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Economia

Mineradora Samarco entrega plano de recuperação judicial

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Responsável pelo desastre ambiental que matou 18 pessoas em Mariana (MG) em 2015, a mineradora Samarco entregou nesta sexta-feira (28) ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais o plano de recuperação judicial. O documento resulta de acordo fechado com os acionistas e parte dos credores financeiros.

Pelo plano, a Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Hilliton, emitirá títulos de dívida para pagar os credores financeiros. Por meio desses papéis, a companhia captará recursos no mercado prometendo devolver o dinheiro com juros.

Caberá aos acionistas financiar a reparação do rompimento da barragem em Mariana, da emissão dos novos títulos de 2024 até o pagamento integral. A compensação, inclusive os pagamentos à Fundação Renova, entidade responsável pela compensação dos danos, está estimada em mais de US$ 1 bilhão.

Títulos

Em relação aos títulos, a Samarco emitirá até US$ 3,566 bilhões em novas notas com vencimento em junho de 2031 com juros entre 9% e 9,5% e sem garantias (bens que podem ser dados em troca em caso de inadimplência da companhia). Os credores que optarem por receber as notas em troca do cancelamento das dívidas da mineradora receberão esses papéis.

Os credores que concordarem com o abatimento de 25% das dívidas receberão outro título, com vencimento em 2035. Os funcionários (credores Classe 1) com crédito de até R$ 1,5 milhão cada, as micro e pequenas empresas (credores Classe 4) e os fornecedores estratégicos da Classe 3 (quirografários, sem garantia) serão pagos integralmente.

Quaisquer acordos com autoridades públicas brasileiras para a reparação do desastre ambiental deverão ser preservados, segundo o plano. Além disso, a mineradora deverá continuar a investir em nível sustentável para ampliar as operações com segurança.

Redução da dívida

Após ficar sem operar de novembro de 2015, quando ocorreu o rompimento da barragem em Mariana, até 2020, a Samarco entrou em recuperação judicial há dois anos. O plano entregue na sexta-feira (28) à 2ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, segundo a companhia, permite a redução da dívida, atualmente em US$ 9,7 bilhões, em torno de R$ 46 bilhões pelo câmbio atual.

A proposta será analisado pelo Tribunal de Recuperação Judicial, sem a necessidade de uma assembleia geral de credores. Se aprovado, precisará ser reconhecido pelo Tribunal de Falências dos Estados Unidos do Distrito Sul de Nova York.

Fonte: EBC Economia

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Economia

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

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Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

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