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Exposição Elas Indígenas mostra grafismos artísticos de oito mulheres

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A Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (SECEC-RJ), abre neste sábado (22), às 11h, a exposição coletiva gratuita Elas Indígenas. A mostra reúne, nas Cavalariças da EAV, 50 obras de oito mulheres de povos indígenas do norte ao sul do país.

A classificação é livre e a visitação pode ser feita de quinta a terça-feira, das 10h às 17h, sem agendamento prévio, na Rua Jardim Botânico, 414, na capital. A exposição não abrirá às quartas-feiras. A inauguração contará com a presentação do Coral Guarany.

As artistas selecionadas são Ana Kariri (Paraíba), Benilda Kadiwéu e Coletivo Kadiwéu (Mato Grosso do Sul), Juliana Guarany (Rio de Janeiro), Mara Kambeba (Amazonas), Tapixi Guajajara (Maranhão), Vãngri Kaingáng (Rio Grande do Sul), Varin Marubo (Amazonas) e We’e’ena Tikuna (Amazonas). A exposição ficará aberta até o dia 10 de setembro.

O curador da exposição e também diretor da EAV, Alberto Saraiva, considera “extremamente importante” mostrar o trabalho dessas artistas agora. “A gente escolheu apresentar justamente os grafismos dos seus referidos povos, porque esses grafismos já existiam no Brasil como a arte desses povos. E hoje, através dessa exposição, a gente abre uma porta para que esses grafismos artísticos sejam inseridos na história da arte brasileira. Porque isso não aconteceu ainda, de forma clara. É preciso fazer um esforço nesse sentido”, disse o curador à Agência Brasil.

Protagonismo

Alberto Saraiva explicou que a escolha por mulheres e não por homens para a exposição é porque as mulheres têm tido um destaque e protagonismo muito grandes na luta pelos seus povos. “Elas foram gradativamente entrando nas universidades, na política e, também, na arte. A maioria das mulheres que estão aqui participa de movimentos de mulheres em prol dos direitos indígenas e dos direitos das mulheres na vida, na sociedade e na política”.

Rio de Janeiro, 21/07/2023, Obra da artista indígena, Mara Kambeba. Exposição ELAS Indígenas. Foto Renan Lima/ Divulgação Rio de Janeiro, 21/07/2023, Obra da artista indígena, Mara Kambeba. Exposição ELAS Indígenas. Foto Renan Lima/ Divulgação

Obra de Mara Kambeba – Renan Lima/ Divulgação

Uma das artistas, Varin Marubo, é doutora em antropologia e trabalha com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), uma organização não governamental (ONG) que acompanha os povos indígenas na região. “Ela trabalha com os povos isolados da Amazônia e é muito importante que ela, como indígena, faça esse papel junto aos povos também indígenas”, comentou o diretor da EAV.

A exposição marca o lançamento de um núcleo de arte indígena que a EAV está abrindo, denominado Ações Indígenas Permanentes. “Não é interessante para a Escola só fazer uma exposição que dura dois meses. É preciso ter uma ação consistente que provoque a inserção dessas mulheres e desses saberes indígenas na estrutura pedagógica, na estrutura de ensino da Escola”, destacou Saraiva. Varin Marubo, por exemplo, foi convidada para ser professora da EAV. “Ela se tornou a primeira professora indígena de arte na EAV e dará aula sobre grafismo do povo marubo. Varin será a primeira professora indígena do corpo docente do Parque Lage”.

Alberto Saraiva espera que em 2024 haja a cada mês um indígena dando curso ou oficina na Escola sobre saberes indígenas. Ele já pensou em pintura corporal e pigmentos como primeiros temas a serem abordados. Antropólogos e linguistas que são também indígenas serão convidados a participar dessas atividades. “A exposição Elas Indígenas é que marca a presença dos povos indígenas na Escola”, reiterou Alberto Saraiva.

Escolha

A escolha pelos grafismos para a mostra tem um significado histórico, porque são anteriores à chegada dos portugueses no país. “E porque há uma fricção entre a tradição visual europeia que chega aqui no território brasileiro e essa tradição visual que já existia aqui. Por isso é que estamos trabalhando com grafismos e não com outras representações, como paisagens, por exemplo”. O curador esclareceu que os povos indígenas não pensam como quem estuda, se forma em arte e se torna artista.

“Eles já são artistas porque, ali, todo mundo participa dessa construção estética. Está no corpo da pessoa, está nos lares, na cestaria, nos objetos. Está em tudo naturalmente. É um sistema diferente desse que foi trazido pelo colonizador europeu. É um sistema não capitalista”, enfatizou Saraiva. Por isso, reforçou que as mulheres indígenas que participam da exposição “já são artistas naturalmente”. Apontou que a exposição promoverá a inserção dessas artistas dentro de um sistema artístico que é capitalista. “Com a clareza que elas têm hoje, entendem isso”, concluiu o curador. 

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

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