O estado democrático de direito como referido no artigo primeiro da nossa Constituição é um regime político fundado na soberania popular, com eleições livres e governo da maioria, bem como em poder limitado.
A democracia não se limita ao momento do voto. Ela se manifesta também no respeito aos direitos fundamentais de todos, inclusive das minorias.
Esses princípios estiveram seriamente ameaçados nos últimos quatro anos, mas a democracia brasileira sobreviveu e venceu o autoritarismo.
A tentativa de golpe de estado em oito de janeiro último ficará registrada na nossa História e Memória para sempre.
O atual julgamento dos golpistas pela justiça brasileira e pelo TSE punirá os responsáveis pelos atentados contra o nosso processo democrático.
Esta erosão democrática não atinge só o Brasil, mas ocorre em outras partes do mundo em razão do populismo, do extremismo e do autoritarismo.
Foi essa situação que nos levou a ser um pária no mundo.
Mas finalmente estamos resgatando a nossa posição no planeta e voltando a ser uma nação respeitada no concerto mundial.
Esse populismo antidemocrático é um conceito que vem sendo intensamente revisto nos últimos tempos visto as experiências no Brasil, nos Estados Unidos e na Hungria, por exemplo.
Como regra oferece soluções simplórias com a manipulação de medos, necessidades e anseios das populações.
Oferece soluções simplórias para problemas complexos atendendo a demandas imediatas que cobram preços altos no futuro.
O extremismo caracteriza-se pela intolerância, pela não aceitação do diferente e pela rejeição do pluralismo político, valendo-se comumente de ameaças de violência.
O populismo tem um núcleo ideológico tênue, que é a divisão artificial e mentirosa da sociedade em nós, o povo, e eles, a elite. Esses políticos chegam ao poder com esse discurso, mas na verdade têm o apoio de uma parte das elites, aquela que não tem compromisso com o processo democrático, mas apenas com os seus interesses financeiros.
Com frequência vem associado com uma postura dita nacionalista característica de todos os fascismos e com a exploração do sentimento religioso, como foi o recente caso brasileiro.
Outra característica é a necessidade de um inimigo, para embasar o discurso antagônico e beligerante, seja o comunismo, a globalização, os judeus, a imigração, os muçulmanos ou qualquer outro que a ocasião ofereça.
O extremismo político se manifestou em diferentes domínios da vida, inclusive no plano religioso, como mostram inúmeros eventos históricos da inquisição ao jihadismo. Na quadra atual, o mundo vê uma onda radical de direita. Três dos países mais populosos do mundo, os Estados Unidos, a Índia e o Brasil estão ou estiveram sob lideranças desse naipe.
O extremismo ameaçador é o que prega o fechamento do Legislativo, a substituição dos juízes das cortes supremas, a demonização da imprensa e das organizações não governamentais, e que enxerga comunistas em toda parte.
Intolerância, agressividade e violência frequentemente acompanham esse ideário fascista marcado por nativismo, machismo, xenofobia, racismo, homofobia, negacionismo científico e ambiental, rejeição ao multilateralismo e aos organismos internacionais e discursos de ódio de toda a natureza.
Esses movimentos podem minar a Democracia por dentro e são extremamente perigosos.
Esse autoritarismo persiste como uma tentação permanente em todos os continentes. Tem por objetivo enfraquecer o estado de direito assim como a manutenção do processo democrático direitos humanos e das minorias.
Dependem ainda de uma adesão das forças armadas que nem sempre acontece, como vimos recentemente nos Estados Unidos e no Brasil.
Em casos mais agudos podem degenerar em fascismo com a possibilidade de uso da violência para atingir seus objetivos como no oito de janeiro último em Brasília.
Episódios como o Brexit, a eleição de Trump e a reação a sua derrota mostram que nem mesmo democracias consolidadas escapam destes vendavais contemporâneos. Em países como Turquia, Hungria e Polônia há mesmo dificuldade em se afirmar que a democracia tenha sobrevivido em todos os seus elementos essenciais.
Os recentes acontecimentos no Brasil não podem passar sem punição exemplar para inibir novas tentativas golpistas no futuro.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.