A Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa (Deip) da Polícia Militar de Mato Grosso iniciou o 1º Curso de Capacitação de Policiamento em Estádios, na manhã desta segunda-feira (27.02), em Cuiabá. A formação tem a finalidade de capacitar os agentes para atuação policial dentro de praças esportivas de Mato Grosso.
A primeira turma do curso é formada por 39 alunos, sendo eles da Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil, Polícia Penal, Guarda Municipal de Várzea Grande e Secretaria de Mobilidade Urbana de Cuiabá. A aula inaugural do curso foi realizada no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso (OAB-MT).
A formação é organizada pelo 10º Batalhão da PMMT e será ministrada no Ginásio Aecim Tocantins. O comandante do 10º BPM, tenente-coronel Luiz Fernando Oliveira Dias, destaca que após o curso os alunos estarão preparados para atuar na segurança de árbitros, delegações esportivas e torcida, buscando a preservação da ordem pública.
“Os alunos dedicarão atenção especial aos procedimentos e cumprimentos dos protocolos próprios de segurança nas praças desportivas, em especial a Arena Pantanal. A ferramenta principal é o fortalecimento da preocupação e respeito à integridade física e dignidade humana de todo o público que frequenta esses locais, em todo o Estado de Mato Grosso”, afirma.
O comandante-geral da PMMT, coronel Alexandre Corrêa Mendes, ressaltou que o curso para policiamento em estádios é de extrema importância para capacitar ainda mais as forças de segurança, uma vez que a Arena Pantanal tem sido palco de eventos esportivos nacionais e internacionais.
“A Polícia Militar tem experiência em atuação de grandes eventos, estivemos presentes na Copa do Mundo de 2014, onde foi estabelecida toda a segurança necessária. Hoje, temos um time de futebol na Série A do Campeonato Brasileiro e vemos nossos policiais militares em trabalho contínuo com muito profissionalismo e dedicação. Com essa capacitação, vamos ganhar muito, adquirindo mais conhecimento e trazendo isso na melhoria do trabalho e prestação de serviço a toda à sociedade”, completou o comandante-geral da PMMT.
O curso tem duração de 60 horas/aulas e será realizado até o dia 04 de março deste ano. A aula inaugural contou com uma palestra do juiz de direito Marcelo Sebastião Prado de Moraes, que falou sobre fundamentos jurídicos da atividade policial em praças desportivas.
Homenagem
A primeira turma do Curso de Capacitação de Policiamento em Estádios foi batizada em ao nome do coronel Nadim Amui Júnior, falecido em novembro do ano passado, em reverência a toda sua dedicação e serviços prestados à Polícia Militar. A viúva do coronel, senhora Paula Amui, esteve presente na solenidade e recebeu uma placa em homenagem ao coronel.
Também estiveram presentes na solenidade o subchefe de Estado-Maior Geral, coronel Wilker Soares Sodré; o diretor de Ensino, Instrução e Pesquisa, coronel Januário Baptista; o comandante de Policiamento Especializado, coronel Paulo César da Silva, o deputado federal coronel Jonildo José de Assis; o secretário-adjunto de Esporte da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), David Moura; o diretor-executivo da Federação Mato-grossense de Futebol, Humberto Frederico, entre demais autoridades militares e civis.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.