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Política Nacional

EUA estão empenhados em arrecadar recursos vultosos para Amazônia

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O vice-presidente Geraldo Alckmin disse, nesta segunda-feira (27), que os Estados Unidos estão empenhados na arrecadação de recursos vultosos para o Fundo Amazônia, embora os norte-americanos ainda não tenham definido um valor a ser doado.

As declarações foram dadas após reunião de Alckmin com o enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, no Palácio Itamaraty, da qual participou também a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a de outros representantes do governo brasileiro e dos Estados Unidos.

“O enviado John Kerry não definiu valor, mas colocou que vai se empenhar junto ao governo, junto ao Congresso norte-americano e junto à iniciativa privada para termos recursos vultosos, não só no Fundo Amazônia como também em outras cooperações”, disse Alckmin após a reunião.

A intenção dos EUA de contribuir com o Fundo Amazônia, recentemente reativado pelo governo brasileiro, foi anunciada durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Washington, no início do mês.

A embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Bagley, disse neste mês que o valor a ser doado para o Fundo Amazônia ainda está sendo definido pelo governo e o Congresso norte-americanos.

O motivo oficial para a vinda de John Kerry ao Brasil é dar andamento ao Grupo de Trabalho de Mudanças Climáticas Brasil-EUA, relançado oficialmente por Lula e Biden em 10 de fevereiro, e fazer avançar a cooperação entre os dois países na reversão do desmatamento da Amazônia. Entre outros temas, estão também o impulso às energias limpas e alternativas de renda para a população da região amazônica.

John Kerry fica no país até esta terça-feira (28), quando segue para o Panamá. A embaixada dos EUA e o governo brasileiro não confirmaram um possível encontro entre ele o presidente Lula. Ainda hoje o enviado especial dos EUA para o clima deve visitar o Congresso Nacional.

Fundo Amazônia

O Fundo Amazônia tem objetivo de financiar projetos de redução do desmatamento e fiscalização do bioma. O mecanismo de financiamento havia sido desativado no governo passado e foi reativado agora após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). O fundo conta atualmente com R$ 5,4 bilhões, sendo que R$ 1,8 bilhão já foram contratados e há 14 projetos do edital de 2018 qualificados para serem aprovados.

Criado em 2008, o fundo recebe doações de instituições e governos internacionais para financiar ações de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia Legal. Em 2019, a Alemanha e a Noruega suspenderam os repasses para novos projetos após o governo brasileiro, na gestão de Jair Bolsonaro, apresentar sugestões de mudança na aplicação dos recursos e extinguir colegiados de gestão do dinheiro.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Política Nacional

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Política Nacional

Lula demite Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu na noite desta sexta-feira (6) demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, depois das denúncias de assédio sexual. 

“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em nota.

A Polícia Federal abriu investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

“O governo federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”, completou a nota. 

Silvio Almeida estava à frente do ministério desde o início de janeiro de 2023. Advogado e professor universitário, ele se projetou como um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade ao publicar artigos e livros sobre direito, filosofia, economia política e, principalmente, relações raciais.

Seu livro Racismo Estrutural (2019) foi um dos dez mais vendidos em 2020 e muitos o consideram uma obra imprescindível para se compreender a forma como o racismo está instituído na estrutura social, política e econômica brasileira. Um dos fundadores do Instituto Luiz Gama, Almeida também foi relator, em 2021, da comissão de juristas que a Câmara dos Deputados criou para propor o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo institucional.

Acusações

As denúncias contra o ministro Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na tarde desta quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.

“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentam dificuldades em obter apoio institucional para validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, explicou a Me Too, em nota.

Segundo o site Metrópoles, entre as supostas vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.

Horas após as denúncias virem a público, Almeida foi chamado a prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar as denúncias. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou, em nota, que “o governo federal reconhece a gravidade das denúncias” e que o caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”. A Polícia Federal (PF) informou hoje que vai investigar as denúncias.

Em nota divulgada pela manhã, o Ministério das Mulheres classificou como “graves” as denúncias contra o ministro e manifestou solidariedade a todas as mulheres “que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência”. A pasta ainda reafirmou que nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada e destacou que toda denúncia desta natureza precisa ser investigada, “dando devido crédito à palavra das vítimas”.

Pouco depois, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, publicou em sua conta pessoal no Instagram uma foto sua de mãos dadas com Anielle Franco. “Minha solidariedade e apoio a você, minha amiga e colega de Esplanada, neste momento difícil”, escreveu Cida na publicação.

Fonte: EBC Política Nacional

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