Um relatório divulgado pelo Center for Information Resilience acusa quatro milícias militares comandadas pela Rússia de cometerem abusos de Direitos Humanos, contra civis e prisioneiros de guerra, durante a ocupação da cidade ucraniana de Izium, em abril de 2022. Uma investigação corroborou os dados apresentados no relatório. Os soldados paramilitares pertencem às regiões da República Popular de Lugansk (RPL) e Donetsk (RPD), em Donbass, e teriam matado a tiros duas crianças, de 12 e 13 anos. As informações são do The Guardian.
Os soldados das milícias teriam roubado “tudo”, forçando os proprietários a se ajoelharem diante das armas e, ainda, teriam removido vidros duplos das janelas, que servem para proteger contra o frio intenso da Ucrânia, segundo as informações. As forças russas tomaram Izium após um mês de conflito na região. Em setembro do mesmo ano, tropas ucranianas retomaram a cidade de Izium em uma contra-ofensiva e descobriram uma vala com 447 corpos.
A RPL e a RPD foram proclamadas nos antigos territórios de Lugansk e Donetsk, na Ucrânia, após um referendo realizado durante a Revolução Ucraniana de 2014, que protestava contra o presidente eleito, Viktor Yanukovych, cujo episódio ficou conhecido como “Euromaidan”. Os territórios, porém, não foram reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), mas sim pela Rússia e outros países aliados, como a Coreia do Norte e a Síria.
“Muitas das vítimas e sobreviventes de abusos de direitos humanos perpetrados durante a ocupação russa não sabem exatamente quais unidades foram responsáveis pelos abusos cometidos contra eles”, aponta o relatório, que também responsabiliza combatentes ucranianos “controlados pelos russos”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.