O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta segunda-feira (17) as sanções de países europeus à Rússia e o financiamento para ajudar a Ucrânia na guerra. A declaração foi dada durante a Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica.
Segundo o petista, o financiamento na guerra deveriam ser revertidos em investimentos para o combate a fome e a desigualdade nos países. Lula ainda afirmou que as sanções impostas pela cúpula europeia não prejudicam apenas os mais “vulneráveis”.
“Em linha com a Carta das Nações Unidas, repudiamos veementemente o uso da força como meio de resolver disputas. O Brasil apoia as iniciativas promovidas por diferentes países e regiões em favor da cessação imediata de hostilidades e de uma paz negociada. Recorrer a sanções e bloqueios sem o amparo do direito internacional serve apenas para penalizar as populações mais vulneráveis”, disse o brasileiro.
“A guerra no coração da Europa veio para aumentar a fome e a desigualdade, ao mesmo que elevou os gastos militares globais. Apenas em 2022, em vez de matar a fome de milhões de seres humanos, o mundo gastou 2,24 trilhões de dólares para alimentar a máquina de guerra, que só causa mortes, destruição e ainda mais fome”, concluiu.
Desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, países da Europa e os Estados Unidos aplicaram sanções financeiras à Rússia, como a proibição de importação e exportação de produtos. Os países também enviaram armamentos à Ucrânia, como munições e tanques para o exército de Volodymyr Zelensky.
A cúpula europeia chegou a pressionar o petista para colaborar com militares ucranianos, mas a ideia foi rechaçada pelo Planalto. Nos bastidores, Lula articula meios de reunir Zelensky e o presidente russo, Vladimir Putin, para definir um plano de paz entre os países, mas as negociações ainda não avançaram.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.