Brics nesta quinta (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o mundo é mais complexo que “a mentalidade de Guerra Fria”, ecoando falas recentes de Xi Jinping, presidente da China, que havia usado o termo durante a Cúpula em Johanesburgo em menção ao G7, grupo que tem sua maior influência através dos Estados Unidos.
Xi fazia uma crítica à formação do que chamou de “grupos fechados”, referência aos fóruns controlados pelo Ocidente. A declaração do mandatário brasileiro ocorre após o grupo ter decidido a adesão de seis países ao bloco: Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Atualmente, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul compõem o Brics.
“Em vez de aderir à lógica da competição, que impõe alinhamentos automáticos e fomenta desconfianças, temos de fortalecer nossa colaboração”, apontou Lula. “Neste mundo em transição, o Brics oferece soluções criativas aos desafios que enfrentamos”. Além dos membros plenos, o último dia de Cúpula teve a participação de dezenas de outros chefes de Estado convidados.
Brasil na presidência do G20
Lula também encerrou assegurando que, quando o país assumir a presidência do G20, levará os problemas das desigualdades para o centro da discussão internacional, demonstrando apoio ao ingresso da África do Sul. O Brasil assume a presidência do G20 no dia 1º de dezembro de 2023, pelo período de um ano.
“O sinal mais evidente de que o planeta está se tornando um país mais desigual é o crescimento da fome e da pobreza, isso é inaceitável”, frisou o presidente. “O Brasil quer recolocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional, não podemos fazer isso sem representatividade da África, por isso defendemos o ingresso da união africana como membro do G20”, complementou.
O líder brasileiro também condenou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo ele, ela teria sido responsável pela regressão das pautas sociais e ambientais no mundo desde sua criação, em 2015.
“Quando adotada, a Agenda 2030 traçava uma rota para um futuro melhor. Hoje, metade das metas está atrasada e houve estagnação ou retrocesso em quase um terço delas. A insegurança alimentar regrediu para os patamares de 2005”, afirmou.
Neste mês de setembro , o Dia Mundial do Daltonismo tem o objetivo de esclarecer alguns pontos envolvendo o distúrbio da visão, como os sinais para identificá-lo ainda na infância. De acordo com a oftalmologista Mayra Melo, o diagnóstico é crucial para garantir o suporte adequado no desenvolvimento escolar e social.
O daltonismo é conhecido como discromatopsia, sendo portanto, alteração na percepção das cores que afeta cerca de 8% dos homens e 0,5% das mulheres no mundo.
“Os pais devem observar sinais como dificuldade em distinguir cores básicas, como vermelho e verde, ou quando a criança troca frequentemente as cores ao desenhar ou colorir”, orienta Mayra.
É comum também que os pais notem uma certa preferência por roupas de cores neutras ou frequência da dificuldade em atividades que envolvam a diferenciação de cores, como jogos e brincadeiras.
“Em muitos casos, a criança pode sentir frustração ou desinteresse em atividades escolares que envolvem cores, o que pode ser erroneamente interpretado como falta de atenção ou interesse”, alerta a especialista.
O diagnóstico é feito por um oftalmologista, utilizando testes específicos como o de Ishihara, que avalia a percepção das cores. Apesar de não haver cura para a condição, o diagnóstico precoce permite que a criança seja orientada e adaptada para lidar melhor.
“O uso de ferramentas adequadas, como material escolar com contrastes fortes e a utilização de óculos ou lentes com filtros especiais, pode fazer toda a diferença no desenvolvimento acadêmico e na autoestima da criança”, afirma.