O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou nesta sexta-feira (28) que a Rússia está aberta a dialogar sobre a guerra na Ucrânia, mas o governo de Volodymyr Zelensky se recusa.
“O lado russo segue aberto, o mesmo não pode ser dito sobre o ucraniano. Os ucranianos se apegaram às suas posições irreconciliáveis. Estão agora em uma situação bastante desconfortável, mas ainda assim seguem rejeitando as oportunidades para o diálogo”, disse ele, segundo a agência oficial russa de notícias Tass .
O porta-voz também informou que o presidente russo, Vladimir Putin, fará um discurso ainda nesta sexta sobre a questão da Ucrânia, ao lado de representantes de países africanos que participam da cúpula Rússia-África em São Petesburgo.
Na quinta-feira (27), Putin prometeu que irá enviar gratuitamente, nos próximos quatro meses, entre 25 e 50 mil toneladas de grãos a seis países africanos: Burkina Faso, Mali, Somália, República Centro-Africana, Eritreia e Zimbábue.
A medida é uma tentativa de amenizar a repercussão negativa da saída da Rússia do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro, que autorizava um corredor para escoar a produção de cereais ucranianos para exportação.
Após o anúncio, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que a doação não ameniza o risco de insegurança alimentar aumentado pelo fim do acordo.
“Ao retirar milhões e milhões de toneladas de grãos do mercado, os preços aumentarão. Não é com um punhado de doações a alguns países que o impacto dramático será corrigido”, declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.